EUA e Afeganistão chegam a “último capítulo”, diz Panetta

O secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, disse nesta quinta-feira ao presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, que os dois países chegaram ao "último capítulo" no seu esforço para instaurar um Afeganistão capaz de zelar por sua própria segurança. Após uma cerimônia formal de boas vindas a Karzai no Pentágono, o secretário disse ao visitante que 2013 marcará um importante ponto de inflexão no conflito, já que as forças afegãs devem começar a assumir a liderança nas missões de segurança, restando às tropas da coalizão tarefas de apoio e treinamento.

"Avançamos muito rumo à meta partilhada de estabelecer uma nação da qual o senhor e nós possamos nos orgulhar, uma que nunca mais se torne um porto seguro para o terrorismo", disse Panetta no início da reunião em seu gabinete. "Nossa parceria, forjada … ao longo de quase 11 anos de sacrifício partilhado, é crucial para nossa capacidade de alcançar a missão final."

A visita de três dias de Karzai a Washington ocorre após um ano de crescentes atritos nas relações bilaterais, incluindo vários incidentes nos quais policiais ou militares afegãos atacaram e mataram soldados dos Estados Unidos ou da coalizão. As forças norte-americanas se envolveram em vários incidentes que enfureceram os afegãos, incluindo queimas do Corão, o que desencadeou vários dias de distúrbios.

Atualmente, os dois países discutem um acordo que orientará o papel dos militares norte-americanos que permanecerem no Afeganistão depois da retirada das tropas de combate, no fim de 2014. O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cogita manter uma força residual de 3.000 a 9.000 soldados para realizar operações de contraterrorismo, além de prestar treinamento e assistência às forças locais.

Mas o governo disse nesta semana que não descarta a possibilidade de uma retirada completa depois de 2014. Falando no gabinete de Panetta, Karzai disse estar confiante em um acordo de segurança que "garanta os interesses do Afeganistão e também os interesses dos Estados Unidos".

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter