Eve, da Embraer, terá quatro grandes áreas de negócio

Stella Fontes – Valor

A Eve, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, vai atuar em quatro grandes áreas de negócio e não só na produção e comercialização de seu veiculo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL).

A caminho de ser listada na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), deve atuar também em suporte e serviços, operação— ao que a Embraer ainda não faz — e controle de tráfego aéreo, com e desenvolvimento dos softwares de gestão voltados aos “carros voadores".

Há muitos números. mas todos indicam um mercado muito grande. Foi isso que atraiu a Embraer e a levou a incubar esse projeto na EmbraerX. disse o presidente da Eve, Andre Stein,na conferência Credit Suisse 2022 Latia America Investment.

Conforme o exerutivo, trata-se de um mercado de mais de US$ 750 biIhoes até 2040, considerando-se o ecossistema de mobilidade urbana.

Para a EVE, as projeções iniciais,conservadoras, sugerem receita potencial de US$ 4,5 bilhões já em 2030, com participação de mercado de 15%.

Lançada como startup independente eem outubro de 2020 a Eve está em processo de fusão com a americana Zanite Acquisition, em operação que a avalia em US$ 2,4 bilhões. A transação foi anunciada no fim do ano passado, com previsão, de fechamento no segundo trimestre deste ano.

Segundo o diretor financeiro Eduardo Couto, Eve deve ser listada na Nyse a partir do segundo trimestre. 'Essa é uma operação relativamente nova para emresas brasileiras, que mistura M&A (fusão e aquisição) com IP0 (oferta pública inicial de ações) tradicional'', explicou.

A Eve está se unindo a uma empresa já listada, que tem cerca de US$ 237 milhões de caixa. Outros US$ 305 milhões com dinheiro novo entrarão no caixa da Eve com a operação, de forma que, após a fusão, a empresa terá levantado mais de U5S 500 milhões para desenvover seu projeto.

A Embraer será controladora, inicialmente com fatia de 80% da empresa. Segundo Stein, a decisão de lançar a Eve como empresa independente da Embraer manterá a agilidade característica das startups ao mesmo tempo em que dará acesso aos recursos e estrutura de uma líder global, no caso a fabricante de aeronaves. 'A Eve poderá buscar novas parcerias de maneira muito livre, e mré mesmo novos investidores, o que não seria possível corno divisão da Embraer", disse.

Com 17 parcerias anunciadas e 1,735 mil aeronaves na carteira de pedidos, avaliada em USS 5,2 bilhóes, a Eve mantém os planos de fabricar seu eVT0L em 2025 e coloca-ló em operação comercial em 2026.

mando da Eve avalia que seu proje-te é diferenciado, ciado ° lamanhro da carteira atual de pedidos, a di-versidade de clientes e o conheci-mento aeronáutico dos sócios, com destaque para a Embraer. Conforme os executivos, a Eve também oferece maioreapacidade de certificação, na esteira da expie-riencia .iientoolagla pela Ernbraer junto aos órgãos reguladores e da atuação próxima entre Agéncia NUcional de Aviação Civil (Anac) e EVIL, a autoridade americana_ De acordo com ágio, o plano é certifi.-

cor o eVFOL primeiramente na Anu e, cinta°, buscar a kg I idaçào da FAA."0 Brasil tem potencial de ser um dos pioneiros'. afirmou_ Para G vice-presidente de Pes-soas, ESG e Comunicação da Em-braer, Carlos Alberto Griner, a propulsão elétrica corresponde a unia das principal!, solop).es de redução do impacto ambiental da aviação — em particular na re-gional, mercado em que a com-panhia brasileira se destaca glo-balmente, "Essas mudanças vão começar pela aviação regional.

E

a Eve vai revolucionar o merca-do", disse_ Conforme o execurivo, a Erribraer vive um momento de "profunda transformação'", não dc recuperação 'acelerada" dos negócios — após os afeitas negativos da «wid-19 na aviação e o fim do acordo coro aBoeing — mas de reposicionarnento estra-tégico_ A Eve é o primeiro projeto dessa estratégia que se materiali • za, acrescentou. 'Ternos um carni-nho estratégico bem desenhado e estamos comprometidos cio exe-outá-lo". acrescentou,

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