SOCSOUTH faz pressão por maior comprometimento com os parceiros da América Latina

Donna Miles
Assessoria de Imprensa das Forças dos EUA

Apesar dos recursos reduzidos e do foco da defesa dos EUA no Oriente Médio, Ásia e Pacífico, o comandante do Comando Sul de Operações Especiais (SOCSOUTH) está empenhado não apenas em manter, mas em aumentar o comprometimento com a América Central, América do Sul e Caribe.

Um comprometimento regular e constante é chave para a principal missão do SOCSOUTH: criar capacidade de parceria para que as nações da região possam enfrentar seus próprios desafios, disse à Assessoria de Imprensa das Forças dos EUA o General Sean P. Mulholland, em Washington D.C., para um Simpósio e Exibição anual de Operações Especiais e Conflitos de Baixa-Intensidade.

“Sempre tenho mais de 300 pessoas cobrindo as Américas Central e Sul, incluindo membros das forças de operações especiais de todos os serviços e suas equipes de apoio de assuntos civis e informações militares”, disse ele. “O SOCSOUTH trabalha 365 [dias por ano], 24 horas por dia, 7 dias por semana”.

Um Boina Verde que serviu a maior parte de sua carreira na América Latina, Mulholland disse que está convencido de que um comprometimento constante estabelece um nível de credibilidade e confiança que simplesmente não seria possível através dos programas tradicionais de treinamento e exercício. “Criar uma parceria é como plantar sementes” que precisam ser continuamente regadas, disse ele.

“Não se trata de algo inusitado. Trata-se de relacionamentos pessoais e do que fazemos enquanto criamos as parcerias”, disse ele. “Trata-se de fazer sempre com que os parceiros saibam que estamos lá, em seu país, ajudando-os – seja apenas um homem ou 50 homens e mulheres. É o contato”.

Desde que assumiu o comando, em outubro, Mulholland vem fazendo um grande esforço para promover esses contatos, todos de acordo com os requisitos da nação anfitriã, em colaboração com a equipe local da Embaixada dos EUA e sob a direção do Comando Sul dos EUA.

“Não fazemos algo [que a nação anfitriã] não queira. E não fazemos algo que a embaixada não tenha aprovado”, explicou ele. “Não existe algo fantasmagórico ou oculto no que fazemos. Está tudo aberto sobre a mesa, trata-se de criar a capacidade de parceria”.

Essa capacidade é vital para enfrentarmos os desafios da região: narcotraficantes e outros criminosos transnacionais e elementos terroristas procurando apoio em espaços não governáveis entre eles. Esses grupos usam tais áreas para traficar drogas e outros carregamentos ilícitos em toda a América Central e México e, por fim, os Estados Unidos.

“A melhor maneira de interromper uma sequência é fazer com que a nação parceira tenha capacidade de segurança e consiga reduzir essa sequência”, disse Mulholland. “Posso interromper essa ponte que sobe através do México até os Estados Unidos. Posso fazer isto ajudando a criar parcerias com as unidades [da nação anfitriã] que irão lá e farão alguma coisa. Isto vem ocorrendo”.

Mulholland citou a Colômbia como um exemplo claro do que o aumento da capacitação pode conseguir.

Hoje, graças à forte liderança colombiana e ao constante apoio e comprometimento dos EUA, a Colômbia tem forças de segurança altamente respeitáveis. Além de prover a segurança de seu próprio país, elas estão agora treinando outros exércitos da região.

“Elas se tornaram exportadoras [de treinamento integrado das forças]”, disse Mulholland, utilizando o que aprenderam e compartilhando com seus vizinhos. “São latinos treinando latinos e essa é uma linda história”, disse Mulholland. “É poesia”.

Outras histórias de sucesso são encontradas no Brasil, que vem sendo há muito tempo um exemplo na região, e vêm crescendo no Panamá, Guatemala e El Salvador.

Os membros de operações especiais do SOCSOUTH ajudam as forças parceiras militares e policiais a aumentarem sua capacidade de combater o tráfico e se juntam a elas para ajudá-las a planejar e conduzir missões reais.

Isto cria um vínculo que simplesmente não seria possível através do treinamento didático tradicional ou de exercícios de curta duração, disse ele.

“Somos praticantes e não visitantes… e isto aprofunda nosso compromisso com essas nações, e elas sabem disto”, disse Mulholland. “Elas sabem que estamos a seu lado, o que a meu ver agiliza a capacidade de criar parcerias”.

Esta fórmula já foi testada e aprovada com o tempo, mesmo quando as necessidades dos tempos de guerra no Iraque e no Afeganistão imobilizaram parte da equipe e dos equipamentos do SOCSOUTH.

Agora, com o orçamento para a defesa mais apertado, ele disse que fará todo o possível para aumentar o comprometimento na região. Isto, Mulholland reconheceu, deve cortar as atividades “agradáveis” para que o foco esteja naquilo que é essencial.

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