MBT M1A1 Abrams destruídos pelos rebeldes

Nota DefesaNet

Colocamos o texto na área de blindados do Brasil, como texto de discussão doutrinária. Texto baseado em artigos do NY Times e Janes.

Editor
 


 Nicholle Murmel
Tradução e Edição
Análise DefesaNet


A blindagem de cinco carros de combate M1A1 Abrams iraquianos foi destruída por míssies anti-tanque, e seis helicópteros foram abatidos de 1 de janeiro até o fim de maio deste ano. As informações são do jornal New York Times citando um oficial americano como fonte anônima, que teria falado ao jornal no último dia 13 Junho.
 
A fonte afirma que 28 Abrams do Exército iraquiano foram danificados em confrontos com milícias, cinco deles tiveram a blindagem perfurada ao serem atingidos por mísseis guiados anti-tanque (ATGMs). Os Estados Unidos forneceram 140 MBTs M1A1 reformados ao Iraque entre 2010 e 2012.
 
Ainda que as forças iraquianas agora contem com novos equipamentos que reforçam a vigilância e prontidão, ainda não têm a blindagem de urânio empobrecido que aumenta a proteção na parte frontal dos blindados. A perfuração por munição de carga moldada aumenta a chance de dano à tripulação sem necessariamente destruir o veículo, especialmente no caso do Abrams, que tem compartimento próprio para munição. O oficial teria apontado ainda que o Exército iraquiano sofre para manter os M1A1 dando a entender que as unidades danificadas dificilmente serão recolocadas em serviço.
 
Pelo menos um vídeo circula pela Internet mostrando um Abrams “indo pelos ares” ao ser atingido por munição anti-tanque durante combates ocorridos neste ano na província de Al-Anbar, no oeste do país. Milicianos operando na região também divulgaram diversas imagens de ataques a outros M1A1 – um deles envolvendo um míssil guiado 9K11, lançadores de granadas auto-propulsadas RPG-7, e um lança-foguetes M70 Osa. Este último de origem iugoslava e usado amplamente por insurgentes na vizinha Síria, mas até então raro no Iraque. É difícil averiguar os danos nos blindados – as imagens parecem capturadas de vídeos ainda não divulgados e mostram explosões enormes, mas não o estado das máquinas depois do ataque.
 
Apenas uma sequência de imagens, postada no dia 6 de junho em uma conta de Twitter pró Estado Islâmico do Iraque e do Levante mostra um Abrams sendo efetivamente destruído. Um insurgente é visto colocando explosivos no blindado, e outro objeto não identificado é atirado para dentro de uma da torreta. As imagens então mostram chamas saindo do veículo. Não se sabe o que aconteceu à tripulação. Outra sequência publicada no dia 28 de maio mostra o mesmo insurgente plantando explosivos na torreta de outro Abrams posicionado com o chassis escondido. Ainda que os danos nesses episódios sejam incertos, a aproximação frequente de inimigos deixa claro que falta aos tanques apoio adequado de infantaria.
 
Outros veículos em serviço com o Exército iraquiano parecem ter sofrido mais ataques do que os Abrams. As forças de oposição liberaram diversas imagens de Humvees e veículos de transporte de pessoal (APCs) M113 destruídos ou capturados, além dos 
MRAP (Veículos protegidos contra emboscadas e resistentes a minas). As máquinas da era soviética usadas pelas forças iraquianas em Al-Anbar também sofreram perdas, incluindo veículos blindados multipropósito MT-LB, um blindado de transporte de tropas BMP-1 e tanques T-55.
 
A fonte também declarou ao NY Times que seis helicópteros foram abatidos e 60 danificados em combate entre janeiro e maio deste ano. Trata-se de uma fatia considerável do contingente do Comando de Aviação do Exército Iraquiano. Outro helicóptero foi abatido por arma antiaérea leve (LAAG) sobre a cidade de Al-Saqlawiyah no último dia 16 de junho. Os dois tripulantes morreram.
 
Não há iformação oficial de quais aeronaves foram perdidas, mas insurgentes já divulgaram videos filmados com equipamento infravermelho mostrando metralhadoras pesadas e LAAGs abatendo pelo menos dois helicópteros de combate MI-24/35 que realizavam ataques com foguetes a baixa altitude.

Comentário DefesaNet,

Uma análise mais acurada conduz à observação de que os iraquianos tem falhado no binômio carros-infantaria. Como resultado da campanha de propaganda de execuções sumárias pelo agora chamado Exército Muçulmano (ex ISIS ou ISIL), a tropa deixou os blindados desprotegidos no terreno.

Provavelmente tenham sido destruídos por cargas de explosivos na maioria dos casos. Porém, tantos os israelenses no Líbano (MBT Merkava), como os americanos (M1A2) e ingleses (Challenger 2) no Iraque, munições mais aperfeiçoadas de origem russa mostraram ser muito efetivas, mesmo empregando blindagens avançadas.

Enquanto os MBT ou Viatura Blindada de Combate (VBC) na terminologia, mostram  brasileira, mostram condições de enfrentar as ameaças no arco frontal da viatura, no combate fluído apresentam muitos ângulos propícios a emboscadas das forças rebeldes.

Quanto a perda dos helicópteros é o mesmo que ocorreu às Forças Americanas durante a invasão do Iraque (OIF), o emprego dos helicópteros como apoio de artilharia às tropas em terra. Essa missão traz o risco de perdas elevadas às defesas antiaéreas dos rebeldes. Neste caso qualquer arma que consiga disparar contra os helicópteros.

Ver os documentos e matérias:

– "Avoid the Blues” Raro Documento do CALL –  Center US Army for Lessons Learned  que trata de Friendly Fire no Iraque 2003 (Link).

– Na guerra vale tudo, até o Twitter 2014 (Link)

 

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