O Brasil como Campo da Guerra Irregular Moderna

O Brasil como Campo da Guerra Irregular Moderna

 

Nelson During

O livro do Professor Alemão Friedrich August Von der Heydte, “Guerra Irregular Moderna”, escrito nos anos 60 e publicado em 1972, na então República Federal da Alemanha, relata com 35 anos de antecedência, o que foi realizado no Brasil nos dias 22/23 Maio, e sua a preparação nas semanas anteriores.

Até o fim do dia 23 de Maio eram contabilizadas ações em 16 estados do território nacional, todas sem exceção mostrando uma predisposição para atos violentos, com a clara intenção de confronto com os órgãos de segurança.

As ações realizadas nestes dias foram a preparação de um 11 de Setembro nacional, que esteve perto acontecer. O nível de organização, mobilização de recursos e coordenação, que cobriu todo o território nacional e requerem uma análise mais profunda.

Não só relevante pelas ações empreendidas e o nível de violência empregada pelos membros dos grupos irregulares operando sob a cobertura de: partidos políticos, sindicatos, entidades estudantis. Movimentos sociais e outras organizações de frente.

A mobilização para o evento de teve a grande participação de órgãos federais, pela omissão, cuja exata missão era de garantir a ordem e prevenir estas ações. Assim a Polícia Rodoviária Federal executou, no dia 22, extensas operações “padrão”, cujo resultado prático foi congestionamentos em inúmeras rodovias do país. A Polícia Federal estava em estratégica greve reivindicatória, de 72 horas, exatamente no período das ações irregulares.

A invasão e posse da usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, por grupos irregulares, por quase 48 horas, é esclarecedora nas ações, omissões e postura do governo federal e da Presidência da República .

Cabe uma explicação ao risco de um 11 de Setembro que o Brasil correu.

Sistema Interligado Nacional

Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 3,4% da capacidade de produção de eletricidade do país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região amazônica.

Fonte Operador Nacional do Sistema Elétrico www.ons.org.br

Sim, exatos 96,6 % da geração e transmissão de eletricidade estão dentro do sistema interligado. Se a usina de Tucuruí sofresse uma pane antes de o Operador Nacional do Sistema pudesse intervir e isolar a usina seria um Apagão Elétrico com cobertura nacional.

Os danos não podem ser mensurados em qualquer exercício de controle de crise que seja feito. A um só tempo estaríamos sem energia de Norte ao Sul, Leste e Oeste, com a interrupção de todos os serviços dependentes de energia, como a Internet que o leitor recebe este artigo em seu computador, metrôs, comunicações, etc.

Não é fora de propósito que outras ações, mais destrutivas, poderiam ter sido acionadas pelos invasores, que afetariam a rede interligada de forma mais profunda, impossibilitando a pronta retomada do serviço

Frente a isso a Presidência da República “autorizou o emprego do Exército” com a clara mensagem de omissão no assunto. Ou a risível: Planalto envia emissários para conhecer as causas da invasão.

A postura de distanciamento olímpica do presidente Luiz Inácio nos coloca com duas hipóteses de análise:

1- As ações são um esforço de seu governo dentro de uma estratégia ainda não percebida pela sociedade, ou

2- As ações são um cerco ao seu governo e ao País.

As duas hipóteses levam a conclusões tão nefastas como o Apagão Aéreo perpetrado por ativistas fardados no dia 30 Março .

Cabe ao Presidente nos dizer se as ações, que incluem seus aliados, em primeiro momento, são realmente fruto de uma estratégia de governo. Caso contrário declare que está sob cerco e com cada vez menor capacidade de governar.

Não basta a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e GSI (Gabinete de Segurança Institucional) pesquisar sobre quem escreve e analisa os eventos, mas sim dar uma clara posição do que está acontecendo e que está por trás à sociedade.

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