Manifestações fazem autoridades elevar contingente de segurança para JMJ

Rodrigo Viga Gaier

O efetivo destacado para a segurança da Jornada Mundial da Juventude sofreu alterações em função das manifestações já realizadas e programadas para o evento e pode se aproximar dos 30 mil homens, segundo as autoridades envolvidas visita do papa Francisco ao Brasil.

O esquema de segurança já é considerado um das maiores da história do país. Inicialmente, os órgãos de segurança trabalhavam com uma previsão de aproximadamente 22 mil homens Para a segurança do evento.

A Polícia Militar anunciou nessa sexta-feira que elevou seu efetivo para a JMJ para 14 mil homens. A previsão inicial era de aproximadamente 7 mil policiais.

"O efetivo será equivalente ao do Carnaval. São eventos com fins distintos, mas tem uma mesma característica. Tem muita gente circulando nas ruas da cidade", disse à Reuters o relações públicas da PM, Frederico Caldas.

Na véspera, as Forças Armadas tinham informado que empregariam na visita do papa Francisco cerca de 10 mil militares. Ao todo, as forças federais, incluindo Polícias Federal e Rodoviária, e Força Nacional de Segurança, vão atuar com quase 14 mil homens.

O esquema de segurança do papa contará com agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Guarda Municipal, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

"Está muito claro que a mudança tem a ver com as manifestações" , disse uma fonte da Secretária de Segurança do Rio de Janeiro.

Caldas acrescentou que o aumento de efetivo se deve, além das manifestações, à inclusão de novos compromissos do papa durante a JMJ. "Essas avaliações foram mexidas dentro da PM, porque uma série de eventos surgiu e tem também a questão das manifestações", declarou o policial militar.

Ao menos dois protestos estão programados para a semana que vem, durante eventos da JMJ com a presença do papa na cidade. Manifestantes se organizam para fazer uma mobilização em frente ao Palácio Guanabara, onde o papa vai encontrar a presidente Dilma Rousseff e governadores, e, há protestos também previstos para Copacabana.
 

"O encontro será aqui (no Palácio Guanabara) e será um honra", revelou o governador Sérgio Cabral (PMDB), que não cogita a mudança de local por conta de eventuais protestos.

SEM BLINDAGEM

Somente em Copacabana, a PM vai ter 1.500 homens atuando na segurança de um público estimado em 1,5 milhão de pessoas na quinta e na sexta-feira da semana que vem. O pontífice vai participar de dois eventos na praia de Copacabana.

"Esperamos que hajam mais manifestações setorizadas e não mais mobilizações com milhares de pessoas. Esperamos manifestações mais setorizadas… tomara que não tenhamos mais desfechos com violência", afirmou Caldas.

A decisão do papa de não usar blindagem no papamóvel durante sua estadia na cidade foi considerada temerária por fontes da Secretaria de Segurança fluminense e "menos confortável" pelas Forças Armadas.

A circulação do Forte de Copacabana até o palco montado na areia da praia é um dos pontos mais delicados para as equipes de segurança. No percurso de pouco mais de 3 quilômetros, sem blindagem, o papa será acompanhada por agentes federais e de sua segurança particular.

Por conta da manifestação prevista para a porta do Palácio Guanabara, na próxima segunda-feira, o papa Francisco desistiu de chegar ao local de papamóvel. Ele seguirá do Palácio São Joaquim, na zona sul, para a sede do Governo do Estado de helicóptero. Antes, o pontífice circulará pelo centro da cidade de papamóvel.

A decisão do pontífice de chegar à sede do governo do Estado por via aérea, não terrestre como previsto anteriormente, gerou alívio nas autoridades responsáveis por sua segurança.

"Para nós da segurança, essa é uma ótima notícia. Ir de helicóptero traz um alívio e libera parte do efetivo", afirmou uma fonte em condição de anonimato.

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