Poderio aéreo: uma necessidade na luta contra o crime organizado transnacional

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Ian Murray Tenente Coronel do Exército dos EUA,
Escritório de Cooperação de Segurança, República Dominicana

 

A República Dominicana é, há tempos, um ponto de passagem de produtos ilícitos. Piratas ingleses como Henry Morgan e Sir Francis Drake, da era de ouro da pirataria no Caribe, e o notório Pablo Escobar, no apogeu do Cartel de Medelim, centralizaram seu comércio nesse pequeno país do Caribe.

Todas as operações de tráfico tornaram-se mais lucrativas e complexas e os meios para responder à ameaça também evoluíram. Hoje, a ameaça das organizações criminosas transnacionais (TCOs, por sua sigla em inglês) é maior do que nunca, pois estas ameaçam toda a composição econômica e social da região.

Nos últimos 20 anos, narcóticos ilícitos foram transportados predominantemente por meios aéreos e marítimos não comerciais devido à enorme quantidade de cargas de drogas que as organizações precisavam transportar para maximizar o lucro. Para combater as atividades das TCOs, a República Dominicana utiliza uma combinação de recursos que maximizam a eficácia das forças envolvidas nas operações de combate ao crime organizado transnacional (CTOC, por sua sigla em inglês).

Em meados da década de 2000, a República Dominicana vivenciou um aumento acentuado no tráfego aéreo ilícito proveniente da América do Sul. Em 2007, essa frequência tinha aumentado para quase um voo a cada três dias. O Governo dominicano respondeu empregando oito A-29 Super Tucanos, atualizando sua capacidade de vigilância aérea por radar e melhorando a capacidade dos helicópteros da Força Aérea dominicana de transportar rapidamente forças de segurança a pontos de aterrissagem suspeitos em todo o país.

Como resultado, o corredor aéreo ilícito entre a América do Sul e a República Dominicana foi desativado em menos de quatro anos. De fato, o tráfego aéreo ilícito parece ter-se deslocado quase que inteiramente para a América Central, ao passo que anteriormente existia um equilíbrio proporcional.

O deslocamento do corredor aéreo não significa que as TCOs envolvidas no tráfico ilícito não estejam mais operando dentro e através da República Dominicana. Pelo contrário, à medida que os Estados Unidos, México e países do norte da América Central aumentam a pressão em rotas terrestres e marítimas da América do Sul para os Estados Unidos, mais material ilícito é transportado através da República Dominicana.

A ameaça em constante evolução das organizações com recursos financeiros aparentemente infinitos para evitar a detecção por agências de aplicação da lei supera com facilidade a capacidade do Governo dominicano de adquirir a tecnologia necessária para manter as TCOs sob controle.

Essa realidade levou o Governo dominicano a adaptar e criar novas doutrinas com base em recursos escassos.

O A-29, originalmente desenvolvido para interceptação aérea, tornou-se um produto chave no domínio marítimo. Embora ele não tenha o maior tempo de permanência e possa não ter os atributos de um B-200 King Air ou P-3 Orion, os pilotos da Força Aérea dDominicana tornaram-se bastante experientes no uso da pequena aeronave para a patrulha marítima pontual.

Trabalhando com a Força Tarefa Conjunta Interagentes Sul e a Força Aérea Colombianada Colômbia, os pilotos dominicanos desenvolveram as habilidades para assumir o monitoramento de uma embarcação marítima envolvida em atividades ilícitas e orientar as forças de segurança dominicanas na condução de interceptações marítimas ou terrestres.

Embora a Força Aérea dDominicana tenha adquirido uma nova aeronave, equipada e dedicada a aperfeiçoar o reconhecimento do domínio marítimo, os Super Tucanos permanecem continuam sendo uma parte integrante do esforço conjunto de para combater os efeitos nocivos das atividades ilícitas das TCOs.

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