EUA abandona investigações contra agentes da CIA

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira que abandonou a maioria das investigações contra agentes da Agência Central de Inteligência (CIA) sobre supostas técnicas de interrogatório violentas para concentrar-se em uma só investigação, sobre a morte de detidos. "O departamento estimou que uma investigação profunda sobre temas pendentes não se justifica", declarou o procurador-geral, Eric Holder, em um comunicado.

Contudo, Holder anunciou que abrirá uma investigação para determinar as circunstâncias da morte dos detidos nas prisões da CIA após os atentados de 11 de setembro de 2001, cuja identidades não foram reveladas. Em 2009, Holder pediu ao procurador John Durham para revisar os interrogatórios da CIA feitos a 101 detidos em lugares secretos no estrangeiro para determinar se foram violadas as leis. O anúncio desta investigação provocou uma onda de críticas.

O chefe da CIA, Leon Panetta, que substituirá a partir de sexta-feira a Robert Gates na direção do Pentágono, felicitou a decisão. "É meu último dia como diretor (da CIA) e celebro a notícia de que podemos finalmente encerrar esse capítulo da história da nossa agência", declarou Panetta na quinta-feira.

Organizações de defesa dos direitos humanos estimam que a avaliação dos interrogatórios não foi suficientemente cuidadosa e que práticas questionáveis foram utilizadas durante a administração de George W. Bush. Contudo, os membros da equipe Bush, entre eles o ex-vice-presidente Dick Cheney, sempre afirmaram que essas investigações constituem um "ato político escandaloso".

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