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efesanet: Boa tarde senhores e internautas! Estamos hoje iniciando uma atividade inédita
na imprensa brasileira na qual reunimos o Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior,
comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro, o Brigadeiro do Ar José
Augusto Crepaldi Affonso, da COPAC. A COPAC é o órgão que seleciona e gerencia os
contratos de aquisição da força aérea brasileira e está no caso do caça Gripen. Também, está
presente eu, Nelson During, o editor do Defesanet, Vianey Júnior, colaborador e piloto que
teve a oportunidade de pilotar os três aviões e Roberto Maltique da editoria de internacional
do O Globo e que proporcionou essa parceria conjunta  entre o Globo e Defesanet.

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: A defesa do país não deve ser
interpretada como sendo de interesse dos militares. Ela é um problema muito sério para que
só os militares se preocupem com isso. Num país que vive numa região pacifica com tantas
carências ainda sociais é normal que o povo ainda esteja afastado desses assuntos de defesa.
Neste sentido, essa  oportunidade tem iniciativa do jornal o Globo e do site Defesanet  que
muito honra as forças armadas em geral e a força aérea brasileira em particular. Major
Brigadeiro do Ar Carlos Batista Junior comandante do Comando de Defesa Aeroespacial
Brasileiro – CONDABRA. O CONDABRA é o único comando previsto na nossa estrutura
de defesa ativado desde o tempo de paz. Nenhum outro órgão da nossa estrutura de
emprego que não este está permanentemente ativado, o que, por si só, já demostra
importância, prontidão operacional e de estarmos prontos 24h por dia para defesa do nosso
país. Nós trabalhamos dentro de um comando conjunto, devido a isso somos formados por
militares das três forças da força aérea, do exército brasileiro e da marinha. Temos o
controle de todos os meios de alerta e de antiaérea em prol da defesa do nosso país. Neste
momento ou na Copa das Confederações e não será diferente na Copa do Mundo, 24h por
dia, nos temos uma estrutura de prontidão com meios para proteger o nosso espaço aéreo.

O Globo: Nós que estamos do lado de fora das forças armados questionamos e tenta
identificar motivos pelos quais se investe tanto dinheiro, bilhões de dólares, para o
fortalecimento da nossa força aérea uma vez que somos um país pacífico. O Brasil é
notoriamente um país onde prevalece a diplomacia e não tem um histórico de guerra. Então,
acho que a primeira pergunta ao brigadeiro é efetivamente, esses investimentos em caças
mais modernos, novos, zero quilômetro, até que ponto ele muda a nossa forma de se
defender, de dissuadir alguma ameaça? Dentro da mesma pergunta eu gostaria de saber até
que ponto há uma revolução ou não na forma de se defender considerando que toda a
estrutura que estamos ainda disponíveis na área da força aérea, da marinha e do exército
continuam as mesmas. Gostaria de saber, inclusive, se há necessidade de adaptações, das
outras forças considerando que o topo da pirâmide estão as aeronaves de caças e a partir das
novas aeronaves haverá uma modificação em toda a rede que compões o sistema nacional?
Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: A primeira parte da sua pergunta muito
interessante é uma oportunidade de nós falarmos diretamente com todos os nossos
internautas e nosso povo. Eu tenho um carro e eu tenho um seguro desse meu carro, mas
sinceramente eu espero jamais precisar acionar o meu seguro por causa de algum sinistro. É
assim também a defesa. Defesa de uma nação, nós infelizmente somos por pessoas e o jogo
entre as nações são jogos também de interesses. O que a força aérea está procurando a partir
desta aquisição é retornar em um nível de operacionalidade, que foi perdido e que esse nível
seja proporcional ao tamanho do nosso país. A força aérea jamais procurou ser maior do que
o Brasil. Nós somos cidadãos, também. A força aérea é nossa e do nosso povo. E nós
entendemos as carências e as dificuldades de serem priorizados recursos para a defesa
nacional, mas como eu disse, primeiro lugar ele é o seguro que o nosso povo tem e estaremos
dissuadindo qualquer atitude contrária do interesse do nosso próprio povo, da nossa própria
sociedade. Em segundo lugar, esta aquisição que está sendo feita como o projeto FX-2, ela
é o montante que nós achamos proporcional ao tamanho do nosso país não é maior, mas
também não deve ser menor. Você falou muito bem na sua pergunta sobre a nossa política.
Entendemos as demais carências sócias e a nossa política como está escrito, como está
previsto na estratégia nacional de defesa ela é sim uma política dissuasória, ou seja, a nossa
força, o nosso poderiu militar, tem que ser suficiente para desmotivar qualquer ação contra
nossos interesses. Mas essa dissuasão ela tem que ser baseada em equipamentos, em
operacionalidades, em treinamento, numa infraestrutura militar em todo o território
nacional. Ou seja, isso não pode ser um blefe. É ai que eu vejo a aquisição do Gripen, dentro
da política estabelecida uma aeronave dentro de um custo de uma realidade que nos
permitirá atingir essa operacionalidade sem comprometer as outras aéreas da nossa
sociedade tão carentes.

