EUA rejeitou discussões sobre paz com a Coreia do Norte, diz governo americano

Os Estados Unidos rejeitaram a proposta norte-coreana de discutir um tratado de paz que pode um fim formal à Guerra da Coreia porque não houve menção ao fim das armas nucleares na península, informou neste domingo o Departamento de Estado americano.

O porta-voz John Kirby divulgou o comentário em resposta a informações publicadas pelo jornal The Wall Street Journal de que a Casa Branca teria concordado secretamente em abrir discussões sobre o processo de paz antes de Pyongyang testar mais uma vez uma bomba nuclear, em janeiro deste ano.

O jornal, citando oficiais americanos que acompanham o tema, afirmou que a administração de Barack Obama teria deixado de lado sua condição de que a Coreia do Norte reduza seu arsenal nuclear antes que se inicie qualquer discussão sobre um tratado de paz. Em vez disso, teria proposto que o programa nuclear norte-coreano fosse parte das discussões.

Pyongyang teria rejeitado a proposta e seu teste nuclear no último dia 6 de janeiro teria encerrado os planos diplomáticos, afirmou o jornal.

"Para ser claro, foi a Coreia do Norte que propôs a discussão de um tratado de paz", afirmou Kirby em um e-mail. "Nós consideramos cuidadosamente a proposta, e deixamos claro que a que o programa nuclear teria que fazer parte de qualquer discussão. A Coreia do Norte rejeitou nossa resposta".

O país asiático busca há muito tempo um tratado de paz com os Estados Unidos para a guerra da Coreia de 1950-53, assim como pede que o governo americano encerre os exercícios militares feitos em conjunto com a Coreia do Sul.

No dia 6 de janeiro, o governo norte-coreano anunciou que havia testado um artefato nuclear que afirma ser uma bomba de hidrogênio, provocando a condenação de seus vizinhos e dos Estados Unidos. Algumas semanas depois, o país lançou um foguete de longa distância carregando o que declarou ser um satélite, e recebeu novas críticas.

Kerry afirma que acordo para cessar-fogo na Síria está próximo

O Secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou neste domingo foi alcançado um acordo provisório com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para uma suspensão das hostilidades na Síria e que um cessar-fogo definitivo está mais próximo do que nunca.

Kerry, no entanto, apontou que ainda existem temas para serem resolvidos e ele não espera nenhuma mudança imediata na situação do país. Em Homs, dois carros-bomba explodiram neste domingo, matando 46 pessoas, e outras explosões atingiram partes da capital síria, Damasco.

Ataques aéreos lançados pela Rússia em setembro contra rebeldes contrários ao presidente Bashar al-Assad aumentaram a destruição na Síria, onde uma guerra civil de cinco anos já matou mais de 250 mil pessoas.

Assad afirmou no último sábado que estaria pronto para um cessar-fogo na condição de que terroristas não usasse uma diminuição nas batalhas para tirar vantagem e que os países que tem apoiado os rebeldes parassem de lhes dar suporte.

Antes, a oposição síria afirmou que concordaria com uma trégua temporária, desde que os aliados de Damasco, incluindo a Rússia, parassem com os ataques, que cercos fossem levantados e fosse permitida a distribuição de alimentos e medicamentos em todo o país.

"Atingimos um acordo provisório, em princípio nos termos de uma interrupção de hostilidades que poderá começar nos próximos dias", disse Kerry em uma entrevista em Amman junto com o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judeh. "Os detalhes para essa cessação das hostilidades estão sendo finalizados. De fato, estamos próximos de um cessar-fogo como nunca estivemos".

O secretário de Estado não quis dar detalhes sobre os temas ainda em discussão, afirmando que os dois lados "estão trabalhando sobre os detalhes" do acordo. Mas repetiu que a posição dos Estados Unidos, de que Assad deve deixar o governo, se mantém. "Com Assad essa guerra não pode e não irá terminar", afirmou.

O destino de Assad tem sido um dos principais pontos de diferença entre Washington e Mascou, que é o principal apoiado do líder sírio. Recentemente, o governo russo tem dito que o destino de Assad deveria ser decidido pelos sírios, mas ainda mantém os ataques aéreos em apoio ao presidente da Síria.

DIÁLOGO ENTRE OBAMA E PUTIN

De acordo com Kerry, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, devem conversar nos próximos dias sobre o acordo temporário, que vem sendo discutido por Kerry e Lavrov em vários telefonemas nas últimas semanas. O Ministério das Relações Exteriores confirmou as conversas entre Kerry e Lavrov neste domingo.

Apesar do acordo provisório, Kerry afirmou não ver a possibilidade de mudanças imediatas na Síria. "Eu não creio que nos próximos dias, enquanto tentamos por em prática esse acordo, vá acontecer alguma mudança significativa. A oposição deixou clara sua determinação de continuar lutando.

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