Piñera diz que Bolívia deve respeitar tratado de fronteira

Após o presidente boliviano Evo Morales ter dito que seu país deseja um acesso soberano ao Pacífico através do território do Chile, o líder desse país, Sebastián Piñera, afirmou nesta quinta-feira que não existem assuntos territoriais pendentes entre as duas nações, mas que está disposto a dialogar. Ambas as declarações foram dadas durante reuniões da Assembleia Geral da ONU em Nova York. O presidente do Chile frisou que as conversas precisam levar em conta os tratados internacionais.

Piñera citou o Tratado de Paz e Amizade, que colocou fim à guerra entre os dois países e reconheceu as fronteiras da região como elas são até hoje. "O Tratado de Amizade foi corretamente negociado após o fim dos conflitos territoriais e aprovado e ratificado pelos parlamentos de Chile e Bolívia, de maneira livre e consentida", disse Sebastián Piñera, que acrescentou que de acordo com o direito internacional, ambos os países devem cumprí-lo.

O líder chileno disse que está disposto a dialogar com a Bolívia para encontrar soluções concretas, úteis e possíveis para as duas nações. Além dessa questão territorial, Piñera defendeu em seu discurso que a ONU revise estruturas das organizações internacionais, por entender que não é possível dirigir um mundo novo com instituições ultrapassadas, somando-se assim a declarações parecidas de outros líderes de países latino-americanos. O líder chileno disse que essas organizações surgiram no pós-guerra e não estão mais de acordo com a realidade.

Piñera argumentou ainda que a "revolução" do século XXI deve diminuir as distâncias entre os países desenvolvidos e os emergentes, e não aumentar ainda mais o fosso entre eles.

Para o presidente chileno, a América Latina teve todas as condições para superar a pobreza, entre outros fatores pela presença abundante de recursos naturais e ausência de guerras como na Europa, mas a região não soube aproveitar a revolução industrial.

"Ainda somos um continente subdesenvolvido, profundamente desigual e com cerca de um terço da população vivendo na miséria", afirmou.

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