Biden diz que EUA não ‘se submeterão’ mais à Rússia

O presidente Joe Biden disse nesta quinta-feira (4) que os Estados Unidos não mais "se submeterão às ações agressivas da Rússia" e exigiram a libertação do líder da oposição russa, Alexei Navalny.

Ele também prometeu combater o "autoritarismo" tanto da China quanto de Moscou, insistindo em seu desejo de romper com a postura de Donald Trump em relação à Rússia.

Os Estados Unidos devem "enfrentar o avanço do autoritarismo, em particular as crescentes ambições da China e o desejo da Rússia de enfraquecer nossa democracia", afirmou ele em discurso no Departamento de Estado.

O discurso de Biden trouxe a Rússia de volta ao centro da agenda diplomática dos EUA depois de quatro anos nos quais Trump se recusou consistentemente a criticar Putin.

Biden disse que em seu primeiro telefonema com o líder russo desde que assumiu a Casa Branca, "deixou claro" para Putin que as relações estavam mudando.

"Os dias em que os Estados Unidos se submetiam… acabaram", declarou.

Biden também dedicou parte de seu discurso a críticas diretas sobre o tratamento pelas autoridades do ativista Alexei Navalny, um dos últimos opositores abertamente ativos de Putin, que está preso em Moscou.

"Os esforços da Rússia para suprimir a liberdade de expressão e a reunião pacífica são uma questão de profunda preocupação para nós e para a comunidade internacional", disse o presidente. Navalny "deve ser libertado imediata e incondicionalmente", exigiu.

Por outro lado, o democrata afirmou que há áreas nas quais está disposto a trabalhar com o Kremlin, em particular o tratado New START para conter armas nucleares, que nesta semana foi prorrogado por cinco anos pelos dois países. Trump havia planejado deixar o acordo expirar.

Biden diz a Putin que EUA não vão mais curvar-se diante de ações agressivas da Rússia¹

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira à Rússia que os EUA não vão mais curvar-se diante de ações agressivas de Moscou, declarando uma nova e mais dura postura de Washington.

Ao visitar o Departamento de Estado, Biden também prometeu reparar as alianças e se conectar com o mundo novamente. A "liderança americana" precisa enfrentar o autoritarismo crescente e se unir com parceiros para combater desafios globais como a pandemia de coronavírus ou as mudanças climáticas, declarou Biden.

O democrata, como era esperado, adotou um tom mais severo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, do que seu antecessor Donald Trump.

"Eu deixei claro para o presidente Putin, de maneira muito diferente do meu antecessor, que os dias dos Estados Unidos curvarem-se diante das ações agressivas da Rússia, interferindo com nossas eleições, fazendo ataques cibernéticos e envenenando cidadãos, acabaram", disse Biden. Os dois líderes falaram por telefone no final de janeiro.

"Não vamos hesitar em aumentar o custo para a Rússia e defender nossos interesses vitais e nosso povo, e seremos mais eficientes nas negociações com a Rússia quando trabalharmos em coalizão e coordenação com outros parceiros que pensam como nós", afirmou.

Como presidente, Trump foi intensamente criticado por ser muito amigável a Moscou, em meio a descobertas de agências de inteligência de que a Rússia teria interferido nas eleições presidenciais de 2016.

¹com Reuters
 

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