A Nova Zelândia ilustra bem isso. O país oferece uma raridade: milhares de quilômetros quadrados de áreas marítimas não exploradas. A indústria do petróleo é relativamente pequena no país, representando seu quarto maior produto de exportação, atrás da madeira, produtos lácteos e de carnes e miúdos, em 2009. Naquele ano, o país anunciou seu plano de desenvolver seus recursos petrolíferos.

Outros países também estão relaxando suas regulamentações. Em maio, o governo britânico propôs um novo sistema para pagar proprietários em cujas terras empresas estejam explorando petróleo e gás de xisto. O país também criou incentivos fiscais para a exploração marítima.

Recentemente, o Canadá facilitou a aprovação de projetos de oleodutos e governos regionais investiram na aquisição de dados sobre reservas no fundo do mar com o objetivo de atrair empresas. A geologia promissora e o governo estável, com o qual é fácil lidar, são vantagens, diz Anita Perry, vice-presidente da BP para assuntos governamentais na região. "Eles criaram regras boas e claras, com as quais podemos trabalhar", diz ela.

Na Nova Zelândia, o governo obteve imagens do fundo do mar para atrair petrolíferas, leiloou novas áreas de exploração e pediu conselhos a empresas de petróleo e gás sobre como elaborar novas regulamentações. As autoridades do governo apoiam a indústria, diz Garth Johnson, diretor-presidente da Tag Oil Ltd. , que ampliou os gastos com exploração no país, acrescentando que as "taxas de royalty são atraentes".

Uma dificuldade na Nova Zelândia foi criada pelos ambientalistas, que há tempos brigam contra a exploração de petróleo. Em 2010, eles geraram alvoroço ao divulgar planos do governo de permitir a exploração em certas áreas de proteção ambiental. O governo acabou voltando atrás.

Também em 2010, a Petrobras SA  concordou em gastar US$ 118 milhões para explorar campos marítimos do país. Mas uma flotilha do grupo ativista Greenpeace cercou seu navio de perfuração. A empresa acabou deixando o país sem perfurar nenhum poço. Uma porta-voz da Petrobras diz que as iniciativas da empresa "mostraram que não havia reservas suficientes de petróleo e gás". Dois membros do governo neozelandês dizem acreditar que os ambientalistas foram os responsáveis.

A saída da Petrobras foi um revés e o governo redobrou seus esforços para que potenciais exploradores se sintam bem-vindos. Ele convidou dez executivos de companhias de petróleo para assistir ao campeonato de rúgbi, em 2011. O evento incluiu passeios de veleiro, degustações de vinhos e palestras de um consultor de petróleo contratado pelo governo, que explicou aos executivos como a regulação da Nova Zelândia facilita a exploração.