BR – VE – Com medo do Abril Vermelho Lula envia Amorim para tentar negociar com a extrema esquerda continental

Em viagem considerada secreta, Amorim reúniu-se com o presidente Maduro na Venezuela na quarta e quinta-feira (08-09MAR2023)

Redação DefesaNet
10 Março 2021

Em viagem considerada secreta, Amorim reúniu-se com o presidente Maduro na Venezuela na quarta e quinta-feira (08-09MAR2023)

O deslocamento foi mantido em segredo pelo Palácio do Planalto. O discurso oficial amplamente difundido pela mídia governista é ampliar relações bilaterais e debater crise política no país.Uma comitiva liderada pelo assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, desembarcou em Caracas na tarde de quarta-feira (08MAR2023) para o primeiro encontro entre representantes de alto nível do governo brasileiro e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desde o retorno do PT ao comando do país. A viagem teria sido encomendada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mantida em sigilo pelo Palácio do Planalto, a visita foi divulgada com amplitude pelo Twitter de Maduro.”Tive uma agradável reunião com a delegação da República Federativa do Brasil, chefiada por Celso Amorim. Estamos empenhados em renovar nossos mecanismos de união e solidariedade que garantem o crescimento e o bem-estar da Venezuela e do Brasil”, escreveu Maduro na rede social. A emissora estatal venezuelana VTV transmitiu imagens do encontro e destacou que a visita busca “acentuar as relações diplomáticas entre a República Bolivariana da Venezuela e a República Federativa do Brasil”.

A VTV, no entanto, não deu detalhes sobre o que de fato foi discutido.Segundo apuração do jornal O Globo, o governo brasileiro visa debater temas como a situação política no país vizinho, as eleições presidenciais de 2024 e as relações bilaterais entre ambas as nações. Além disso, estaria em pauta a dívida de cerca de 1 bilhão de dólares que a Venezuela tem com o Brasil, a maioria – em torno de 80% – proveniente de empréstimos feitos junto ao BNDES. Parte desse valor – uma parcela de 100 milhões de dólares – está prestes a vencer, o que tem feito com que o governo brasileiro discuta a questão internamente.

Maduro através do Castro-chavismo domina a esquerda radical do continente. É figura frequente em Caracas Stédile, líder do MST, assim como Gleise Hoffmann ( presidente do PT) e Paulo Pimenta (do Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do governo Lula).

A influência de Maduro e o Castro-chavismo no arco norte da fronteira brasileira é significativa. A lista de questões com Maduro incluem a contenção dos movimentos de estrema esquerda. Em especial o MST que em dois meses do governo Lula fez mais invasões do que em 4 anos de Jair Bolsonaro.

Ponto omitido pela imprensa brasileira, a pedido do Planalto, é a influência venezuelana na questão Ianômami. Tanto pelas ações dos garimpeiros, mercenários e a degradação ambiental no chamado Arco Minero venezuelano, como os ianomâni venezuelanos que cruzam a fronteira..

Outro ponto sensível será a manutenção da Operação Acolhida. Ação elogiada pela ACNUR onde os militares brasileiros e entidades internacionais realizam o acolhimento de refugiados venezuelanos.

Também a questão da população indígena da etnia Warao, que tem sofrido processo de extermínio pelo governo de Caracas e tem buscado refúgio no Brasil..   

A imprensa tenta dourar a imagem e tentar dar um protagonismo a Lula na questão interna venezuelana.

Uma visita de Lula a Caracas e um consequente encontro do presidente brasileiro com Maduro ainda são incertos.

As relações com a Venezuela, estremecidas durante o governo de Jair Bolsonaro, foram retomadas com o retorno de Lula à presidência no último dia 1º de janeiro.

Devido a isso, a Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria chavista, aprovou por unanimidade a nomeação de Manuel Vadell como embaixador no Brasil, depois que o governo brasileiro lhe concedeu credenciais diplomáticas.Em 18 de janeiro, a Venezuela já havia recebido Macieira, no que havia sido considerado mais um passo rumo à normalização das relações.

O Brasil pretende reabrir sua embaixada em Caracas, fechada em 2020 por Jair Bolsonaro.

Liderança regional

Preocupado com a crise política venezuelana, o governo brasileiro estaria disposto a conversar com integrantes da oposição. Os diálogos, atualmente interrompidos, ocorrem no México e são mediados pela Noruega. Antes do encontro com Amorim, Maduro se reuniu também em Caracas com o chanceler colombiano Álvaro Leyva. Brasil e Colômbia estariam dispostos a trabalhar pela estabilidade política na Venezuela.O envolvimento do Brasil nesse tema é discutido também por membros do governo Joe Biden, nos EUA, com foco nas eleições presidenciais venezuelanas de 2024

Transição política

Enquanto o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, é encarado como um problema e uma ameaça à América Latina pelo governo Lula, o caso de Maduro pode levar o Brasil a atuar na busca por uma futura transição política civilizada, independentemente do resultado das eleições.

No caso de derrota do chavismo, o Brasil espera que a presidência seja repassada ao vencedor legítimo. Nesta semana, o governo brasileiro também manifestou preocupação com relatos de violações de direitos humanos na Nicarágua, em declaração durante reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça, após críticas a Brasília por não se posicionar sobre a deterioração da democracia no país da América Central.

Após os delírios de protagonismo o que o Planalto busca é que o Castro-chavismo contenha os grupos de extrema esquerda e não tente ações violentas como ocorreram no Chile e estão ocorrendo no Peru.

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