Rússia realiza exercícios militares na Crimeia e regiões separatistas da Geórgia, diz RIA

A Rússia iniciou exercícios militares no sul do país, assim como na Ossétia do Sul e Abkhazia, regiões separatistas da Geórgia, e na Crimeia, anexada da Ucrânia no último ano, relatou a agência RIA nesta quinta-feira, citando o Ministério da Defesa russo.

Mais de 8.000 soldados de infantaria iniciaram os exercícios, que se devem prolongar até abril em diversas regiões que incluem o sul da Rússia, a Crimeia, a Arménia e as repúblicas secessionistas da Ossétia do Sul e Abkházia, situadas na Geórgia.

A agência RIA Novosti definiu estas manobras como as mais importantes dos últimos anos, devido aos meios envolvidos.

A frota russa do Mar Negro, na Crimeia, também iniciou exercícios separados, utilizando aviões militares para simular um ataque aos seus navios equipados com mísseis.

A marinha também efetua novas manobras no Mar do Japão, extremo leste do país, e no Mar de Barents, a norte. Na Rússia central, cerca de 200 tropas russas defrontam-se com uma simulação de guerra urbana, com o recurso a tanques e veículos blindados para "atacar uma cidade", referiram responsáveis militares.

A Rússia desencadeou em fevereiro exercícios em larga escala que envolveram milhares de soldados junto às suas fronteiras com os três Estados do Báltico, ex-repúblicas soviéticas e membros da União Europeia (EU) e NATO desde 2004, e que têm reagido com apreensão à suposta ingerência de Moscovo no conflito ucraniano.

Os Estados Unidos também lançaram um exercício militar de três meses na Estónia, Letónia e Lituânia, fazendo deslocar 3.000 tropas para a linha da frente e que se envolveram em manobras destinadas a "demonstrar a nossa determinação ao Presidente [Vladimir] Putin e à Rússia de que podemos ser bem-sucedidos de forma coletiva".

Segundo a NATO, Putin ordenou em 2014 um conjunto de súbitas manobras militares junto às fronteiras com a Ucrânia, e Moscovo concentrou 40.000 tropas ao longo da fonteira leste ucraniana.

Desde então, o líder do Kremlin tem sido acusado de apoiar e armar os separatistas ucranianos, no leste do país, num conflito que desde a primavera de 2014 já provocou 6.000 mortos e dezenas de milhares de deslocados e refugiados.

A NATO tem reforçado as suas posições no flanco leste da Europa, com uma força de 5.000 soldados e seis centros de comando nos Estados do Báltico, Bulgária, Polónia e Roménia.
 

EUA colocam mais rebeldes ucranianos em lista negra e ampliam ajuda não letal a Kiev

Os Estados Unidos impuseram sanções a oito rebeldes ucranianos e a um banco russo e anunciaram mais ajuda não letal à Ucrânia nesta quarta-feira, depois de acusarem os separatistas apoiados pela Rússia de romperem o cessar-fogo mediado por países europeus.

Washington está aumentando a pressão sobre Moscou um dia depois de afirmar que a Rússia enviou tanques e equipamento militar pesado à Ucrânia, uma violação do acordo firmado em Minsk, capital de Belarus, no dia 12 de fevereiro.

Sediado em Moscou, o recém-punido Russian National Commercial Bank (RNCB) se tornou em 2014 o primeiro banco russo a abrir agências na Crimeia após sua anexação pelos russos. Segundo a agência de notícias russas Interfax, que trata a Crimeia como parte da Rússia, o RNCB foi avaliado como o 142º do país em bens no ano passado.

Maior credor russo, o banco estatal Sberbank concedeu sua ex-rede na península do Mar Negro ao RNCB depois da anexação. O banco foi sancionado pela União Europeia em 2014.

O RNCB afirmou que as sanções “não representam uma ameaça a suas atividades atuais” e que “no momento, o RNCB não tem ativos nos Estados Unidos”.

A ajuda à Ucrânia inclui cerca de 200 veículos Humvees desarmados e 30 com blindagem, disse um funcionário da Defesa dos EUA sob condição de anonimato, e também um número indeterminado de drones (aeronaves não-tripuladas) de reconhecimento sem armas, segundo ele.
 

Merkel recusa convite de Putin para comemoração do fim da 2ª Guerra em Moscou

A chanceler alemã, Angela Merkel, não irá comparecer a uma cerimônia oficial em Moscou no dia 9 de maio para marcar o 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial devido às tensões da crise na Ucrânia, disseram autoridades do governo nesta quarta-feira.

“À luz dos acontecimentos na Ucrânia, é impossível para Merkel participar da tradicional parada militar na Praça Vermelha”, afirmou um funcionário alemão.

Entretanto, a chanceler irá depositar uma coroa no Monumento do Soldado Desconhecido na capital russa um dia depois.

Merkel visitou Moscou em 6 de fevereiro na companhia do presidente francês, François Hollande, para preparar com o presidente russo, Vladimir Putin, um acordo para pôr fim aos combates no leste ucraniano.

A União Europeia e os Estados Unidos acusam a Rússia de armar os separatistas no fronte de batalha e de reforçar suas fileiras com soldados.

Moscou vem negando repetidamente seu envolvimento e culpa os EUA por incitarem o governo pró-Ocidente de Kiev à guerra.

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