Taiwan realiza exercício de defesa em seu aeroporto contra simulação de ataque chinês

Taiwan realizou seus primeiros exercícios militares no Aeroporto Internacional Taoyuan nesta quarta-feira (26), uma simulação de defesa do aeroporto contra um suposto ataque da China, que forçou uma breve interrupção do tráfego aéreo comercial. 

Os exercícios fazem parte dos exercícios de guerra – as manobras de treinamento “Han Kuang” – que este ano incluíram a proteção de aeroportos civis, em um contexto de crescente pressão militar e política sobre a ilha por parte de Pequim. 

É a primeira vez que exercícios desse tipo são realizados no aeroporto Taoyuan, o maior de Taiwan, próximo à capital Taipei. 

O especialista militar Alexander Huang disse que Taiwan se inspirou na invasão russa da Ucrânia, que no ano passado impediu que paraquedistas russos tomassem o controle do aeroporto de Antonov, nos arredores de Kiev.

“Tomar o aeroporto de um adversário é fundamental para enviar um bom número de forças de ataque aéreo durante uma operação de invasão”, explicou Huang, da Universidade Tamkang de Taipei. 

“Além de familiarizar nossas forças com o comando e controle, esses exercícios também enviam um sinal a potenciais inimigos que estão se preparando para esse tipo de possibilidade”, disse à AFP. 

O tráfego aéreo foi interrompido durante meia hora para que dezenas de militares combatessem os “inimigos” que chegavam em helicópteros de ataque e pousavam na pista. 

A polícia do aeroporto e os bombeiros também participaram da operação, que, segundo o governo, busca combinar forças civis e militares para proteger infraestruturas importantes.

A China, que considera Taiwan parte de seu território, aumentou a pressão nos últimos anos e realiza incursões com aviões de guerra perto da ilha quase todos os dias. Também implantou navios nas águas territoriais de Taiwan. 

Taiwan frequentemente realiza exercícios militares, mas nos últimos meses seu componente civil aumentou. 

“Precisamos partir do conceito de ‘uma sociedade completa de defesa’, para integrar e utilizar os recursos do exército, do governo central, de governos locais e setores civis e coordenar todas as unidades para que trabalhem juntas”, disse a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, durante uma visita a uma refinaria de petróleo de Taoyuan, onde também foram realizados exercícios.

Blinken critica “comportamento problemático” da China durante visita a Tonga

(Reuters) – O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, alertou sobre “comportamento problemático” da China durante uma visita à nação insular de Tonga, no Pacífico, nesta quarta-feira, citando a militarização de Pequim no Mar do Sul da China e o que ele chamou de coerção econômica.

A crescente presença da China na região, que a viu assinar um pacto de segurança com as Ilhas Salomão no ano passado, tem alimentado a preocupação dos Estados Unidos e da Austrália sobre as ambições de Pequim e estimulado o aumento da ajuda e do engajamento do Ocidente.

Blinken disse em uma entrevista coletiva que os EUA não têm objeções ao envolvimento da China com a região, mas há preocupações de que seus investimentos precisam ser transparentes e realizados com financiamento sustentável.

“Acho que uma das coisas que temos visto é que, à medida que o envolvimento da China na região (Indo-Pacífico) cresceu, houve, de nossa perspectiva, um comportamento cada vez mais problemático”, disse ele.

Blinken conversou anteriormente com o primeiro-ministro de Tonga, Siaosi Sovaleni, sobre a importância estratégica da região do Pacífico, antes de suas visitas às duas principais potências do Pacífico Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Blinken disse que os Estados Unidos estão comprometidos tanto com Tonga quanto com as ilhas do Pacífico. Sua viagem é a mais recente de um autoridade de alto escalão dos EUA à região, e o presidente norte-americano, Joe Biden, organizou a primeira cúpula em Washington com os líderes das ilhas do Pacífico em setembro passado. Uma segunda cúpula está programada para este ano.

Nos últimos anos, a China financiou infraestrutura e aumentou sua presença diplomática na região. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, realizou uma turnê com várias paradas no Pacífico no ano passado.

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