Dominó Árabe – Presidente da Cruz Vermelha pede apoio de Assad em ajuda humanitária

Gustavo Nardon
Defesanet Agência de Notícias


O novo presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, iniciou hoje uma visita à Síria, após sua chegada ontem à noite (03) em Damasco, onde pedirá às autoridades que melhorem o acesso de ajuda humanitária aos civis.

O presidente sírio, Bashar al Assad, em encontro com Maurer, na cidade de Damasco, disse que permitirá ao organismo oferecer ajuda humanitária aos civis se mantiver-se imparcial, informou um comunicado oficial. O CICV tem 50 funcionários estrangeiros e sírios no país, mas desde julho passado eles estão confinados em Damasco devido à escalada da violência.

Além de Assad, o responsável pela CICV tem intenção de reunir-se com o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem e o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim al Shaar, ministro da Saúde, Saad Abdel Salam al Nayef e com o titular de Estado para a Reconciliação Nacional, Ali Haidar.

Durante o encontro, que durou 45 minutos, Assad e Maurer falaram "dos laços de cooperação existentes entre a Cruz Vermelha e o governo sírio e do estabelecimento de um mecanismo adequado para promover tal colaboração", acrescenta o texto. Trata-se da primeira viagem de Maurer a este país desde que assumiu o cargo há dois meses.

Entre os assuntos mais urgentes que o responsável do CICV abordará com as autoridades sírias está o das dificuldades que encontram tanto seus colaboradores como os do Crescente Vermelho sírio para ajudar às vítimas da violência armada. Ambas entidades colaboram estreitamente na distribuição de ajuda, com alimentos, água e material médico para os hospitais sírios com mais afluência de feridos.

Apesar das dificuldades para trabalhar, ambas organizações entregaram assistência em comida e artigos essenciais a quase 180 mil pessoas em Damasco e sua periferia, Aleppo, Homs e alguns outros pontos do país desde meados de julho.

A chegada de Maurer ontem à noite coincidiu com uma nova jornada de violência no país, na qual mais de 100 pessoas morreram, segundo a oposição.

No início davisita à Síria, o CICV informou que seu objetivo seria discutir a "situação humanitária, que se deteriora rapidamente" no país desde que Assad vem tentando esmagar um levante contra seu regime, iniciado há 17 meses.

Violência segue

Pelo menos 36 pessoas, incluindo 17 civis, 12 soldados e sete rebeldes, morreram nesta terça-feira, de acordo com um levantamento provisório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), no dia seguinte à morte de 153 pessoas, em sua maioria civis. Além das dezenas de vítimas mortais todos os dias, mais de 100 mil sírios fugiram do país em agosto para se refugiar em países vizinhos.

"Este é o número mensal mais elevado desde o início do conflito", em março de 2011, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Genebra. No total, cerca de 235.000 sírios deixaram a Síria e 1,2 milhão migraram para outras regiões do país, onde estão alojados em edifícios públicos como escolas, desde o início da crise desencadeada por uma contestação pacífica que se transformou em uma revolta armada contra a repressão.

*Com informações adicionais da EFE, AFP e REUTERS.

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