O Globo: E sobre as outras modificações que deverão ocorrer por contra da aquisição do
Gripen?

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: O nosso sistema de defesa ele era um
sistema bastante isolado até 1999. Até este ano, nós tínhamos os três ministérios militares e
o estado maior das forças armadas que não tinha uma coordenação como a desejável no
emprego moderno do poder militar. Com a criação do ministério da defesa, muitas dessas
criações já estão ocorrendo dentro da estrutura, da organização do processo. O que o Gripen
vai trazer, nós dizemos isso dentro da aeronáutica, é primeiro uma revolução no
treinamento, na parte de sistemas – sistemas de planejamentos, planejamentos de missões –
que tudo isso tem e terá uma influência na própria estrutura. Um bom exemplo disso é o
sistema de comunicação datalink. A Suécia é reconhecidamente um grande desenvolvedor
de sistemas de transmissão de dados, transmissão segura que não pode ser grampeada, ou
seja, que as aeronaves operem em rede, que um radar de um avião seja transmitido para o
outro, pode ser transmitido para um navio, e para o exército. Dentro da integração de
sistemas nós teremos uma grande revolução e isso certamente om a nova geração desse
avião será observado na área logística, na de suprimento e manutenção. Isso vai afetar a
operação entre as três forças e terá reflexo no Ministério da Defesa e nas forças armadas.

Vianey Júnior: Eu queria seguir do posicionamento do Roberto (O Globo), pois eu achei
muito apropriado porque o público em geral as vezes incorre nesse tipo de estereótipo de
questionamento. Porque investir em defesa? Eu responderia isso talvez com três verbos. O
primeiro deles, como o brigadeiro fez à alusão, muito apropriada, a questão do seguro. Você
tem um carro, mas é importante ter um seguro. Então vem a própria história da humanidade,
é a própria natureza humana. Qualquer relação entre os países, qualquer relação entre os
estados aonde haja um ponto de interesses, nós não estamos tão distantes como pensamos.
Agora recente a dois dias atrás, foi julgado em Haia uma querela envolvendo dois países
sob uma questão territorial. Os dois disputavam uma determinada área, e onde há uma
disputa de interesses há a forma de defender os seus interesses, notadamente pelas questões
de suas normas, nós não estamos falando necessariamente de enfrentamento, mas o primeiro
vértice é a própria história, próprio enfrentamento humano. O segundo vértice que eu
gostaria de chamar a atenção, quando se fala do número, esse número o brigadeiro falou
muito apropriadamente. Nós estamos hoje dando um salto de aeronave de terceira geração
para uma aeronave de de quarta geração avançada essa é uma questão importante e isso
envolve custos. O terceiro vértice é o retorno do investimento quando se fala em tecnologia
e da forma que foi conduzida a condição do FX-2, sempre foi pensada em deixar para o
país desse desenvolvimento, nessa construção conjunta, seja qual fosse a aeronave
envolvida. Obviamente, nós vamos falar mais a frente dos critérios.  Ele traz para o país o
desenvolvimento, postos de trabalhos especializados e com isso uma evolução da indústria e
da capacidade de inteligência, no sentido mais amplo, do próprio país com a capacidade do
conhecimento. Decididamente nós vamos ter um salto no nosso conhecimento e no nossa
produção aeronáutica como foi no caso do projeto AMX. O AMX tem como frutos os
resultados hoje da Embraer entre os grandes fabricandes de aeronaves mundiais. A Embraer
entrou no mercado no momento que muitas empresas tradicionais se retiravam. Temos que
entender sobre esses três vértices, sendo a forma mais holística de se olhar e a questão do
papel democrático do de elevação das forças armadas como um todo. Em virtude desses
projetos, dessas dinâmicas, dessas otimizações de atuação e, com isso, transferindo o custo
respectivo as forças armadas emprestam ao país essa fabulosa capacidade de prestar de uma
maneira extremamente democrática a capacidade de elevador social para toda a nação.

