GHL- Grupo de Puebla: Sobre a violência na Bolívia

Sobre a violência na Bolívia     

Condenamos o golpe de estado na Bolívia, que levou ao exílio forçado o legítimo presidente daquele país, Evo Morales e seu vice-presidente Álvaro García-Linera, e não reconhecemos aa autoridade da senhora Jeanine Añez, que se declarou presidente da Bolívia, em violação à Constituição boliviana e em processo fraudulento, uma vez que os representantes do MAS, que constituem a maioria do Senado e da Câmara, foram excluídos de participar da reunião de autoproclamação.  

Também repudiamos a violência das milícias "Macho" Camacho e da polícia regular boliviana, que resultaram em alegações de ataques muito graves aos direitos humanos na Bolívia, como o seqüestro de políticos e autoridades do MAS, ataques incendiários a residências e  edifícios de órgãos oficiais, humilhação pública de líderes e pessoas mortas. Observamos com especial preocupação a norma emitida pela Sra. Áñez e seu gabinete, eximindo as forças armadas de seu país de qualquer responsabilidade criminal, o que constitui uma auto-anistia prévia pelas graves violações dos direitos humanos, que estão sendo cometidas sob sua proteção.     

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, contou, apenas nos últimos 6 dias, 23 pessoas mortas como resultado da violência de Estado do governo ilegítimo na repressão às forças políticas que se opõem ao golpe.  Ao mesmo tempo, Bachelet denuncia a exacerbação da violência e conta em mais de 600 as pessoas que foram detidas desde 21 de outubro e insta as autoridades a fornecerem informações formais, precisas e concluídas sobre as pessoas presas, feridas  e mortas, ao mesmo tempo em que a realização de investigações rápidas, imparciais e transparentes sobre esses crimes.   

Ao mesmo tempo, denunciamos a brutalidade com que o governo ilegítimo da senhora Añez administra seu relacionamento com a imprensa, perseguindo o jornalismo de oposição boliviano, a imprensa internacional e, ao mesmo tempo, ocultando informações e montando notícias que tentam legitimar e ganhar o apoio dos públicos ao seu motim.  

É extremamente preocupante que a perseguição na Bolívia não seja apenas política, mas também racista, com discursos que exacerbam a discriminação com base na cor da pele ou na condição social de suas vítimas, numa clara tentativa de apagar a história política e cultural do país e  as realizações em matéria de inclusão e igualdade alcançadas pelo Estado Plurinacional da Bolívia.     

Em uma atitude responsável e conciliatória, o Presidente Evo Morales se colocou à disposição para realizar um grande diálogo nacional que pacifique a Bolívia e evite  mais violência.   

Nesse sentido, do Grupo Puebla   

Apelamos a todas as forças políticas responsáveis ??da Bolívia para que cessem todos os atos de violência e iniciem um processo de diálogo voltado para resolver a crise política em consonância com a democracia e a constituição da Bolívia.  Sugerimos a criação de uma Mesa de Diálogo de Partidos e Movimentos Sociais para definir um calendário eleitoral imediato, que inclua a renovação do Tribunal Nacional Eleitoral.   

Propomos a criação de uma Comissão Internacional de Acompanhamento, organizada pelas Nações Unidas com a participação de países e pessoas de alta credibilidade, que também inclui um delegado do Papa Francisco, e que dentro dela seja criada uma Comissão da Verdade para esclarecer os recentes atos de violência e os responsáveis.   

Instamos a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos a enviar o quanto antes uma missão para tratar das graves alegações de violação dos direitos humanos na Bolívia.  

Finalmente, solicitamos à comunidade internacional e a todos os organismos internacionais que se unam para garantir a paz e a proteção irrestrita dos direitos humanos.      

Assinado, 17 de novembro de 2019

Celso Amorim
Karol Cariola
Rafael Correa
Julián Domínguez
Marco Enríquez-Ominami
Camilo Lagos
Guillaume Long
Clara López Obregón
Fernando Lugo
Daniel Martínez
Verónika Mendoza
Aloizio Mercadante

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Sobre la violencia en Bolivia


 

Condenamos el golpe de estado en Bolivia que condujo al exilio forzado del presidente legítimo de ese país, Evo Morales y su vicepresidente Álvaro García-Linera, y desconocemos la autoridad de la Sra. Jeanine Añez, quien se proclamó presidenta de Bolivia, en violación de la Constitución boliviana y en un proceso fraudulento, ya que los representantes del MAS, que constituyen la mayoría del Senado y la Cámara, fueron excluidos de asistir a la reunión de autoproclamación.

