Abusos sexuais e violência põem exército australiano na berlinda

Documentos publicados nesta sexta-feira lançam luz sobre abusos sexuais e trotes brutais contra adolescentes dentro do exército australiano, o que levou a primeira-ministra a consirerar a possibilidade de um inquérito público. A televisão pública Australian Broadcasting Corporation (ABC) teve acesso a um relatório que detalha 850 casos de abusos graves contra adolescentes, encomendado pelo governo, cujos trechos foram publicados há três meses.

Ele enfatiza a existência de uma cultura de ocultação destes casos. Além disso, indica que seus autores nunca foram processados, enquanto as vítimas que ousaram denunciar foram ostracizadas. O documento consultado pelo ABC detalha os abusos sexuais e as brutalidades cometidas contra meninos, os mais jovens de 13 anos, na década de 1950. A idade mínima para o recrutamento foi então aumentada para 17.

O ministro da Defesa, Stephen Smith, negou que sua intenção era censurar o relatório, ao não permitir a publicação de páginas selecionadas. "Eu publiquei material suficiente para provar que eram acusações sérias e questões muito preocupantes", declarou o ministro, acrescentando que o exército já provou "tolerância zero em assuntos semelhantes".

A primeira-ministra Julia Gillard descreveu como "profundamente preocupantes" as alegações contidas no relatório, cuja leitura é "muito perturbadora". "Temos agora de decidir a melhor forma de lidar com tudo isso, dado o tempo em que aconteceram estes vários fatos", disse ela aos jornalistas. A criação de "uma comissão real para analisar esses fatos, ou pelo menos para o mais graves, é uma opção".

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter