Turquia pede trégua e adverte Israel sobre mudanças regionais

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu neste domingo um cessar-fogo na Faixa de Gaza e advertiu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que as circunstâncias no Oriente Médio mudaram. "Não estamos no ano 2008, estamos em 2012 e as circunstâncias são diferentes. É preciso compreender isso", disse Erdogan dirigindo-se a Netanyahu, em discurso perante o Fórum Empresarial Egípcio-Turco no Cairo.

O líder turco fez referência à ofensiva contra Gaza conhecida como "Operação Chumbo Fundido", entre o final de 2008 e o começo de 2009, e às revoluções que durante o ano passado derrubaram regimes ditatoriais em vários países árabes, como o Egito.

Em sua declaração, o primeiro-ministro pediu "um cessar-fogo nas próximas 24 horas na Faixa de Gaza", de acordo com informações divulgadas pela agência oficial egípcia, Mena. Além disso, pediu que acabe o embargo imposto por Israel a Gaza, "de maneira gradual, para que a região se tranquilize e para que as negociações entre ambas as partes sejam retomadas imediatamente".

O líder turco criticou as grandes potências porque elas apenas querem "despedaçar e desunir o mundo islâmico" e acusou Israel de "praticar terrorismo no Oriente Médio". Por outra parte, Erdogan ressaltou a necessidade da reconciliação entre os duas principais facções palestinas, a islamita Hamas e a nacionalista Fatah, pois "se não colocarem um fim às diferenças, a causa palestina não será resolvida".

Neste domingo, Erdogan se reuniu com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, na sede da organização pan-árabe, onde analisaram os eventos no Oriente Médio, especialmente a atual crise em Gaza. Al Arabi informou ao turco sobre os resultados do encontro extraordinário que foram realizado na noite de sábado com os titulares árabes de Relações Exteriores, que decidiram sobre o envio, na próxima terça-feira, de uma delegação ministerial a Gaza.

Ontem, em discurso oferecido na Universidade do Cairo, o primeiro-ministro turco criticou Israel por recorrer a "práticas desumanas para transformar outra vez a região em um mar de sangue", em alusão à ofensiva que desde na quarta-feira passada causou a morte de 65 palestinos.

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