WW1 – A participação do Brasil

 

Fonte Marinha do Brasil


Há cem anos firmou-se, na França, o armistício que encerrou a Primeira Guerra Mundial, que levou a óbito aproximadamente dez milhões de pessoas em pouco mais de quatro anos. A Grande Guerra, como ficou conhecida, teve profundo impacto no século XX, deixando reflexões para a posterioridade.

Este conflito assumiu proporções inimagináveis na história da humanidade, destruindo de forma trágica a visão de mundo vigente, que se apresentava como civilizada, e ficou conhecida na história como Belle Époque.

O Brasil que, a princípio, assumiu uma posição de neutralidade nos três primeiros anos de guerra, também foi impactado pelas ações da campanha submarina irrestrita do Império Alemão, que resultou no afundamento do Navio Mercante Paraná e, posteriormente, de mais três navios mercantes nacionais: o Tijucas, o Lapa e o Macau.

Em resposta às agressões perpetradas contra a soberania nacional, o governo brasileiro reconheceu e proclamou o Estado de Guerra, em 26 de outubro de 1917, por meio do Decreto nº 3.361. Dentre os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro estavam a abertura dos nossos portos às unidades aliadas e a patrulha do Atlântico Sul com a sua Esquadra.

No ano seguinte, iniciou-se a articulação para o envio de uma Força Naval à Europa, o que foi oficializado pelo Aviso Ministerial nº 501, do então Ministro da Marinha, Almirante Alexandrino Faria de Alencar, criando, em 30 de janeiro de 1918, a Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), composta pelos cruzadores Rio Grande do Sul e Bahia, pelos contratorpedeiros Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina, pelo tender Belmonte e pelo rebocador Laurindo Pitta, tendo estes dois últimos assumido grande importância logística, já que transportavam o carvão necessário para a operação da Divisão.

Para o comando da DNOG era necessário um oficial que conjugasse prestígio e grande experiência profissional; para tal foi escolhido o Contra-Almirante Pedro Max Fernando de Frontin. A permanência da DNOG em um Teatro de Operações distante do País, associada à complexidade logística para superar as carências de sobressalentes e ao abastecimento de combustível, foram alguns dos desafios enfrentados e devem ser percebidos como um avanço operacional notável nas atividades desenvolvidas na época.

Tais intempéries não impediram que a nossa Força Naval cumprisse com eficiência sua missão, tornando-se, até os dias atuais, exemplo de abnegação, dedicação e superação das mais variadas limitações.

Com o armistício de 11 de novembro de 1918, foi encerrada a participação brasileira no Teatro de Operações Europeu, onde cerca de 150 dos nossos militares pereceram no cumprimento do dever, motivo pelo qual exaltamos continuamente suas ações, principalmente na atualidade, quando práticas de boas condutas e de patriotismo nos parecem distantes. Devemos olhar para o passado, tendo a certeza de que tudo que foi feito foi bem executado e nos serve como exemplo a ser seguido.
 


Contratorpedeiro Rio Grande do Norte

Aviadores brasileiros em instrução na Inglaterra. Da esquerda para a direita: Lauro de Araújo, Heitor Varady, Eugênio da Silva, Virginius Brito de Lamare, Olavo de Araújo, Manoel Augusto Pereira de Vasconcelos e Fábio de Sá Earp.

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