Kremlin diz que expansão da Otan para Leste Europeu irá levar a retaliação russa

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta-feira que a expansão contínua da OTAN para o Leste Europeu vai levar a medidas retaliatórias por parte da Rússia.

A aliança militar OTAN convidou nesta quarta-feira Montenegro para participar do grupo.

Peskov acrescentou, em entrevista a jornalistas, que as sanções impostas pela Rússia sobre a Turquia por conta do abatimento de um avião de guerra são diferentes das que o Ocidente impôs à Rússia pela crise na Ucrânia, à medida que as sanções russas na Turquia são preventivas e por questões de ameaças terroristas.

OTAN convida Montenegro para se juntar à aliança, em desafio à Rússsia

Os ministros das Relações Exteriores da Otan receberam a pequena nação de Montenegro em sua aliança militar nesta quarta-feira, na primeira expansão do grupo desde 2009, desafiando as advertências russas de que uma ampliação do bloco liderado pelos Estados Unidos nos Bálcãs era uma "provocação".

Em uma sessão roteirizada na sede da Otan, em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores de Montenegro, Igor Luksic, entrou na sala de conferências recebendo aplausos, à medida que o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, declarou: "este é o início de uma linda aliança".

Diplomatas da Otan disseram que a decisão de convidar o Estado de 650 mil habitantes envia uma mensagem para a Rússia de que Moscou não possui um veto na expansão da Otan, mesmo que a candidatura da Geórgia tenha sido complicada pela guerra de 2008 com a Rússia.

Após a Albânia e a Croácia se juntarem à Otan em 2009, somente a Sérvia, aliada mais próxima da Rússia nos Bálcãs, não busca ativamente participação na aliança.

Moscou se opõe a qualquer extensão da Otan para regiões ex-comunistas no leste e sudeste da Europa, como parte de uma luta por influência sobre países que estavam sob o satélite da antiga União Soviética.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse em setembro que qualquer expansão da Otan era "um erro, talvez uma provocação". Em comentários à mídia russa, ele descreveu a então chamada política de portas abertas da Otan como "irresponsável".

Ministros das Relações Exteriores da Otan cortaram contatos formais com a Rússia em abril do ano passado, após Moscou anexar a península da Crimeia, da Ucrânia, e gerar um conflito no leste ucraniano, que deixou mais de 8 mil mortos.

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