Inacreditável – Janot baseia-se em declarações da Rádio CBN e JBS para validar audio

Rádio ouvida por Joesley indica que gravação de conversa com Temer não sofreu edição

Carro do empresário estava sintonizado na CBN, quando dono da JBS chegou e saiu de encontro com presidente

RIO — A rádio CBN afirma, com base em seus registros, que é possível determinar que a gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer não sofreu edição. Isso porque, de acordo com a rádio, quando o dono da JBS chega ao encontro com o presidente no dia 7 de março, ouvia uma reportagem da emissora e, ao deixar a reunião, a rádio do carro de Joesley continuava sintonizada na CBN. O quadro 'Nos Acréscimos' estava no ar e, naquele dia, começou às 23h08 da noite.

— Com isso, é possível determinar que o tempo de gravação é de 38 minutos, o tempo da conversa entre Joesley chegar e sair da casa do presidente foi de 38 minutos, e esse tempo é a íntegra do áudio divulgado na quinta-feira e que comprova que o material não teve nenhuma edição. Portanto, a gente percebe que não teve edição na gravação que foi divulgada, colocada aí do início ao fim — argumentou o locutor Milton Jung nesta sexta-feira.

Escalado para a defesa de Temer no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira afirmou nesta sexta-feira, em entrevista ao “Estado de S. Paulo”, que o governo tem “informações seguras” de que o áudio foi adulterado.

O advogado Francisco de Assis e Silva, que coordenou a delação dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, negou ao GLOBO que tenha havido qualquer ediçãona gravação da conversa de Joesley com o presidente Michel Temer. Segundo o advogado, a gravação pode estar mal-feita, por ter sido realizada por um amador, mas não sofreu qualquer modificação.

— Nós entregamos para a Procuradoria-Geral da República o áudio original. Pega desde o momento que ele (Joesley) entra no Palácio do Jaburu ouvindo a CBN até o final da conversa. Reafirmo que o material é 100% integral — afirmou.

 

O ANTAGONISTA

J&F: "Não há chance alguma de ter havido qualquer edição" no áudio

O Antagonista reproduz nota oficial da J&F e grifa o trecho sobre a gravação de Joesley Batista com Michel Temer:

"A J&F considera fundamental ressaltar a importância do mecanismo da colaboração premiada, que está permitindo que o Brasil mude para melhor. Fica cada vez mais claro que não seria possível expor a corrupção no país sem que pessoas que cometeram ilícitos admitissem os fatos e informassem como e com quem agiram, fornecendo indícios e provas.

A colaboração de Joesley Batista e mais seis pessoas é muito diferente de todas que já foram feitas até aqui. Além da utilização de ação controlada com autorização judicial, houve vastos depoimentos, subsidiados por documentos, que esclarecem o modus operandi do cerne do sistema político brasileiro.

Quanto mais sólida e forte uma delação, maiores os graus de exposição e desgaste dos delatores. No caso dos sete executivos, eles assumiram e ainda assumem um enorme risco pessoal, com ameaças à sua vida e à segurança da sua família.

A negativa de denúncia e o perdão judicial são previstos pela legislação em vigor. A possibilidade de premiação excepcional para uma colaboração igualmente excepcional é de grande importância para o êxito do mecanismo da colaboração premiada.

É natural que, nesse momento, em função da densidade das delações, surjam tentativas de desqualificá-las.

Quanto ao áudio envolvendo o presidente Michel Temer, Joesley Batista entregou para a Procuradoria Geral da República a íntegra da gravação e todos os demais documentos que comprovam a veracidade de todo o material delatado.

Não há chance alguma de ter havido qualquer edição do material original, porque ele jamais foi exposto a qualquer tipo de intervenção.

Joesley Batista e outros colaboradores ressaltam a sua segurança com a veracidade de todo o conteúdo que levaram ao conhecimento do Ministério Público. Eles não hesitarão, se necessário, em fornecer os meios para reforçar as provas que entregaram.”

O Antagonista

 

Temer nos acréscimos

O Globo diz que o grampo de Michel Temer não foi editado:

“De acordo com a rádio CBN, quando o dono da JBS chega ao encontro com o presidente no dia 7 de março, ouvia uma reportagem da emissora e, ao deixar a reunião, a rádio do carro de Joesley continuava sintonizada na CBN. O quadro 'Nos Acréscimos' estava no ar e, naquele dia, começou às 23h08 da noite”.

O locutor Milton Jung explicou:

“É possível determinar que o tempo de gravação é de 38 minutos e o tempo da conversa entre Joesley chegar e sair da casa do presidente foi de 38 minutos, e esse tempo é a íntegra do áudio divulgado na quinta-feira e que comprova que o material não teve nenhuma edição”.

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