Voo GL1907 – Quarto Aniversário do Acidente com o Voo GL1907

QUARTO ANIVERSÁRIO DO ACIDENTE
COM O VOO 1907

 

 

DefesaNet

BOLETIM – investigação técnica do acidente com o Vôo 1907 – balanço de 2 anos   link


No momento em que a imprensa em geral destaca o quarto aniversário do acidente com o voo 1907, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) sente-se na obrigação de discutir algumas afirmações publicadas em conceituados veículos de comunicação nos últimos dias, bem como destacar ações implementadas pelo Comando da Aeronáutica que estão diretamente ligadas à segurança do controle do tráfego aéreo no país.

O principal ponto a discutir diz respeito à transparência do processo de investigação do acidente, pelo fato do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) estar vinculado ao Comando da Aeronáutica. Antes da apresentação do Relatório Final, ocorrida no dia 10 de dezembro de 2008, a Aeronáutica realizou cinco reuniões oficiais com parentes das vítimas, sem contar os encontros informais, e emitiu mais de uma dezena de comunicados à imprensa, sempre com o objetivo de manter os familiares e a imprensa atualizados sobre o andamento e as conclusões do trabalho.

Entretanto, este Centro repetidamente tem afirmado que não cabe à Aeronáutica apurar as causas do acidente, expressão que remete à questão do apontamento de culpa e responsabilidade, porque essa tarefa é de competência da autoridade policial. Nossa apuração tem como único objetivo a identificação de fatores contribuintes para emissão de recomendações de segurança que podem ajudar a evitar novos acidentes aeronáuticos.

É oportuno enfatizar que, em auditoria realizada pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) no CENIPA, entre os dias 4 e 15 de maio de 2009, nosso órgão auditado atingiu um nível de conformidade de 96%, empatado com o primeiro colocado no ranking mundial, a EASA (European Aviation Safety Agency) e a frente de países como EUA, Canadá, França, Itália, Alemanha, Austrália, China, Índia, etc. A única não-conformidade apontada pela auditoria referia-se à quantidade escassa de recursos humanos.

Dentre os fatores que contribuíram para o acidente em questão, não se encontrou indicação de influência de cobertura radar e nem ineficiência ou deficiência de equipamentos de comunicação e vigilância no controle de tráfego aéreo. Dessa forma, mais uma vez este Centro destaca que voar no Brasil é seguro e que nos níveis de voo utilizados pela aviação regular no Brasil não existem ?buracos negros? de cobertura RADAR ou de COMUNICAÇÃO.

Com relação às críticas sobre a militarização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo brasileiro, o Comando da Aeronáutica entende que nenhuma discussão sobre possíveis mudanças pode ser conduzida à margem da legislação em vigor, sob perigo de causar prejuízo à toda sociedade brasileira. A realidade mostra que qualquer tipo de mudança na atual estrutura depende exclusivamente da decisão soberana do Estado brasileiro.

Nesse tocante, faz-se destacar que na 36ª Sessão da Assembléia Geral da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), ocorrida em setembro de 2007, especialistas em aviação de vários países debateram a conveniência e as vantagens do sistema de controle compartilhado. ?A cooperação civil/militar é princípio chave para a modificação de qualquer questão relacionada ao gerenciamento de tráfego aéreo?, destaca um dos documentos (Agenda 32) gerados naquele encontro.

Em relação à quantidade de controladores de tráfego aéreo existentes no país, assunto presente no noticiário, este Centro informa que foram realizados diversos concursos públicos nos últimos anos, que resultaram no acréscimo de cerca de 700 profissionais capacitados para o controle de tráfego aéreo.

Além disso, aperfeiçoou-se a qualidade de formação desses profissionais, pois a Aeronáutica inaugurou, em 5 de novembro de 2007, um novo laboratório de simulação de controle de tráfego aéreo, em São José dos Campos (SP), com a finalidade de ampliar a capacitação do nível operacional dos controladores. Com sistemas de última geração e tecnologia 100% nacional, essa nova estrutura ampliou a capacidade de treinamento avançado de 100 para 400 controladores/ano, permitindo aos alunos simular dali a operação em qualquer localidade do país.

Outro destaque na formação do controlador é o investimento de 4,5 a 5 milhões de reais por ano em cursos de língua inglesa, visando a elevar o nível de inglês dos profissionais envolvidos diretamente no atendimento de tráfegos de aeronaves internacionais. Outra mudança ocorrida é a exigência de que o controlador, ao chegar à escola de formação, já tenha nível intermediário de inglês.

Dessa forma, mais uma vez este Centro ressalta que voar no país é seguro, as ferramentas de depuração do sistema estão em funcionamento e todas as ações implementadas estão em concordância com as normas internacionais de segurança.

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA

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