Embaixador da OLP garante que países europeus apoiarão independência

Jerusalém, 13 jul (EFE).- O embaixador da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) diante da ONU, Riyad Mansur, garante que países europeus apoiarão em setembro a solicitação dos palestinos de serem admitidos como membro de pleno direito.

"Em breve teremos notícias muito interessantes" sobre o reconhecimento de países europeus do Estado palestino e será "antes de setembro", quando a OLP pretende apresentar sua solicitação, diz Mansur em entrevista publicada nesta quarta-feira o jornal israelense "Ha'aretz".

Embora não mencione os países que supostamente apoiarão a campanha palestina de reconhecimento na ONU, o jornal acredita que poderiam ser Suécia, Irlanda e talvez a Espanha, país que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Mahmoud Abbas visitará na próxima semana para pedir seu apoio.

À frente da campanha diplomática para conseguir o reconhecimento de um Estado que não obtiveram em quase 20 anos de negociações com Israel, Mansur destaca que embora saiba que nada mudará na manhã seguinte ("o sol continuará saindo do Oriente"), uma votação a favor dos palestinos no seio da Assembleia Geral seria algo muito mais do que "simbólico".

"O Governo israelense está lutando contra nós pedindo à comunidade internacional que não nos reconheça. Se fosse simbólico por que teria tanto empenho de lutar contra. Definitivamente não será (um reconhecimento) simbólico", opina.

Os palestinos garantem ter ao menos dois terços dos votos da Assembleia Geral a favor do reconhecimento de um Estado e esperam com isso "maximizar a pressão sobre o Conselho de Segurança".

"Qual será o argumento daquele que nos privar de nosso direito de união à comunidade de nações?", questiona em alusão às advertências feitas pelos Estados Unidos que vetarão a decisão no Conselho.

EUA e Israel se opõem a uma decisão unilateral palestina de comparecer à ONU em busca de reconhecimento, enquanto a União Europeia se inclina por reativar as negociações de paz imediatamente para oferecer alguma alternativa aos palestinos e que não exijam um debate um interno que coloque em apertos sua política externa comum.
Alemanha, por exemplo, já anunciou que não reconhecerá um Estado fora das negociações com Israel, enquanto que outras potências da UE o aprovam "a princípio", mas preferem claramente a opção negociada.

O Quarteto de Madri (EUA, UE ONU e Rússia) reuniu-se em Washington nos dois últimos dias para tentar reativar as estagnadas conversas, mas não conseguiu uma declaração que satisfaça às duas partes.

"A decisão do Quarteto de despachar enviados é uma maneira bonita de dizer que fracassaram. Os americanos simplesmente não puderam convencer os israelenses", explicou Mansur.

Compara a situação dos palestinos com a de Israel em 1947 e 1948, e vaticina que a aceitação do Estado da Palestina na ONU não será imediata, mas que a votação na Assembleia será um processo "histórico" que "abrirá o caminho da declaração de independência".

EFE
elb/dm

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