Modernização das Forças Armadas é um processo que não tem retorno, diz ministro Jaques Wagner

O processo de modernização das Forças Armadas é uma decisão de governo estabelecida em documentos e “não tem retorno”. A explicação foi dada pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, nessa sexta-feira (30/1), durante entrevista após a posse do novo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, na Base Aérea de Brasília (DF).

Na conversa com os jornalistas, Jaques Wagner explicou que mesmo num momento de paz, onde o país não sofre qualquer tipo de ameaça externa, existe a oportunidade para que se possa reforçar os mecanismos de defesa. Segundo o ministro, a ida dele para o cargo representa a continuidade de um projeto que vem sendo levado a cabo pela presidenta Dilma Rousseff.

“Apesar de termos a tradição absolutamente pacífica, isso não quer dizer que a gente vá se desguarnecer. Ao contrário, bem faz quem garante a sua defesa em favor da paz, que aí você não se sente desprotegido ou ameaçado”, disse o ministro.

Jaques Wagner participou da série de troca de comando das Forças Armadas. Na próxima semana, o general Eduardo Villas Boas assume o Exército e o almirante Eduardo Leal Ferreira, a Marinha do Brasil. As duas cerimônias acontecem em Brasília.

Jaques Wagner destaca avanços da Aeronáutica durante posse de novo comandante

Um comandante com capacidade para dar continuidade e profundidade aos avanços que a Aeronáutica tem conquistado nos últimos anos. Assim o ministro da Defesa, Jaques Wagner, definiu o brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato que, em cerimônia hoje (30/1), na Base Aérea de Brasília (DF), assumiu o comando da Força Aérea em substituição ao brigadeiro Juniti Saito.

Para o ministro, o comandante substituído é “um guerreiro” que sempre lutou na defesa dos projetos estratégicos da Força Aérea. Wagner também manifestou “total confiança” no brigadeiro Rossato, que anteriormente era chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.

Na oportunidade, o ministro da Defesa destacou as conquistas da FAB. Ele disse que a versão brasileira do Gripen NG representa, em termos estratégicos, “uma possibilidade de entrada em um programa de alta tecnologia – conquista de pouquíssimas nações”. “A indústria de defesa nacional se beneficiará crescentemente desse projeto, com foco na transferência de tecnologias cruciais para o país.”

Acerca do KC-390 – um dos mais importantes projetos da Aeronáutica –, Jaques Wagner ressaltou que a aeronave “deve transformar-se em uma das mais importantes ferramentas da Força Aérea para o cumprimento de sua missão constitucional”. 

Por fim, deu ênfase aos avanços da Aeronáutica em termos de promoção da igualdade de gênero. “A FAB forma mulheres de elevado nível de profissionalismo e excelência, notadamente engenheiras e oficiais, intendentes e aviadoras. Há alguns dias, deu-se, pela primeira vez na história da instituição, a passagem do comando de uma organização militar da Força Aérea para uma mulher”, afirmou.

Saito

A cerimônia marcou também a despedida do brigadeiro Saito que completou 55 anos de serviços à FAB. Ele aproveitou a ocasião para agradecer a todos os integrantes da Força com os quais trabalhou e à família, citando pais, irmãos, esposa, filhos e netos. “Pela primeira vez colocarei o pessoal à frente do profissional”, afirmou.

Juniti Saito citou realizações de seus quase oito anos de comando. Entre elas, as cinco edições do exercício aéreo CRUZEX – que possibilita “treinamento conjunto entre Forças de nações irmãs”; a apresentação do protótipo da aeronave KC-390, no ano passado, em Gavião Peixoto (SP); a assinatura do contrato dos Gripen; e as relações com empresários do setor de defesa.

Dirigindo-se ao novo comandante, o brigadeiro afirmou que Rossato deve encarar este momento como o maior desafio de sua carreira.

Após suas palavras, Saito foi aplaudido por um longo período.

Rossato

Em seu primeiro discurso no novo cargo, o brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato salientou que é uma honra ter sido indicado para estar à frente da instituição “que tem sido a minha vida por 46 anos”. “A missão é continuar servindo o meu país. Nos últimos anos buscamos suprir nossa Força Aérea”, falou.

O comandante reafirmou o compromisso de que uma nação pacífica como o Brasil não deve ser confundida com indefesa, e precisa estar preparada para defender-se de qualquer ameaça que afete a soberania.

“A FAB deve manter o incremento operacional e a busca pela transferência de tecnologia.” Durante o evento, houve sobrevoo de quatro caças (dois A-1 subsônicos e dois F-5 supersônicos) que abrilhantaram a formatura.

A solenidade terminou com desfile dos cadetes da Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga (SP). Estiveram presentes os comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, e do Exército, general Enzo Martins Peri.

Também compareceram o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, e a secretária-geral do Ministério da Defesa, Eva Chiavon.

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