Planejamento da Defesa para as Olimpíadas Rio 2016 é debatido em seminário sobre grandes eventos

Militares e civis do Brasil e do exterior estiveram reunidos esta semana em Brasília para debater, a partir de experiências anteriores, como a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas de Londres 2012, o planejamento de segurança e defesa para a realização de outros grandes eventos, como os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Realizado no Quartel-General do Exército, em Brasília, o “Seminário sobre Grandes Eventos” foi marcado pelo detalhamento de estratégias já adotadas e ainda pela exposição de alguns dos produtos de defesa usados pelas Forças Armadas no Brasil.

O assessor especial para grandes eventos do Ministério da Defesa (MD), general Jamil Megid Junior (de pé na foto acima), expôs o cronograma e as fases de execução do planejamento dos Jogos Olímpicos. Megid falou também das lições aprendidas com a Copa do Mundo.

De acordo com o general, 59.523 militares da Marinha, Exército e Força Aérea atuaram em diversas áreas de segurança no mundial de futebol. Como legado, ficaram para o país os 36 centros de comando e controle, além dos equipamentos e sistemas empregados.

O general alertou que, mesmo com o todo o planejamento estruturado, novas atribuições podem surgir a qualquer momento – o que torna necessário o preparo para eventualidades. Na Copa, por exemplo, perto da abertura, Marinha, Exército e Aeronáutica tiveram que cuidar de rotas protocolares, escolta de batedores e proteção de hotéis e centros de treinamento.

Apesar disso, Megid explicou que os militares estão mais do que preparados para assumir a segurança dos Jogos Rio 2016. “Não estamos começando do zero. Desde o Pan-Americano de 2007, no Rio, que estamos lidando com grandes eventos”, explicou.

À frente do Centro de Operações do Comando Militar do Leste (CML), no Rio de Janeiro, o general Jorge Antônio Smicelato, discorreu acerca das atividades desempenhadas pelo CML na Copa do Mundo.

“Participamos no emprego de tropas da Marinha e da Força Aérea Brasileira [FAB] em áreas aeroportuárias e do Exército na faixa de fronteira. Acredito que isso deverá se repetir nos Jogos Olímpicos”, disse. E completou: “O silêncio, quando se trata de missão de segurança, quer dizer que houve êxito”.

Jogos Olímpicos Londres 2012

A organização dos Jogos Olímpicos Londres 2012, no Reino Unido, também foi abordada no seminário. Civis e militares que estiveram envolvidos na preparação falaram sobre o tema, a fim de compartilhar conhecimentos.

Na área da segurança, eles explicaram que houve um regime sólido de capacitação para os envolvidos e também para os voluntários. Além disso, Forças militares ficaram de contingência para atuar em uma eventualidade.

Base Industrial de Defesa

O diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa, general Aderico Mattioli, focou sua apresentação na Base Industrial de Defesa e na sua importância para fortalecer a tecnologia nacional também em situações de grandes eventos. “Autossuficiência e autonomia querem dizer estar pronto, caso necessário, a produzir no Brasil equipamentos de defesa”, asseverou. “Estamos em plena fase de transformação do setor. Essa área é o melhor acesso para algumas tecnologias.”

Mattioli explicou, ainda, o funcionamento da Lei 12.598, que dá incentivos fiscais a empresas e produtos do segmento e abrangeu tópicos relacionados à Estratégia Nacional de Defesa. “Priorizamos a produção dual (de uso militar e civil). E defesa e segurança, no Brasil, trabalham juntas”, finalizou.

Números dos Jogos Olímpicos 2016

Cinco cidades envolvidas: Rio de Janeiro (sede), São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador;

– 80 dias de operação na área de segurança;

– 15 mil atletas;

– Mais de 200 países;

– Previsão de emprego de 20 mil militares (11 mil da cidade do Rio de Janeiro e o restante de outros estados).

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