Marinha do Brasil realizará cerimônia em homenagem aos mortos da Marinha em guerra

O Comando do 1º Distrito Naval realizará, na próxima sexta-feira (21), a cerimônia em Memória dos Mortos da Marinha em Guerra, às 16h, no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo.

A solenidade, que será presidida pelo Comandante da Marinha do Brasil, o Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, terá a presença de Almirantes da ativa e da reserva e de ex-combatentes de guerra.

No decorrer da solenidade, será celebrada uma missa pelo Capitão de Mar e Guerra Capelão Naval Levi Alves de Senna, em homenagem aos homens do mar que tombaram no confronto, a exibição dos pavilhões históricos dos navios que participaram do esforço de guerra, o lançamento de flores ao mar pelos ex-combatentes que estarão a bordo do Aviso de Patrulha Anequim, além da execução de três descargas de fuzilaria.

O Grupo de Escoteiros do Mar SO Amélio de Azevedo Marques, composto por 16 jovens, acompanhará o evento.

A data da cerimônia, organizada anualmente, faz alusão ao naufrágio da Corveta Camaquã, ocorrido no dia 21 de julho de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, de acordo com o Aviso Ministerial nº 1121/69.

No confronto, a Marinha perdeu centenas de homens, entre Oficiais, Praças e Combatentes.

Serviço:

Local: Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo.

Horário: às 16h

Histórico

 

O Navio Mineiro Camaquã – C 6, foi o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio homônimo do Rio Grande do Sul. Foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Teve sua quilha batida em 22 de outubro de 1938, foi lançada ao mar em 16 de setembro de 1939 e foi incorporada em 7 de junho de 1940. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Nereu Chalréu Correia.

1940

Foi incorporada a Flotilha de Navios Mineiros com sede na Ilha de Mocanguê Grande, comandada pelo então Contra-Almirante Gustavo Goulart. Os Navio Mineiros da classe Carioca foram logo reclassificados como Corvetas, para serviço no 2ª Guerra Mundial.

1942

Em 5 de outubro, passou a subordinação da Força Naval do Nordeste (FNNE), criada pelo Aviso n.º 1661, do mesmo dia, para substituir a Divisão de Cruzadores, comandada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Carlos Soares Dutra, e subordinada ao Comandante da 4ª Esquadra Norte-Americana e das Forças Navais do Atlântico Sul, Contra-Almirante (USN) Jonas H. Ingram.

A Força Naval do Nordeste era originalmente composta pelos Cruzadores Rio Grande do Sul – C 11 e Bahia – C 12, Navios Mineiros Carioca – C 1, Cabedelo – C 4 e Caravelas – C 5 e pelos Caça Submarino Guaporé – G 1 e Gurupi – G 2.

Essa força foi depois acrescida de outros navios adquiridos nos Estados Unidos, além dos submarinos classe T, do Tender Belmonte, e dos Contratorpedeiros da classe M, constituindo assim Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas no final da guerra.

Foi submetida no mesmo ano a um processo de modificações no AMRJ, partindo do Rio de Janeiro, já na escolta de um comboio. Na seqüência realizou patrulhas A/S no trecho Bahia – Pernambuco – Rio Grande do Norte – Fernando de Noronha.

1944

Às 08:30h do dia 18 de julho, suspendeu da Ilha das Cobras, Rio de Janeiro como capitânia do Grupo de Escolta do comboio JT-18, que também incluía CS Jutaí – CS 52 e Graúna – G 8. Às 09:00h do dia 21 de julho, chegou ao ponto de encontro com a escolta norte-americana, ao largo de Recife, que iria conduzir o comboio até Trinidad.

Depois de entregar a escolta e já demandando o porto a Corveta foi atingida por três grandes ondas que a fizeram adernar violentamente para boreste. As duas primeiras fizeram o navio adernar perigosamente levando-a a perder velocidade e recuperar momentaneamente o equilíbrio, mas o terceiro vagalhão a fez soçobrar às 09:30h a cerca de 12 milhas a nordeste de Recife, 48 horas depois do naufrágio do NA Vital de Oliveira.

O Jutaí, mais rápido, chegou a área do naufrágio em cerca de meia hora e por pouco na abriu fogo contra o casco emborcado, confundindo-o com um submarino. Além de seu comandante, Capitão-de-Corveta Gastão Monteiro Moutinho, perecerem 33 homens, inclusive um Oficial do Exercito e dois civis, sendo os sobreviventes resgatados pelos CS Jutaí – CS 52 e Graúna – G 8, que faziam parte do mesmo Grupo de Escolta. Até essa data havia escoltado em serviço de guerra mais de 600 navios mercantes.

A Marinha do Brasil perdeu na guerra 467 homens, entre comandantes, oficiais, suboficiais e praças. Três de seus navios foram afundados – o Marcílio Dias, em 1944, por um submarino alemão; a corveta Camaquã, pelo mau tempo, em 1944, e o cruzador Bahia, destruído em 4 de julho de 1945, pouco antes do fim da guerra no Pacífico, por um explosão acidental em seu paiol de munição.

Foi no mar que o Brasil sofreu as mais pesadas perdas durante toda a guerra. Ao todo, cerca de 1.400 brasileiros morreram em consequência da ação de submarinos alemães e italianos e em outras operações de guerra.

A história da Marinha brasileira durante a guerra é a menos conhecida entre as de nossas Forças Armadas – são poucos os livros que contam trabalho nos caça-ferro e caça-pau, os navios da guerra antissubmarina do Brasil no Atlântico. E, no entanto, ela foi a mais necessária de todas as forças naquela guerra – sem ela, não haveria gasolina – quase toda importada – ou comércio entre as regiões do País – as comunicações por terra entre as regiões inexistiam.

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