Após escândalos, John Kerry é cotado para assumir Defesa

O escândalo desencadeado pela revelação do general David Petraeus de que teve uma relação extraconjungal com sua biógrafa e a sua consequente renúncia ao cargo de diretor da CIA devem antecipar as mudanças no Departamento de Defesa, um dos pontos-chave no complexo rearranjo de cargos nas áreas de segurança e diplomacia para o segundo mandato de Barack Obama. Segundo o "Washington Post", o presidente considera a indicação do senador John Kerry para o lugar do atual secretário, Leon Panetta.

O senador era citado como um dos cotados para substituir Hillary Clinton no Departamento de Estado. Caso o prognóstico se confirme, a expectativa é que a nomeação para o cargo de secretária de Estado fique com Susan Rice, embaixadora dos EUA na ONU.

Mas escolher os sucessores nos dois cargos mais disputados do Gabinete de Barack Obama não é tarefa fácil, e os candidatos podem enfrentar obstáculos. Susan Rice, considerada próxima do presidente, se tornou alvo de críticas dos republicanos por suas declarações após o ataque de 11 de setembro ao consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia, no qual o embaixador Christopher Stevens e outros três americanos morreram. Estes legisladores afirmam que ela teria intencionalmente retratado o ataque como uma manifestação pacífica que acabou em violência, e não como ação terrorista premeditada. Funcionários da Casa Branca disseram ao "Washington Post" que ela apenas citou os dados de inteligência disponíveis naquele momento.

Nesta semana, o assunto deve ser discutido novamente em audiências na Câmara e no Senado. O senador Lindsey Graham afirmou que Susan precisa prestar contas por suas declarações. Neste cenário, a indicação pode se converter numa batalha do governo para que o nome dela seja aprovado no Congresso justamente quando o presidente busca construir uma relação menos polarizada em Washington.

A escolha de Kerry para um alto cargo também coloca o governo diante de um dilema. Os democratas temem que a indicação resulte na perda do assento no Senado para um republicano, como o ex-senador Scott Brown, mas a avaliação é que há uma série de opções no Partido Democrata para concorrer à vaga numa eleição especial no próximo ano, no estado de Massachusetts.

Segundo o "New York Times", um problema seria a saída de Kerry da presidência do Comitê de Relações Exteriores do Senado. O cargo seria assumido pelo senador Robert Menendez, que tem ascendência cubana e provavelmente se manifestaria contra as iniciativas de abertura ao regime dos irmãos Castro.

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