Documentário militar chinês revela suposto software de ciberataque

O documentário militar exibido na TV estatal chinesa, no mês de agosto, revelou o que supostamente é um software projetado para guerra uma cibernética. O filme “Tecnologia Militar: a tempestade na internet está chegando”, foi postado no Youtube e estava disponível no website da CCTV.

A existência do software foi publicada, pela primeira vez, no The Epoch Times, veículo fundado por membros do Falun Gong, organização religiosa banida da China. O software Guerra Cibernética – inclui um botão chamado ataque e no menu existe a opção, ‘selecione destino do ataque’ – com listas de websites Falun Gong e alvos pré fixados.

“As imagens mostram o nome do software e da faculdade chinesa que o projetou, a Universidade de Engenharia Elétrica e de pessoas do Exercito da Libertação chinês – evidências diretas que a PLA está envolvida na codificação do software de ataque cibernético dirigido contra os grupos dissidentes chinês”, relatou Epoch Times.

As distinções entre softwares de ataque e os testes de penetração de programas usados por pesquisadores de segurança, que identificam vulnerabilidades ao redor do mundo, é relativamente menor se comparado à agressividade das palavras dos menus e botões do programa.

Em um post de blog, Mikko H. Hypponen, chefe de pesquisa da F-Secure, notou que, no documentário, os chineses parecem tratar com normalidade os riscos da guerra cibernética.

“Entretanto, logo que eles aparecem falando sobre a teoria, é possível ver imagens da câmera do governo chinês lançando ataques contra um alvo americano”, escreveu. “Isso é pouco usual. A explicação mais provável é que este filme foi finalizado, no Final Cut, por um editor que não entendeu a importância nem o significado disso.”

O documentário mostra alguém escolhendo o endereço de IP 138.26.72.17 para desferir o ataque. Este endereço está associado com a Universidade de Birmingham, no Alabama.

A pessoa que respondeu a ligação, no número correspondente ao domínio, não quis ser identificada, mas disse que o endereço está inativo por muitos anos e está associado a um site dirigido por um estudante universitário envolvido com a Falun Gong.

Durante anos, houve acusações de que o governo chinês endossou os ataques virtuais contra os EUA e companhias americanas, sendo que o ataque mais agressivo afetou ao menos 30 companhias e organizações, como reportou o Google em 2010. Mais recentemente, a McAfee informou sobre ataques em série relacionados, de forma agregada, com a “Operação Shady Rat”.

O Departamento de Estado Americano não respondeu imediatamente ao pedido de resposta. Em discurso, após o ataque reportado pelo Google, no ano passado, a secretária de estado Hillary Clinton disse: “Países ou indivíduos que se dedicarem a ataques cibernéticos deverão enfrentar consequências e condenações internacionais”.

O governo chinês negou envolvimento em ataques e alegou ser a maior vítima deles.

Embora o governo chinês não consiga provar, está claro que a China não é a único país a conduzir operações de guerra cibernética.

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