Ministério da Defesa expõe projetos estratégicos na LAAD 2019

Lane Barreto

A 12 ª edição da LAAD, feira de defesa e segurança, chega ao seu último dia de atividades nesta sexta (05). No evento, que ocorre no Riocentro, na capital fluminense, o Ministério da Defesa (MD) apresentou projetos estratégicos da pasta alinhados à Estratégia Nacional de Defesa (END), documento que estabelece diretrizes para a adequada preparação e capacitação das Forças Armadas brasileiras.

“A LAAD oferece oportunidade para articular negociações comerciais e fomentar debates acadêmicos sobre as prioridades do setor de defesa", afirmou o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. A feira reúne cerca de 450 expositores, 150 delegações de 67 países, além de autoridades e empresários de diversos países.

Realizada bienalmente, o evento é considerado um canal de negócios, parcerias e acordos bilaterais. Representantes do governo federal também participam do evento, criando possibilidades para incentivar o setor de defesa e o desenvolvimento tecnológico do país.

O secretário de Produtos de Defesa do MD, Marcos Rosas Degaut Pontes, ressalta os motivos pelos quais a pasta apoia e participa da LAAD. “Esse compromisso envolve o necessário estímulo e fortalecimento e diversificação da Base Industrial de Defesa nacional e de nossa economia”, apontou. O Brasil investe constantemente em capacidade militar de dissuasão que possibilite reagir contra ameaças externas e riscos contemporâneos como o terrorismo, o crime organizado transnacional, a pirataria e os ataques cibernéticos.

Para o secretário Marcos Degaut, os projetos estratégicos são verdadeiros indutores de crescimento, inclusão social, geração de emprego e de renda. “Procuramos estimular o emprego e o fortalecimento da chamada tríplice hélice no âmbito da qual atuam integradas academia, setor privado e governo, gerando idealmente o aquecimento econômico e o desenvolvimento tecnológico, afirmou Degaut. A tríplice hélice é a integração entre o governo, a academia e a indústria.

A importância de ter uma Base Industrial de Defesa tecnologicamente avançada também foi ressaltada pelo ministro Fernando Azevedo durante a LAAD. “O Ministério da Defesa atua intensamente para atrair investimentos, viabilizar o ambiente de negócios da sua indústria de defesa e fortalecer parcerias estratégicas”, esclareceu.

Nesta edição da feira internacional, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas promoveu, por meio da Chefia de Logística e Mobilização (CHELOG) do MD, a 9ª edição do Simpósio Internacional de Logística Militar. Cerca de 1,8 mil participantes, entre militares de escolas de altos estudos das Forças Singulares (Escola de Guerra Naval, Escola do Comando e Estado-Maior do Exército, Escola do Comando e Estado-Maior da Aeronáutica e Escola de Guerra Naval), e integrantes de Forças Armadas estrangeiras compartilharam conhecimentos na área de logística e trataram de temas sobre colaboração multinacional.

A logística é fator decisivo para o sucesso das operações em tempo de paz, em ajuda humanitária, e em tempo de guerra”, declarou o coronel da CHELOG, Roberto Carlos de Moraes Freire.  

O Ministério da Defesa destaca três projetos durante a LAAD. São eles: o HX-BR, que visa a aquisição de helicópteros e transferência de tecnologia. O projeto também prevê a produção de helicópteros para missões de transporte tático, tropas, cargas, reabastecimento em voo, busca, salvamento e proteção de superfícies marítimas.

Outra iniciativa apresentada pelo MD é o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que assegura ao Brasil autonomia de produção, lançamento, operação e reposição de sistemas espaciais a partir do desenvolvimento de produtos para uso civil e militar. Integra os projetos do MD o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), lançado em 2017.

O SGDC foi idealizado para fornecer meio seguro e soberano para comunicações do governo brasileiro e para prover acesso à internet em 100% em território brasileiro.

Necessidades de equipamentos

A Estratégia Nacional de Defesa foi desenvolvida para atender às necessidades de equipamento dos Comandos Militares, reorganizando a indústria de defesa para que tecnologias mais avançadas estejam sob domínio nacional. 

O secretário de Produtos de Defesa do MD, Marcos Rosas Degaut Pontes, lembra que a END estabeleceu três setores estratégicos: o nuclear, sob responsabilidade da Marinha, o cibernético, aos cuidados do Exército, e o espacial, a cargo da Força Aérea.

Produtos de Defesa

A Força Naval apresentou na 12 ª edição da Laad o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que prevê a construção de quatro submarinos convencionais e o projeto e construção do primeiro submarino com propulsão nuclear brasileiro.

Outra iniciativa apresentada foi o Programa Nuclear da Marinha (PMN) abrange o domínio do ciclo do combustível nuclear e a construção do Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE). O Projeto de Construção Navios Classe Tamandaré prevê a aquisição de quatro navios de escolta de alta capacidade militar e tecnológica.

Entre os projetos demonstrados pelo Exército estão o de Defesa Cibernética, que visa garantir a fluidez de informações estratégicas de maneira rápida e segura. O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) consiste no desenvolvimento de estrutura integrada para apoiar a defesa da integridade do território nacional contra ameaças externas e atuar contra ilícitos transfronteiriços.

O Programa Guarani prevê a reequipagem do Exército com blindados desenvolvidos para operações militares de ataque, defesa, patrulhamento e missões de paz.

No evento, houve exposição da maquete em tamanho real do novo caça da Força Aérea Brasileira (FAB), o Gripen, a aeronave integra o Projeto F-X2, que nasceu da necessidade de reequipar a Aeronáutica com aviões de caça. O Projeto ainda busca incorporar avanços tecnológicos importantes para Base Industrial de Defesa brasileira.

A previsão é que a primeira aeronave Gripen seja entregue no primeiro semestre deste ano. O Projeto KC 390: maior aeronave militar já produzida no Brasil, o cargueiro tem capacidade de operar nos mais diversos cenários, da floresta Amazônica às pistas de pouso na Antártida. A aeronave encontra-se em fase de certificação.

 

 

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