Malvinas – Falklands – Uruguai contorna pressão Argentina e permite navios da Royal Navy

Carlos César Reis de Oliveira

Historiador Naval – Licenciado em História pela Pontifícia

Universidade Católica do RS – PUCRS (1991). Curso de Estudos de

Política e Estratégia – CEPE – ADESG/RS, em parceria

com a PUCRS (1998). Agraciado com a medalha de

“Amigo da Marinha” (1996)

 

Em outubro de 2016 o navio de patrulha polar HMS “Protector” iniciou uma nova viagem rumo às águas frias do Atlântico Sul. Substituto oficial do HMS “Endurance” (A173), um veterano da Guerra das Falklands / Malvinas. E que esta fora de serviço após ter sofrido um grave acidente na sala de máquinas. O HMS “Protector” cumpre missões na região antártica desde o ano de 2011.

Construído no ano de 2001 pelo estaleiro norueguês Havyard Leirvik, da cidade de Leirvik, de onde foi o casco de número 076. O Navio foi batizado com o nome de “Polarbjorn” (Urso Polar), e registrado junto ao porto da cidade de Bergen. Seu comprimento total é de 89 metros e sua boca (largura máxima) chega a 18 metros. O deslocamento máximo é de 4,985 toneladas. E seu peso é de 3.700 toneladas.

De propriedade da empresa norueguesa GC Rieber Shipping. Que é especializada em embarcações de pesquisa sísmicas e petrolíferas. Ele foi arrendado para o Ministério da Defesa (MoD) britânico por um período de três (03) anos no mês de setembro de 2011. Seu bom desempenho propiciou sua compra pelo MoD já em setembro de 2013, pelo valor de 376 milhões de coroas norueguesas.

Do projeto original algumas alterações foram feitas. A principal foi a transferência da plataforma do convés de voo da proa para a popa. Originalmente ela ficava acima do passadiço. Algo semelhante ao que ocorre com o Navio de Socorro Submarino “Felinto Perry” (K-11) da Marinha do Brasil. Sem, que esta mudança prejudica-se o pleno aproveitamento do guindaste instalado na parte traseira do navio.

A característica de ser um navio quebra-gelo, associado ao de apoio à pesquisa científica. Permite que o HMS “Protector” seja classificado com um navio científico. E foi sob este argumento que ele se valeu para realizar escalas em portos brasileiros e uruguaios nos últimos anos. Isto porque, em solidariedade ao governo argentino, que reivindica a posse das ilhas Falkand / Malvinas. Os governos de Brasil e Uruguai estavam restringindo a visita de navios de guerra britânicos aos seus portos.

A presente expedição do HMS “Protector” incluiu uma escala no porto de Rio Grande. Ocorrida no início do mês de outubro de 2016. Ocasião em que ele atracou junto ao píer da Estação Naval do Sul. Na sequencia o navio seguiu para o porto de Montevidéu. Aonde veio a atracar em 07 de outubro. Lá foram realizados diversos contatos científicos. Tendo como ponto máximo o embarque dos pesquisadores Frederico Weinstein e Carolina Rodriguez. Que se juntaram aos pesquisadores britânicos na jornada rumo ao continente gelado. Fornecendo desta forma um auxílio inestimável ao Uruguai. Que embora possuidor de uma base permanente (General Artigas) e de uma estação sazonal (Ruperto Elichiribehety) carece de recurso e de meios para apoiar, de forma plena, a sua demanda científica.

Na cidade de Punta Arenas (Chile), outro ponto de parada. Aonde o navio participou de solenidade alusiva ao centenário do resgate da tripulação do HMS “Endurance”. Que fez parte da Expedição Shackleton, que pretendia realizar a primeira travessia a pé do continente Antártico.  E junto a Base Naval de Talcahuano, foi realizado trabalho de manutenção preventiva do navio.

O retorno do HMS “Protector” ao porto de Montevidéu ocorreu na manhã de sexta-feira (24FEV2017). Para um curto período de descanso. Cuja duração se encerrou às 19:00 de Domingo (26FEV2017). Quando o navio partiu rumo a cidade de Punta del Este, para lá fundear ás 01:18 da madrugada da segunda-feira de Carnaval.

 

Nota DefesaNet

Pedimos ao leitor que fique atento às entrelinhas do texto do Historiador Naval Carlos César.

A questão das "Papeleras" e a pressão dos Governos Argentinos Nestor e Cristina Kirchner levou ao Uruguai adotar uma posição mais pragmática frente ao boicote aos britânicos e não permissão de aportar em portos uruguaios.

Recomendada a leitura do artigo:

Malvinas – Falklands – Argentina preocupada com voos militares britânicos entre Brasil e as ilhas DefesaNet 2017 Link

O Editor

 

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