Asimismo, repudiamos la violencia de las milicias “Macho” Camacho y la policía regular boliviana, lo que ha resultado en denuncias de ataques muy graves a los derechos humanos en Bolivia, como el secuestro de políticos y autoridades del MAS, ataques incendiarios en casas y edificios de organismos oficiales, humillación pública de líderes y personas muertas. Observamos con especial preocupación la norma expedida por la Señora Áñez y su gabinete exonerando a las fuerzas armadas de su país a cualquier responsabilidad penal, lo cual constituye una auto-amnistía previa por las graves violaciones a los derechos humanos que a su amparo se están cometiendo.

La Alta Comisionada de Derechos Humanos de la ONU, Michelle Bachelet, ha contabilizado, tan solo en los últimos 6 días, 14 personas muertas producto de la violencia de Estado del Gobierno ilegítimo en su represión a las fuerzas políticas que se oponen al golpe. Al mismo tiempo, la Sra. Bachelet denuncia la exacerbación de la violencia, y cuenta en más de 600 a las personas que han sido detenidas desde el 21 de octubre, e insta a las autoridades a entregar información formal, precisa y acabada de las personas arrestadas, heridas y fallecidas, al mismo tiempo que a la realización de investigaciones prontas, imparciales y transparentes, sobre estos crímenes.

Al mismo tiempo, denunciamos la brutalidad con la que el gobierno ilegítimo de la Sra. Añez maneja su relación con la prensa, persiguiendo al periodismo opositor boliviano, a la prensa internacional, y al mismo tiempo, ocultando información y montando noticias que intentan legitimar y ganar la sintonía de las audiencias a su asonada.

Es extremadamente preocupante que la persecución en Bolivia no es solamente política, sino también racista, con discursos que exacerban la discriminación por el color de piel o la condición social de sus víctimas, en un claro intento de borrar la historia política y cultural del país y los logros en cuanto a inclusión e igualdad alcanzados por el Estado Plurinacional de Bolivia.

En una actitud responsable y conciliadora, el presidente Evo Morales se ha puesto a disposición de llevar a cabo un gran diálogo nacional que pacifique a Bolivia y evite más violencia.

En este sentido, desde el Grupo de Puebla

Hacemos un llamamiento a todas las fuerzas políticas responsables en Bolivia para que cesen todos los actos de violencia e inicien un proceso de diálogo dirigido a resolver la crisis política en el marco de la democracia y la constitución de Bolivia.

Sugerimos la creación de una Mesa de Diálogo de Partidos y Movimientos sociales para definir un calendario electoral inmediato que incluya una renovación del Tribunal Nacional Electoral.

Proponemos la creación de una Comisión de Acompañamiento Internacional organizada por Naciones Unidas con participación de países y personas de alta credibilidad que incluya además un delegado del Papa Francisco, y que en su seno se cree una Comisión de la Verdad para esclarecer los hechos recientes de violencia y sus responsables.

Instamos a la Comisión Interamericana de Derechos Humanos y al Alto Comisionado de la ONU para los derechos humanos, a enviar a la mayor brevedad posible una misión para atender las serias denuncias de violación de los derechos humanos en Bolivia.

Finalmente, le solicitamos a la comunidad internacional y a todos los organismos internacionales a aunar esfuerzos para velar por la paz y por la protección irrestricta de los derechos humanos.

Firmado, 17 de noviembre de 2019

 

Celso Amorim
Karol Cariola
Rafael Correa
Julián Domínguez
Marco Enríquez-Ominami
Camilo Lagos
Guillaume Long
Clara López Obregón
Fernando Lugo
Daniel Martínez
Verónika Mendoza
Aloizio Mercadante
Ernesto Samper
Carol Proner
Dilma Rousseff
Jorge Taiana
Carlos Tomada

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