República Centro-Africana: confrontos deixam ao menos 281 mortos, diz CV

A Cruz Vermelha na República Centro-Africana recolheu os corpos de 281 pessoas mortas durante dois dias de violência na capital do país, Bangui, disse o presidente da organização humanitária nesta sexta-feira.

Pastor Antoine Mbao Bogo disse que os funcionários tiveram que interromper os trabalhos ao anoitecer, mas que o número de mortos provavelmente subirá significativamente no fim de semana, quando as operações serão retomadas. "Amanhã (sábado) vai ser um dia de monstro. Vamos trabalhar amanhã e acho que vamos precisar de um quarto dia também", disse ele.

Golpe 

Vackat Thierry, conselheiro do Conselho Nacional de Transição da República Centro-Africana, admite que a situação piorou muito depois da destituição do presidente François Bozize, em 24 de março de 2014. “Desde a queda dele, enfrentamos uma série de extorsões por parte dos membros da milícia Seleka. Fazendeiros formaram grupos de defesa motorizada”, contou. Ele teme ser alvo da violência. “Nós não estamos seguros enquanto esperamos pele chegada do Exército francês. 
 

Qualquer pessoa pode invadir nossa casa e nos matar”, acrescentou. Nos confrontos de ontem, pelo menos 53 corpos de muçulmanos foram localizados dentro das mesquitas. Um camaronense que não quis se identificar, morador de Bangui, relatou ao Correio ter visto soldados feridos sendo transportados em jipes militares. “Vejo isso tudo como uma clara tentativa de golpe antes da intervenção francesa.”

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