Coalizão bombardeia aeroporto para impedir pouso de avião iraniano no Iêmen

Caças de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardearam a pista do aeroporto de Sanaa, no Iêmen, nesta terça-feira, para impedir o pouso de um avião iraniano, disseram os sauditas, enquanto o conflito matou ao menos 30 pessoas em outras partes do país.

O vice-presidente iemenita, Khaled Bahah, pediu aos militantes houthis nesta segunda-feira que considerem uma determinação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo fim do conflito, que levou o país a uma catástrofe humanitária, segundo a Cruz Vermelha.

Os houthis assumiram o controle de Sanaa em setembro do ano passado, exigindo um governo mais inclusivo e um maior combate à corrupção. Os entendimentos com o presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, não tiveram sucesso e ele fugiu para o exílio. O caos se estabeleceu quando as forças houthis avançaram para o sul, enfrentando unidades do Exército leais ao governo, tribos regionais e militantes da Al Qaeda.

O maior país exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, incomodado com o que entende como uma expansão da influência iraniana na região, tem liderado uma coalizão de países do Golfo Árabe e promovido, desde março, ataques aéreos contra alvos houthis.

O governo saudita disse, na semana passada, que a campanha seguiu para uma nova fase, mas os confrontos se intensificaram desde domingo.

Em Sanaa, caças sob comando saudita bombardearam a pista do principal aeroporto do Iêmen para evitar o pouso de um avião iraniano, disseram autoridades de ambos os lados, o que complicará ainda mais os esforços humanitários para levar a ajuda cada vez mais necessária ao país.

O brigadeiro general Ahmed Asseri, porta-voz da coalizão saudita, disse à Reuters que o aeroporto foi bombardeado depois que uma aeronave iraniana se recusou a coordenar sua aproximação com a coalizão e que o piloto ignorou ordens para recuar.

Ele acrescentou que o bombardeio inutilizou a pista para receber voos com ajuda humanitária. Autoridades aeroportuárias afirmaram que uma aeronave civil operada pela Yemeni Felix Airways pegou fogo, assim como um avião de carga.

Um representante da agência de aviação civil iemenita disse que 20 incursões aéreas destruíram as pistas tanto de pouso como de decolagem.

A agência de notícias estatal iraniana Irna confirmou o incidente e disse que os pilotos haviam ignorado avisos "ilegais" de caças sauditas para que retornassem, antes de a pista ser bombardeada. A agência disse que o avião carregava suprimentos de ajuda humanitária para Sanaa.

O canal de televisão al-Masirah, controlado pelos houthis, afirmou que o avião levaria feridos para tratamento no Irã.

Uma autoridade da aviação civil iemenita disse que o aeroporto da cidade de Hodeidah, às margens do Mar Vermelho, também havia sido bombardeado. Autoridades disseram que voos de ajuda poderiam ser desviados para Hodeidah até que o aeroporto de Sanaa seja arrumado.

Casa de líder Houthi é bombardeada

Na manhã desta terça-feira, caças sauditas bombardearam uma casa que moradores locais disseram pertencer a Abdullah Yahya Hakim, um dos principais líderes dos houthis a ser incluído, em novembro, numa lista negra pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Ao menos 15 pessoas foram mortas em confrontos no distrito de Sirwah e nos arredores da cidade de Magrib, disseram fontes na região, quando tribos aliadas a Hadi tentaram deter o avanço dos houthis e de tropas leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh.

Na província de Al Dhalea, no sul do país, milicianos locais disseram ter matado ao menos 13 combatentes, entre houthis e soldados leais a Saleh, em duas emboscadas separadas. Atiradores de elite também mataram dois civis em Áden, disseram moradores.

O número de pessoas desalojadas pela violência do conflito dobrou desde a estimativa anterior de 150 mil pessoas, feita em 17 de abril, disse o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) nesta terça-feira.

Em um pronunciamento transmitido a partir da Arábia Saudita, o vice-presidente Bahah disse que os iemenitas deveriam buscar uma solução negociada para a crise, baseados numa resolução emitida em abril pelo Conselho de Segurança da ONU.

Os houthis já expressaram sua rejeição à resolução, que impõe um embargo armamentício sobre eles e aliados de Saleh, além de exigir que deponham suas armas e desocupem as cidades iemenitas.

Forças iranianas embarcam em navio das Ilhas Marshall no Golfo Pérsico, diz Pentágono

Forças iranianas embarcaram em um navio de carga com bandeira das Ilhas Marshall no Golfo nesta terça-feira, após embarcações da patrulha dispararem tiros de advertência e pedirem que seguisse para águas iranianas enquanto atravessava o Estreito de Hormuz, informou o Pentágono.

O navio, o MV Maersk Tigris, inicialmente ignorou barcos da patrulha iraniana que pediram para que seguisse para território do Irã, mas obedeceu após os navios dispararem diversos tiros de advertência, disse ocCoronel do Exército dos Estados Unidos Steve Warren.

Forças dos EUA na região responderam a chamadas de socorro do Maersk Tigris e enviaram o destróier USS Farragut para monitorar a situação, junto com uma aeronave de reconhecimento. Nenhum cidadão norte-americano estava dentro do navio de carga, disse Warren.

Agência de notícias iraniana diz que Irã invadiu embarcação dos EUA

A agência de notícias semioficial do Irã Fars disse nesta terça-feira que o Irã assumiu o controle de um navio dos EUA e de seus 34 tripulantes por "ultrapassar" suas águas territoriais.

A Fars não citou qualquer fonte.

 

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