AGATA 7 – Operação realiza apreensão recorde de drogas


Brasília, 07/06/2013 – Após 19 dias, a Operação Ágata 7 chegou ao fim tendo apreendido 25,342 toneladas de maconha e 657 quilos de cocaína, crack e haxixe. Os números são considerados um recorde histórico pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, órgão do Ministério da Defesa que coordena a iniciativa.

Além disso, as forças militares e a Polícia Federal (PF) conseguiram neutralizar a safra de coca no Peru, numa área de aproximadamente 30 mil hectares, com a fiscalização do comércio de combustível utilizado para o refino da planta, no município de Tabatinga (AM). Sem a possibilidade de transformar em pasta base, as quadrilhas deixaram de produzir 30 toneladas de cocaína que seguiriam diretamente para o mercado nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e para os Estados Unidos e a Europa.

Nas últimas horas, o Exército Brasileiro – encarregado da fiscalização de produtos controlados – apreendeu 4,9 toneladas de explosivo numa empresa na região de Maringá (PR). Também na região Sul, a polícia apreendeu quatro fuzis 762. Em São Grabriel da Cachoeira (AM), a 850 quilômetros de Manaus, policiais federais prenderam dez pessoas acusadas de pedofilia. Ente os presos, políticos e empresários influentes daquela cidade, por supostamente prostituir indígenas. Todos estão na carceragem da PF na capital do Amazonas.

O balanço da Ágata 7 foi apresentado no fim da tarde de ontem (6), em reunião com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, na sede do Ministério da Defesa, em Brasília. A reunião contou com a participação de oficiais generais e representantes dos ministérios e agências governamentais. As informações das regiões foram transmitidas por videoconferência por meio dos comandantes de área.

Durante o período de realização da operação, tropas militares e civis federais, estaduais e municipais apreenderam também cerca de 4,5 mil metros cúbicos de madeira. As Forças Armadas empregaram cerca de 33 mil militares na ação militar, que contou com o apoio de 1,1 mil servidores de agências governamentais.

Entorpecentes

Ainda ontem, na rodovia MS 289 – que liga Coronel Sapucaia a Amambaí – o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MS) desarticulou uma quadrilha de traficantes e apreendeu 3,41 toneladas de maconha, na fronteira com o Paraguai. Com o feito, a região Oeste do país – sob o Comando Militar do Oeste (CMO) – contabilizou 8,7 toneladas de maconha apreendidas, além de 271,73 quilos de cocaína.

O maior volume de apreensão de entorpecentes foi encontrado na fronteira Sul do país. Ao longo das quase três semanas da Ágata, as tropas militares e a PF apreenderam 16,551 toneladas de maconha e 382,09 quilos de cocaína. No último dia de operação, policiais federais estouraram um depósito numa casa de farinha com cinco toneladas de maconha na região de Céu Azul, Oeste do Paraná. A droga teria seguido em caminhões de Foz do Iguaçu (PR) para aquela localidade.
 

Nas proximidades de Foz do Iguaçu, a Polícia Federal encontrou também duas toneladas de maconha num posto de bloqueio. A droga foi localizada por cães especialmente treinados. A expectativa é que dentro dos próximos dias a PF consiga mais apreensões de entorpecentes, já que as quadrilhas tiveram o tráfico represado em função da Ágata 7.

Plantação de coca

Ao longo dos 11 mil quilômetros da fronteira Norte – do Oiapoque (AP)  a Cabixi (RO) –, as Forças Armadas e a PF contaram com a mobilização de tropas militares do Peru e da Colômbia. Isso levou ao controle do comércio de gasolina na tríplice fronteira, principal ingrediente para o refino da coca. O comandante Militar da Amazônia (CMA), general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, e o superintendente da PF no Amazonas, delegado Sérgio Lúcio dos Santos Fontes, explicaram que na região do Peru o plantio de coca representa uma área de 30 mil hectares e os produtores colhem três safras a cada ano.

A mecânica da operação se deu no controle de compra e venda de combustível. Como o litro da gasolina custa R$ 1,90 no Peru, as forças militares e civis trataram de fazer um cerco nessa região com o apoio dos militares peruanos e colombianos. “Seria uma grande quantidade de pasta base de coca para abastecer o mercado interno”, previu o delegado.

“Com a operação que fizemos entre 28 de maio e 5 de junho, eles perderam uma safra. Assim, deixaram de refinar um terço das 100 toneladas de cocaína que produzem a cada ano”, estimou o delegado Fontes.

Outros resultados

A Ágata 7 intensificou também  as inspeções de aeródromos, embarcações e veículos nos 16.886 quilômetros da fronteira. Com o apoio de agências reguladoras, como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Ibama, Funai, ICMBio e Capitanias de Portos, foram inspecionadas 17.587 embarcações, vistoriados 267.590 veículos e 17.165 pedestres.

D  urante a Ágata, as Forças Armadas realizaram ainda ações cívico-sociais (Acisos) em cidades carentes na faixa de fronteira. Com o apoio de navios e barracas de campanha, as populações contaram com atendimento médico, odontológico e hospitalar, além de receberem medicamentos e apoio para tirar documentos de identidade e realizar cursos profissionalizantes. Foram 28.216 atendimentos médicos e 35.966 odontológicos. No período, 55.160 medicamentos foram distribuídos. A Ágata 7 contou também com a realização de atividades de prevenção de saúde, com o atendimento de 68.726 pessoas.

  Os militares, além disso, ajudaram a recuperar escolas e estradas destruídas pelas fortes chuvas na região. Em Porto Murtinho (MS), por exemplo, as Forças Armadas recuperaram 15,7 quilômetros de rodovia. 


Ao concluir a reunião de avaliação da operação, o chefe do EMCFA, general José Carlos De Nardi, destacou a importância da interoperabilidade das Forças Armadas para os resultados obtidos. “Em nome do ministro da Defesa, Celso Amorim, quero agradecer pela participação, pelo empenho e pela operacionalidade. Tivemos um sucesso imenso na operação de fronteira que constituiu um dos eixos dos grandes eventos”, disse o general.

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