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Países da OTAN avaliam mais armas para Ucrânia; forças russas se aproximam de Bakhmut

(Reuters) – Forças russas bombardearam tropas ucranianas e cidades ao longo da linha de frente na região de Donetsk, nesta terça-feira, no que pareciam ser as primeiras salvas de uma nova ofensiva, enquanto aliados ocidentais se reuniam em Bruxelas para planejar o aumento de suprimentos de armas para o governo de Kiev.

A cidade de Bakhmut, em Donetsk, alvo principal do Exército invasor do presidente russo, Vladimir Putin, estava em uma posição precária.

“Não há um único metro quadrado em Bakhmut que seja seguro ou que não esteja ao alcance do fogo inimigo ou dos drones”, disse o governador regional Pavlo Kyrylenko à emissora nacional da Ucrânia.

Ele afirmou que a artilharia russa estava atingindo alvos ao longo das linhas de frente em Donetsk, que junto com a região de Luhansk compõe Donbas, o coração industrial da Ucrânia e um dos principais objetivos dos russos.

Com a aproximação do primeiro aniversário da invasão, o Kremlin tem intensificado as operações em uma ampla área do sul e leste da Ucrânia, e uma grande nova ofensiva foi amplamente antecipada.

Antes de uma reunião dos ministros da Defesa da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas, o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, disse que os países ocidentais precisam aumentar o fornecimento de munição para Kiev.

“Não vemos sinais de que o presidente Putin esteja se preparando para a paz. O que vemos é o contrário, ele está se preparando para mais guerra, para novas ofensivas e novos ataques”, declarou ele a repórteres.

Os militares da Ucrânia disseram na terça-feira que suas forças repeliram ataques em cinco assentamentos em Luhansk e seis em Donetsk, incluindo Bakhmut, nas últimas 24 horas.

Eles também repeliram um ataque a uma cidade na região de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia no nordeste da Ucrânia.

“A situação é difícil como um todo, mas controlada”, disse Kyrylenko. “O inimigo não conseguiu obter sucesso tático ou estratégico lá.”

O ataque russo a Bakhmut tem sido liderado por mercenários do grupo Wagner. O Reino Unido afirmou na terça-feira que os mercenários obtiveram pequenos ganhos na periferia norte nos últimos três dias, mas um avanço ao sul de Bakhmut provavelmente teve pouco progresso.

A captura de Bakhmut forneceria um trampolim para a Rússia avançar em duas cidades maiores em Donetsk — Kramatorsk e Sloviansk — e daria à Rússia um novo impulso após meses de contratempos após sua invasão em 24 de fevereiro do ano passado.

A Rússia agora controla faixas das regiões de Kherson e Zaporizhzhia, no sul, incluindo sua usina nuclear, quase toda Luhansk e mais da metade de Donetsk, incluindo a capital regional. Apesar de não controlar totalmente nenhuma das quatro regiões, Moscou afirma ter anexado todas elas.

Com a Ucrânia desesperada por mais armas, incluindo caças e mísseis de longo alcance, ministros de vários países da Otan e outros aliados da Ucrânia no chamado grupo Ramstein estavam reunidos em Bruxelas para discutir mais ajuda militar.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, reafirmou que Washington e a Otan estão com a Ucrânia a longo prazo.

“Essa determinação compartilhada sustentará o ímpeto da Ucrânia nas próximas semanas”, disse Austin em Bruxelas.

Kremlin diz que Otan está mais envolvida em conflito na Ucrânia

O Kremlin disse nesta terça-feira que a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos Estados Unidos, demonstra diariamente sua hostilidade com a Rússia e está se envolvendo cada vez mais no conflito na Ucrânia.

“A Otan é uma organização que nos é hostil e que prova esta hostilidade todos os dias”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.

“Ela está tentando ao máximo tornar seu envolvimento no conflito em torno da Ucrânia o mais claro possível”, acrescentou Peskov.

Moscou disse que o fornecimento de armas à Ucrânia pelos países da Otan está prolongando o conflito e levantando a possibilidade de uma nova escalada. Kiev e o Ocidente dizem que as entregas de material militar avançado são cruciais para ajudar a Ucrânia a se defender contra a ofensiva russa.

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