Terror – ETA recebeu treinamento das Farc na Venezuela, diz relatório

Íntegra da apresentação do Diretor do IISS sobre o Livro: Os Documentos das FARC

O grupo terrorista basco ETA recebeu na última década treinamento, em particular sobre o uso de explosivos, das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano, segundo um relatório publicado nesta terça-feira em Londres pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS). O estudo explica que, para aprofundar suas relações, ambas as organizações se beneficiaram do ambiente permissivo propiciado pelo Governo de Hugo Chávez.

As Farc confiscaram estes arquivos, guardados em oito dispositivos de memória em uma mala, ao entrarem em território equatoriano em março de 2008, após um bombardeio no qual morreu o líder das Farc conhecido como Raúl Reyes, proprietário dos documentos. Após pedir à Interpol (polícia internacional) que verificasse que a informação não tinha sido alterada, o governo da Colômbia solicitou ao IISS que analisasse seu conteúdo, conforme explicou nesta terça-feira o diretor do instituto para ameaças transnacionais e risco político, Nigel Inkster.

Segundo o IISS, os arquivos demonstram que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) e a ETA trocaram conhecimentos técnicos sobre táticas terroristas e compartilharam planos para o assassinato de pessoas no exterior. De acordo com os documentos, o representante da ETA em Caracas, Arturo Cubillas Fontán, quem recebeu asilo sob um antigo acordo hispânico-venezuelano, esteve em contato, entre outros, com Rodrigo Granda, outro membro da cúpula da guerrilha.

O relatório do instituto ressalta que, apesar da polêmica suscitada em 2010 na Espanha pela suposta mediação do governo venezuelano na relação entre a ETA e as Farc, não há provas de que o Executivo de Chávez tenha estimulado "de nenhuma maneira" esses vínculos. "Através dos arquivos se vê que a ETA e as Farc desenvolvem uma relação pragmática, embora também haja um aspecto ideológico, mas não há provas de que fosse facilitada por Chávez, nem há nenhuma alusão à Disip (serviço de inteligência venezuelano) ou a estamentos do governo da Venezuela", disse Lockhart. O relatório do IISS divulgado em Londres se centra em analisar a evolução das Farc nos últimos anos e suas relações com os governos de Equador e Venezuela.

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