Integração para vigiar fronteiras

Horas antes de empossar a nova titular da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff anunciou, ontem, diante de dezenas de representantes de forças de segurança, a mobilização de dois dos principais ministérios na fiscalização de fronteiras. Integrados, os ministérios da Defesa e Justiça contarão com o orçamento inicial de R$ 120 milhões para implementar o Plano Estratégico de fronteiras nos 16.886 quilômetros de divisa.

O plano fazia parte das promessas de campanha de Dilma. Ao assumir, no entanto, a presidente foi criticada justamente pelo contrário: cortes no orçamento de 2011, como a redução de R$ 89,8 milhões (disponibilizados em 2010) para R$ 58 milhões em diárias e locomoção na Polícia Federal (PF), estariam comprometendo ações nas fronteiras.

– Meu comprometimento com esse programa é tão grande que escolhi meu vice-presidente (Michel Temer) para coordenar as ações dentro do governo – disse Dilma.

Além de Temer, estiveram no lançamento os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Nelson Jobim (Defesa). O plano tem por base duas operações, uma permanente (Sentinela) e outra pontual (Ágata), em locais que necessitem de atenção especial por determinado tempo. Ambas deverão ter ações integradas entre polícias Federal, Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança, com apoio logístico das Forças Armadas.

Serão criados os Centro de Operações Conjuntas (COC), onde estarão reunidos comandantes das forças de segurança para acompanhamento em tempo real, um deles, possivelmente, em Bagé. Segundo Jobim, já foram identificados 34 pontos vulneráveis que servirão de base para que o COC planeje as operações. Para Operação Sentinela, Cardozo promete "elevação de 100% do efetivo empregado atualmente pelo Ministério da Justiça".

A área de atuação do plano abrangerá mais de 2,3 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a 27% do território nacional. Na linha divisória entre Brasil e 10 países, estão 11 Estados, 710 municípios e 10,9 milhões de pessoas. Dilma afirmou que o plano terá de integrar inteligência e tecnologia para proteger área tão extensa:

– Não podemos supor que faremos isso colocando em fileira homens para proteger os 16 mil quilômetros de fronteira. Vamos é utilizar uma ação que será de um lado de permanência e do outro de surpresa, e que garantirão uma forte presença nossa no combate ao crime.

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