Graf Spee – 75 Anos da Batalha do Rio da Prata

 

Natural de origem italiana (como eram chamados os cine jornais) mostra bem o drama da Batalha do Rio da Prata

Missão: afundar navios mercantis ingleses

A poucos dias do início da Segunda Guerra Mundial, seu capitão, Hans Langsdorff, recebera ordens de seguir para o Atlântico Sul. Sua missão: em caso de guerra, atacar navios mercantis com bandeira da Inglaterra a fim de atrair forças da Marinha inglesa para a região, afastando-as da Europa. Após Londres e Paris declararem guerra à Alemanha, em decorrência da invasão da Polônia, Langsdorff recebeu em fins de setembro a ordem para dar início à sua tarefa.

Até início de dezembro daquele ano, o  Admiral Graf Spee atacara e pusera a pique nove navios, inclusive no litoral brasileiro, num total de 50.171 toneladas brutas. Sua área de ação preferida era a foz do Rio da Prata, devido ao tráfego de cargueiros com carne e cereais dos portos locais para a Europa. As perdas não ficaram sem reação da Inglaterra, que enviou unidades para enfrentar o encouraçado.

A Batalha do Rio da Prata

 De acordo com relatório da Marinha alemã, eram 5h52 da manhã de 13 de dezembro quando do Graf Spee avistaram-se três navios de guerra inimigos. Por ter realizado um pouso forçado na véspera e carecer de reparos, o hidroavião de bordo do encouraçado não pôde ser usado para fazer reconhecimento da frota que se aproximava. À distância, o capitão Langsdorff avaliou tratar-se de um cruzador e dois contratorpedeiros (destroyers) e decidiu atacá-los imediatamente.

O comandante enganara-se. Na verdade, eram três cruzadores ingleses (Exeter, Ajax e Achilles) enviados para proteger as rotas marítimas a partir do Rio da Prata. O trio já esperava encontrar o Graf Spee na região e, ao encontrá-lo, igualmente partiu para o combate.

Às 6h10, Langsdorff deu-se conta de seu erro de avaliação, mas a batalha já estava para começar. Os cruzadores Ajax e Achilles afastaram-se do Exeter, um para cada lado, deixando o Graf Spee no meio. Às 6h17, o encouraçado alemão abriu fogo contra o Exeter, dando início ao confronto.

Devido à superioridade inimiga, Langsdorff era obrigado a mudar seu alvo de navio para navio. Após duas horas de tiroteio, o Exeter sofrera sérios danos e afastou-se do combate.

Afundado pelo próprio capitão

Pouco antes, porém, às 7h40, o Graf Spee também já começara a rumar para Montevidéu. Com sua embarcação avariada, o capitão esperava abrigar-se na capital uruguaia, aproveitando-se da condição de porto neutro. No caminho, ainda trocou tiros com seus perseguidores.

Pressionado por Londres, o governo do Uruguai concedeu permissão para o vaso de guerra alemão permanecer apenas 48 horas em seu território, a fim de realizar seus reparos. O tempo, porém, era pouco demais para o conserto dos danos na cozinha, no gerador de água potável e, sobretudo, no sistema de limpeza de óleo.

E com estes problemas não seria possível encarar uma longa viagem por mar aberto. Além disso, boa parte da munição já estava gasta e a imprensa uruguaia noticiava que mais navios de guerra ingleses haviam chegado ao Rio da Prata. Langsdorff não quis arriscar a vida de seus quase mil marinheiros, nem que o encouraçado fosse capturado pelo inimigo. Após deixar Montevidéu no dia 17 de dezembro de 1939, o capitão deu ordem de abandonar o navio e ordenou sua explosão. Três dias mais tarde, Langsdorff se suicidou em Buenos Aires, relata a Marinha alemã.

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