Exército inicia operação com 700 militares na divisa com a Guiana

Abinoan Santiago/Cassio Albuquerque


A divisa do Amapá com a Guiana Francesa ganhou um reforço de mais 700 homens do Exército Brasileiro para combater crimes na região de fronteira do estado. A medida faz parte da operação Curare Oriental, deflagrada nesta quarta-feira (17). A ação segue até 30 de setembro.

As tropas do Exército atuam na sede de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, e nos distritos de Clevelândia do Norte, Vila Brasil e Ilha Bela, no mesmo município. Para reforçar o efetivo empregado na operação, o Amapá recebeu homens de Belém, São Luis, Manaus e Rio de Janeiro.

Apesar de buscar a prevenção de crimes de fronteira, a exemplo de contrabando, tráfico e delitos ambientais, a operação também poderá atuar com poder de polícia com prisão em flagrante de delitos possivelmente encontrados na região de fronteira, informou o major do Exército Júlio César Duarte.

O Exército vai contar com o apoio do Instituto Chico Mendes (ICMBio), polícias Rodoviária (PRF), Federal (PF) e Militar (PM). “Queremos coibir e se necessário reprimir os crimes na fronteira do Amapá. Vamos agir isoladamente ou acompanhados de equipes de demais instituições. Mas em caso de flagrante, podemos agir de forma repressiva com nosso poder de polícia na fronteira".
 

Brigada no Amapá vai comandar três Batalhões de Infantaria do Norte

A partir de 2017, os Batalhões de Infantaria do Amapá, Maranhão e Pará serão comandados por uma brigada militar que funcionará em Macapá. O projeto de construção da unidade batizada como "Brigada Foz do Amazonas" foi anunciada na quinta-feira (28), pelo Comando Militar do Norte (CMN) do Exército Brasileiro.

A brigada será construída na área do Comando de Fronteira do Amapá, localizado no 34º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS). As obras iniciarão em setembro e a previsão é que se conclua até janeiro de 2017. O local será um complexo operacional e administrativo que deverá abrigar cerca de 3 mil militares. O projeto está orçado em R$ 18 milhões.

A unidade também irá comandar as ações do 34º BIS no Amapá,  2º BIS, em Belém e o 24º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), de São Luís, no Maranhão. As unidades atualmente são coordenadas pelo CMN.

Segundo o comandante do CMN, general Oswaldo Ferreira, devido a proximidade com a Guiana Francesa, o Amapá necessita que haja um reforço dos militares nas áreas de fronteira.

"Será um grande comando que terá autonomia e capacidade de atuar sozinho. Essa brigada terá logística, comunicações, engenharia e cavalaria. Ou seja, todas as partes que fazem funcionar uma organização militar para atuar de forma isolada", reforçou.

O comandante do 34º BIS, Alexandre Ribeiro, diz que com a construção da brigada e a integração dos três batalhões, haverá mais facilidade no cumprimento das missões do Exército no estado. Apenas o Amapá e o Acre, estados de fronteira do país, não possuem brigadas.

"Será uma estrutura multidisciplinar que vai proporcionar um trabalho mais efetivo e intensificado", declarou.

No quartel ocorreu também a cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental, no local onde será construída a Brigada da Foz, além da formatura de soldados e palestra para os militares.

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