Resgate em combate marca a Aviação de Asas Rotativas

A escolha do Dia da Aviação de Asas Rotativas é uma homenagem aos militares da Força Aérea Brasileira que, pela primeira vez, realizaram uma missão real de resgate em combate, sob ameaça de uma força hostil.

No dia três de fevereiro de 1964, o então Tenente Aviador Ércio Braga voltava de um resgate de missionários e freiras da guerra civil no Congo, na África Central, quando houve um problema mecânico no Helicóptero H-19 em pleno voo e ele teve que fazer um pouso forçado.

“Naquele dia resgatamos quatro freiras congolesas de uma vila em uma região de Catanga. Na volta, eu vi que vazou o óleo hidráulico e o motor ia parar. Antes que isso pudesse acontecer, eu pousei em um campo aberto. Os rebeldes vinham se aproximando e atiravam.

Nós tivemos que abandonar o helicóptero, mas, antes, conseguimos retirar o combustível. Se o helicóptero explodisse, pessoas poderiam morrer”, conta o agora Brigadeiro do Ar Ércio Braga.

Em outro helicóptero estava o Tenente Aviador Milton Naranjo. O piloto, em um ato de coragem, pousou em meio a tiros das tribos rebeldes para realizar o resgate, e todos voltaram em segurança. Essa manobra heroica feita pelo Tenente Milton Naranjo ficou registrada como o primeiro resgate real em combate realizado por um helicóptero da Força Aérea Brasileira e marcou o Dia da Aviação de Asas Rotativas.

Busca e Salvamento

A Aviação de Asas Rotativas começou a operar em 1953. Uma de suas principais missões é a Busca e Salvamento (SAR). A aviação de helicópteros já atou em várias missões, como nas enchentes do Espírito Santo e da região serrana do Rio de Janeiro, resgatando diversas famílias isoladas.

Além disso, helicópteros como o AH-2 Sabre, H-60L Black Hawk e o H-36 Caracal trouxeram novas possibilidades aos pilotos, como a capacidade de operar à noite, com os óculos de visão noturna (Night Vision Goggles), novos armamentos, além de sistemas de autodefesa e sensores.

Atualmente são oito unidades da FAB que operam helicópteros em todo o Brasil:

Esquadrão Falcão (1°/8° GAV) – Base Aérea de Belém – PA;

Esquadrão Gavião (1°/11° GAV) – Base Aérea de Natal – RN;

Esquadrão Poti (2°/8° GAV) – Base Aérea de Porto Velho – RO;

Esquadrão Pelicano (2°/10° GAV) – Base Aérea de Campo Grande – MS;

Esquadrão Puma (3º/8º GAV) – Base Aérea dos Afonsos – RJ;

Esquadrão Pantera (5°/8° GAV) – Base Aérea de Santa Maria – RS;

Esquadrão Harpia (7º/8º GAV) – Base Aérea de Manaus – AM;

Terceiro Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE) – Base Aérea de Brasília – DF.

 

Civis e militares debatem criação de Museu Aeronáutico em São Paulo

Empresários e representantes de instituições públicas e privadas se reuniram no Quarto Comando Aéreo Regional (IV COMAR), em São Paulo (SP), para debater a instalação do Museu Aeronáutico em São Paulo, na região do Campo de Marte, zona norte da cidade. A reunião ocorreu na quinta-feira (29/1).

"É uma grande solução cultural que vai gerar emprego e renda, além de valorizar a região que tem tudo a ver com aviação", disse o superintendente regional da Infraero, Willer Larry Furtado.

Ele lembrou que a área do Campo de Marte foi a primeira infraestrutura aeroportuária de São Paulo, nos anos 20, e hoje abriga mais de 40 hangares, além de sediar o tradicional Aeroclube de São Paulo e o Grupamento de Radio Patrulha Aérea da Polícia Militar, o Águia.

De acordo com Comandante do IV COMAR, Major-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, o projeto está no início e já conta com a participação efetiva do Museu da TAM e da Fundação Santos Dumont, que vão ceder seus acervos. "Nossa ideia é trazer para a maior cidade do país toda a riqueza da aviação brasileira, além de preservar e resgatar a história aeronáutica", afirmou.

A reunião contou com a participação do Comandante João Francisco Amaro, Presidente do Museu TAM, que explicou a necessidade de transferência do acervo de mais de noventa aeronaves em exposição em São Carlos, a 230 quilômetros da capital do estado. Segundo ele, a mudança para São Paulo aumentaria o número de visitantes, além de ampliar o espaço destinado às aeronaves expostas.

A iniciativa já conta com o apoio de instituições de renome como a TAM, a Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), a Helibras, dentre outras. "Estamos na fase de composição da Governança do Museu para apresentar o projeto às esferas governamentais de São Paulo", ressaltou o Comandante do IV COMAR.

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