Brasil e Suécia realizam encontro bilateral na área de Defesa

Com o intuito de fortalecer e estreitar as relações técnico-militares entre Brasil e Suécia, integrantes das três Forças Armadas dos dois países participaram nessa segunda-feira (15) do 3º Encontro Bilateral do Grupo de Defesa Brasil-Suécia, no Ministério da Defesa (MD), em Brasília.

O principal objetivo é identificar possibilidades de cooperação e de trocas de experiências entre as forças de ambos os países. As operações de paz das quais o Brasil participa foram citadas no encontro. Na palestra "As operações de Paz e Perspectivas Brasileiras", o subchefe de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, general Fernando Luiz Goulart Duarte, expressou uma visão positiva em relação à Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) e à Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL).

“Tanto a Minustah, no Haiti, desde 2004, quanto o componente marítimo no Líbano fazem parte do nosso histórico de missões de paz das Nações Unidas. Eles evoluíram para um mandato ambicioso e de estratégia política”, afirmou.

Ainda segundo o general, estas missões tinham, inicialmente, um propósito de pacificação, mas com o tempo, evoluíram para missões multifuncionais.

Ele destacou também a importância de um planejamento para gestão de conflitos em operações desse tipo. “Deve haver uma paz, que deve ser mantida. A gestão de conflitos existe para proteger os civis e, ao mesmo tempo, gerir desordens e ter certos cuidados na utilização de abordagem em locais complexos, como aqueles onde estão nossas tropas”, disse.

Rio 2016

O assessor especial para Grandes Eventos do MD, general Luiz Felipe Linhares Gomes, falou sobre o planejamento de segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e os desafios do evento. Na ocasião, ele citou a grandiosidade e complexidade do projeto, que será realizado este ano pela primeira vez na América do Sul, no Rio de Janeiro.

As ações de defesa nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos para este ano estão destacadas no planejamento para o enfrentamento contraterrorismo e nos treinamentos conjuntos para que a atuação das Forças esteja coordenada nos eventos. Por meio destas operações, é possível verificar, também, quais deficiências precisam ser corrigidas, como mudanças de planejamentos e aquisição de novos equipamentos.

Cooperação bilateral

Os militares da Suécia ofereceram ao Brasil cursos na Unidade de Defesa Sueca, que funciona como um departamento de pesquisa conjunto e atende às três Forças do país. Uma dessas unidades é o “Nordic Center for Gender in Military Operations(NCGM)” – Centro Nórdico de Gênero em Operações Militares –, que já tem parcerias com Finlândia, Noruega e Dinamarca. As primeiras reuniões exploratórias entre Brasil e Suécia começaram ainda em 2014, em solo brasileiro.

Em junho de 2015, ocorreu a segunda reunião do grupo de trabalho em Estocolmo, capital sueca. Durante os encontros anteriores, foram debatidos diversos pontos de interesse em possíveis áreas cooperações. No atual estágio, os dois países já realizam trocas de experiências em áreas específicas, como, por exemplo, a de defesa cibernética, quando uma delegação sueca visitou o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) do Exército, em Brasília.

Além disso, novos eventos estão sendo programados, como destaca o coronel Werner Wilhelm Bonnet, gerente da sessão de cooperação internacional do Ministério da Defesa: “Estamos programando visitas com o objetivo de conhecer os centros de simulação e os jogos de guerra que a Suécia tem desenvolvido. A Suécia ofereceu ao Brasil a oportunidade de conhecer equipamentos de radares que operam em baixa frequência. É interessante estudar o caminho de pesquisa que o país adotou”.

Parcerias futuras

Na reunião, também foi debatida a participação brasileira no exercício conjunto de forças de paz “Viking 18 Exercise – Peace Support” (Exercício Conjunto de Apoio à Paz). “Para isso, vamos participar do planejamento, que deverá ocorrer ainda esse ano. Pretendemos enviar militares para as reuniões de planejamento do exercício, que envolve não só as forças armadas suecas, mas também vários órgãos, inclusive a Organização das Nações Unidas”, afirmou Bonnet.

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