Orbisat muda de nome e vai atuar em áreas de risco

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de Brasília 
 
A Orbisat, empresa do grupo Embraer Defesa & Segurança especializada em radares para sensoriamento remoto, mudou de nome e acaba de fechar um contrato com a Companhia de Recursos Minerais (CPRM), para fazer o levantamento aerocartográfico de 74 municípios brasileiros localizados em áreas de risco de enchentes e inundações. A empresa passa a se chamar Bradar. or
 
O contrato com a CPRM, avaliado em R$ 29,6 milhões, valor publicado no Diário Oficial do dia 15 de agosto, faz parte do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais do governo federal. Com o novo pedido, segundo o presidente da Bradar, Maurício Aveiro, sobe para R$ 51 milhões o valor total dos novos negócios fechados pela empresa no começo deste semestre. 
 
Para o trabalho com a CPRM, a Bradar vai utilizar radares que operam nas bandas X (que geram informações detalhadas sobre a superfície de um terreno) e P, para análises mais críticas do terreno. A mesma tecnologia, segundo Aveiro, foi utilizada pela empresa para fazer o mapeamento de uma área de 1,2 milhão de quilômetros quadrados da Amazônia. "São radares que conseguem enxergar além das nuvens e das árvores", ressaltou. 
 
A empresa também vai fornecer mais três radares de vigilância Saber M-60 para o Exército Brasileiro e ganhou concorrência para fazer o monitoramento ambiental das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Santo Antônio, em Porto Velho. O contrato com a Usina de Belo Monte inclui a produção de mapas cartográficos de alta precisão. 
 
Com capacidade para rastrear alvos em um raio de 60 quilômetros e transmitir informações em tempo real para um centro de controle, o Saber M-60 foi utilizado no monitoramento e segurança do Papa Francisco, durante sua visita ao Brasil, e também na segurança da Copa das Confederações. Em entrevista ao Valor, o presidente da Bradar falou sobre a mudança do nome da empresa. A mudança, segundo Aveiro, representa a consolidação de uma fase mais promissora da empresa, iniciada há mais de dois anos, quando a Orbisat passou a ser controlada pela Embraer. 
 
"Quando assumimos a empresa, em maio de 2011, o número de funcionários da Orbisat era de 153 pessoas. A nossa previsão é fechar 2013 com uma receita de R$ 80 milhões e um total de 250 funcionários", afirmou o executivo. 
 
A Bradar contabiliza a venda total de 22 radares, sendo 17 para o Exército, quatro para a Força Aérea Brasileira (FAB) e um para o Centro Integrado de Proteção da Amazônia (Censipam). 
 
Em abril, a Bradar anunciou a sua participação no projeto Sisfron (Sistema de Vigilância e Monitoramento de Fronteiras), por intermédio do consórcio Tepro, com a Savis, também do grupo Embraer. Para o Sisfron, a empresa vai fornecer 17 radares Sentir M-20, de vigilância terrestre. 
 
O contrato com a Bradar está embutido no valor do projeto piloto executado pelo consórcio Tepro, estimado em R$ 839 milhões. A Orbisat e a Savis foram contratadas para fazer o monitoramento de aproximadamente 650 quilômetros quadrados de fronteira terrestre na divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e Bolívia. 
 
O Sisfron compreende a vigilância e proteção de uma área total de quase 17 mil quilômetros quadrados, que se estende por dez Estados e 27% do território nacional. O projeto piloto do Sisfron tem previsão de ser concluído em 2015. 

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