General é assassinado e 15 militares ficam feridos em ataque no Afeganistão

Em um episódio sem precedentes desde a queda do regime Taleban, em 2001, um general dos Estados Unidos foi morto a tiros nesta segunda-feira por um soldado afegão próximo à capital Cabul, informaram autoridades americanas.

O ataque aconteceu em uma academia militar administrada pela Grã-Bretanha. Outros 15 militares ficaram feridos, e metade deles seriam americanos. Um general alemão também estaria entre os mortos.

Segundo o ministro de Defesa do Afeganistão, o soldado afegão foi morto momento depois de abrir fogo dentro da academia militar.

O general americano é o militar internacional de mais alta patente a ser morto desde o início da Guerra do Afeganistão, há 13 anos.

A reportagem da BBC apurou que o incidente ocorreu na base Qargha depois de um desentendimento. Segundo fontes do governo afegão, o soldado envolvido no ataque ingressou nas Forças Armadas do país há três anos.

Desavença

O incidente teria ocorrido no final da manhã desta terça-feira ou no horário do almoço, após uma discussão entre moradores e um soldado afegão armado. O militar teria, então, aberto fogo contra um grupo numeroso, formado por tropas internacionais e locais.

Até terminar sua munição, mais de 12 pessoas já haviam sido baleadas, de acordo com informações levantadas pela reportagem da BBC.

O comandante afegão da academia administrada pela Grã-Bretanha, general Gulam Sakhi, está entre os feridos.

Segundo fontes militares, um general alemão também foi atingido pelos disparos. Pelo menos um soldado britânico ficou ferido.

O centro de treinamento onde aconteceu o ataque tem como modelo a famosa academia militar de Sandhurst, na Grã-Bretanha, e será a única presença militar do país no Afeganistão com a retirada das tropas britânicas, neste ano. A estrutura passou a aceitar cadetes no ano passado.

Segundo um porta-voz das Forças Armadas do Reino Unido, o incidente está sob investigação e "seria inapropriado fazer qualquer comentário neste momento".

Já a Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf, na sigla em inglês), liderada pela Otan, confirmou, por meio de um comunicado, que "um incidente ocorreu envolvendo um afegão e tropas da Isaf em Qargha".

"O acampamento, também conhecido como Kabul ANA Officer Academy, é uma estrutura das Forças de Segurança Nacional do Afeganistão. Estamos no processo de avaliar a situação".

Passado sangrento

A academia está localizada em uma longa cadeia montanhosa próxima à capital do Afeganistão, Cabul.

Curiosamente, no passado, o local serviu como base para reuniões táticas das Forças Armadas afegãs para combater militares de outros países, como Grã-Bretanha e a antiga União Soviética.

Em 2013, cerca de 10 mil candidatos se inscreveram para compor os quadros da academia.

Pouco depois, houve um episódio semelhante ao desta terça-feira. Um soldado afegão em um quartel próximo abriu fogo, ferindo colegas australianos e neozelandeses.

A base reúne soldados de diferentes nacionalidades, incluindo um grande contingente de militares americanos.

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