EUA enviam tropas especializadas ao Iraque

Os Estados Unidos estão enviando tropas "especializadas" ao Iraque para combater o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), afirmou nesta terça-feira (01/12) o secretário americano de Defesa, Ashton Carter.

O chefe do Pentágono disse ainda que a "força expedicionária especializada direcionada" está sendo implementada no Iraque para auxiliar as forças de segurança iraquianas e os combatentes peshmerga no luta contra o grupo jihadista.

"Esses militares poderão conduzir operações, libertar reféns, reunir inteligência e capturar os líderes do EI", afirmou Carter, sem anunciar o número de soldados que participarão da missão e onde será a base do grupo.

Carter não revelou detalhes sobre o grupo, que não tem relação com o envio de 50 militares americanos de operações especiais à Síria para coordenar ações com grupos rebeldes apoiados pelos EUA.

O secretário ressaltou, no entanto, que o movimento está em plena coordenação com o governo iraquiano. "Essa força estará em uma posição para conduzir operações unilaterais para a Síria", acrescentou e disse que os EUA estão preparados para expandir o papel de suas forças especiais em território sírio.

"A comunidade internacional, incluindo nossos aliados e parceiros, tem que intensificar antes que outro ataque como Paris ocorra. Quanto mais contribuições recebermos de outras nações, maior o poder de combate que alcançaremos com nossa própria força", disse Carter.

Em 2014, os jihadistas tomaram o controle de várias áreas no Iraque e na Síria, onde proclamaram um califado que abrange a região que vai de Aleppo, no norte sírio, até Diyala, no leste iraquiano. Em setembro do mesmo ano, os Estados Unidos e uma coalizão internacional começaram a lançar ataques aéreos na Síria contra alvos do "Estado Islâmico", ao expandir a campanha que teve início no Iraque.
 

Governo alemão define missão contra o "Estado Islâmico"

O governo alemão definiu nesta terça-feira (1º/12) como será a missão da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) contra o grupo terrorista "Estado Islâmico" na Síria e no Iraque. O projeto segue agora para votação no Bundestag (câmara baixa do Parlamento), onde o governo tem ampla maioria.

O plano prevê o envio de 1.200 militares e se refere à participação nos ataques aéreos ao "Estado Islâmico". A Alemanha vai colaborar com aviões de reconhecimento do tipo Tornado , um navio de guerra que ajudará na segurança de um porta-aviões francês e um avião-tanque.

Como é usual nesses casos, a missão tem um mandato inicial de um ano. O custo estimado é de 134 milhões de euros. A planejada atuação da Bundeswehr é uma resposta aos ataques terroristas de 13 de Novembro em Paris.

Se aprovada, essa será a maior missão militar que a Alemanha mantém no exterior atualmente. Os líderes dos partidos que formam a coalizão de governo ainda não se manifestaram sobre o projeto. O partido de oposição A Esquerda disse que vai votar contra, e também setores do Partido Verde devem rejeitar a proposta.

O presidente do Deutscher Bundeswehrverband, associação que reúne os funcionários e militares das Forças Armadas, estima que o combate ao "Estado Islâmico" vá durar bem mais do que dez anos. Em entrevista à emissora ARD, ele lembrou que o grupo não está presente apenas na Síria e no Iraque, mas também no norte da África.

Para ele, ataques aéreos não bastam para derrotar o grupo, sendo necessária também a presença de tropas terrestres.
 

Cameron busca apoio do Parlamento para bombardear Síria

O Parlamento do Reino Unido vai votar nesta quarta-feira (02/12) sobre a participação do país nos ataques aéreos na Síria a alvos do grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI), depois de meses de desavenças entre os conservadores e a oposição trabalhista.

"Posso anunciar que vou recomendar ao gabinete amanhã [terça-feira] que tenhamos um debate e um voto na Câmara dos Comuns sobre os ataques aéreos", declarou o primeiro-ministro David Cameron, garantindo que "vai haver um debate prolongado e cheio na quarta-feira".
 

Cameron defende que as aeronaves britânicas, que já estão bombardeando alvos do EI no Iraque há mais de um ano, também deveriam atacar a organização terrorista na Síria.

Mas o líder trabalhista Jeremy Corbyn, um conhecido ativista contra a guerra, acusa o premiê de "correr para a guerra" e pediu aos parlamentares trabalhistas pró-bombardeios na Síria que repensem suas posições.

Na véspera da votação, o debate entre os dois lados voltou a se acirrar, com Cameron chamando os trabalhistas de simpatizantes do terrorismo.

O premiê, que quer evitar uma derrota parlamentar semelhante à de 2013, quando estavam em debate os planos para bombardear forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, deixou claro que só levaria a questão para ser votada se tivesse certeza de suas chances de vitória.
 

As chances, de fato, são boas, pois Corbyn optou por liberar os parlamentares trabalhistas para votarem de acordo com as suas consciências, quebrando assim uma tradição de coesão partidária em decisões importantes. Alguns analistas, porém, avaliam que a recente declaração de Cameron sobre os "simpatizantes do terrorismo" pode lhe custar votos.

Na noite desta terça, véspera do debate, milhares de pessoas se reuniram no centro de Londres para protestar contra os planos do governo. Os manifestantes exibiam cartazes e faixas com a expressão Don't bomb Syria (Não bombardeiem a Síria).

O debate começa por volta do meio-dia (horário local), e a votação deverá acontecer à noite, depois de dez horas de discussão.

 

 

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