Navios de guerra russos navegam rumo ao Mediterrâneo

Para a mesma região foram deslocados agrupamentos de navios das Frotas do Norte e do Báltico. Não longe do Golfo Pérsico encontram-se igualmente o navio de desembarque Saratov da Frota do Mar Negro e o navio anti-submarino Marshal Shaposhnikov, que faz parte do destacamento de navios da Frota do Pacífico. Esta esquadra pode cruzar rapidamente o Canal do Suez entrando também no Mediterrâneo Oriental. A que se devem estas manobras da Marinha de Guerra russa?

O objetivo dos navios militares russos no Mediterrâneo é uma demonstração da bandeira junto das costas da Síria, dilacerada por uma guerra civil. Mas este objetivo não tem nada a ver com aquilo que se tem publicado em jornais europeus e turcos, segundo os quais Moscou estaria, alegadamente, preparando um plano de evacuação da Síria de cidadãos russos e ainda do presidente deste país, Bashar Assad.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia desmentiu decididamente estes boatos, bem como existência de “um plano secreto americano-russo”. Ao mesmo tempo, muitos notaram o fato de os EUA terem retirado do Mediterrâneo, antes da entrada dos navios militares russos, o porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower, o porta-helicópteros de desembarque USS Iwo Jima e dois contratorpedeiros. A Casa Branca explicou essa decisão alegando a necessidade de “diminuir a tensão na região”.

Tudo isso faz pensar que as posições do Ocidente e da Rússia em relação à solução do problema sírio começam a convergir, por receio de que em Damasco, grupos extremistas possam aceder ao poder em substituição do regime de Assad. O fato de Al-Qaeda estar presente na Síria foi confirmado também pelo premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, em reunião do governo israelense.

E a Turquia? O jornal Haberturk salienta que agora Ancara deveria interpretar com ponderação e perspicácia a posição da Rússia para com o problema sírio e o incremento da presença de sua marinha de guerra no Mediterrâneo Oriental. Neste pano de fundo, a diplomacia turca, escreve o Haberturk, deveria mpreender passos mais decisivos rumo a uma solução político-diplomática do conflito sírio. Em caso contrário, a Turquia arriscará a ficar fora do concerto diplomático mundial.

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