China critica despesa militar dos EUA por crise econômica

O cargo máximo militar chinês, Chen Bingde, criticou nesta segunda-feira a despesa militar de Washington em plena recuperação econômica durante um encontro com seu colega americano, o chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA Mike Mullen.

"Sei que os EUA estão se recuperando da crise financeira. Sob estas circunstâncias, não é muita pressão para seus contribuintes gastarem tanto dinheiro em seu Exército?", assinalou o militar chinês, em declarações publicadas pela agência de notícias "Xinhua".

O chefe do Estado-Maior do Exército de Libertação Popular (ELP) da segunda potência econômica, principal detentor da dívida dos EUA com US$ 1,15 trilhão em bônus do Tesouro, recomendou seu colega que seu Governo reduza sua despesa militar.

Em seu encontro desta segunda-feira, o militar chinês qualificou também de "inapropriadas" as manobras que os EUA realizam no mar da China Meridional, depois dos conflitos protagonizados por navios chineses, filipinos e vietnamitas em zonas próximas aos arquipélagos Spratly e Paracel, ricas em recursos petroleiros.

"Quanto às disputas sobre estas ilhas e suas águas territoriais no mar da China Meridional, podemos solucioná-las mediante o diálogo e a via diplomática. O momento para as manobras dos EUA é inadequado", assegurou Chen Bingde, chefe do Estado-Maior do Exército de Libertação Popular da China, durante um encontro com seu colega americano, Mike Mullen.

As palavras do militar chinês se produzem um dia depois que Mullen assegurasse, em seu primeiro dia de visita em Pequim, que os EUA não tinham previsto abandonar a zona marítima disputada, que pode ser cenário de um conflito com graves consequências, segundo suas palavras.

O militar americano assegurou que se tratava de exercícios em grande escala que tinham sido preparados com adiantamento, ao que Chen contestou que poderiam ser programados de novo.

Esta é a primeira visita de um alto militar dos EUA à China depois que os dois exércitos congelassem seus intercâmbios em 2010 devido à venda de armamento de Washington a Taiwan, uma ilha escondida do país asiático desde 1949 à qual Pequim segue considerando parte de seu território.

A visita de Mullen se produz em reciprocidade à realizada por Chen em maio aos Estados Unidos a fim de estreitar seus laços bilaterais, devido à necessidade mútua das duas principais potências econômicas.

O Pentágono e seus aliados na Ásia Pacífico criticaram nos últimos anos o aumento da despesa militar chinesa, e alertado sobre os riscos que poderia desencadear na região.

O orçamento de defesa da China se tornou neste ano no segundo, com US$ 95 bilhões, embora ainda muito longe do primeiro, o dos EUA, com US$ 650 bilhões.

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