Defesanet: A COPAC serviu de padrão para outros projetos como o Prosub, o Sisfron. O
exército e a marinha forma visitar a COPAC para entender esse difícil de seleção dos
equipamentos das forças armadas.

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: A Comissão Coordenadora do
Programa Aeronave de Combate – COPAC tem suas origens decorrentes do programa
binacional que nós tivemos junto com a Itália. Só pra lembrar, na década de 80, o governo
brasileiro assinou um acordo binacional com o governo italiano para desenvolvimento em
conjunto da aeronave AMX. No esteio dessa cooperação havia a necessidade de se criar
uma agência um escritório da força aérea brasileira que acompanhassem as tarefas de
desenvolvimento, produção, entrega e ensaios da aeronave AMX. Foi criada em 1981 a
COPAC. Na realidade o nascedouro da COPAC é dentro do âmbito do projeto AMX.
Logicamente, podemos dizer o ganho do centro foi a expertise que a COPC tem até hoje.
Com o decorrer do tempo, a expertise aumentando, o comando da aeronáutica resolveu que
a COPAC seria responsáveis pelos projetos de desenvolvimento, modernização e aquisição
da força aérea brasileira. Ao longo desses 32 anos de experiência, a COPAC foi a cada ano
que passou adquirindo experiência e podendo atender as necessidades da força aérea. Hoje,
a COPAC executa anualmente certa de 3 bilhões de reais, nós temos nas nossas carteiras de
contrato cerca de 17 bilhões de reais em contratos assinados e mais 10 bilhões de reais de
obrigações de offset. A COPAC realmente, por força de seus antecessores e comando
altamente especializados. Eu com muito orgulho em nome da força aérea que é uma
organização que tem toda a competência e expertise que tem toda a competência de levaar a
cabo projetos complexos, seja de aquisição, seja de rompimento, seja de modernização.

Defesanet: brigadeiro o senhor está a quantos anos envolvido especificamente com o
projeto do FX-2?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: O projeto do FX começou no ano de
2001, no primeiro projeto doo FX-1 e durou até 2005. Nessa época eu estava no controle
interno na COPAC.Eu já tive um relacionamento muito grande com o projeto FX-1.
Posteriormente no projeto FX-2, eu assumi a gerência do projeto no ano de 2010. Fui fazer
um curso no Rio de Janeiro em 2011. Assumi a gerência em 2012 e em 2013 substitui o
brigadeiro Carlos Batista Junior. Hoje como presidente da COPAC acompanho o projeto
FX-2.

Defesanet: E agora o brigadeiro Batista Junior está lhe fazendo a pergunta. Quando é que o
senhor vai dar os caças para ele?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: (risos) O brigadeiro Batista junior está
perguntando isso mais sabe perfeitamente. Ele  foi presidente dessa comissão. Tive a honra
de sucede-lo aqui na COPAC. A nossa esperança é que 2018º brigadeiro Batista Junior
esteja recebendo as nossas aeronaves Gripen-NG para que possa contribuir para a defesa
aereobrasileira.

Defesanet: Só seguindo os colegas, eu gostaria que o senhor detalhasse  quando foi
anunciado suponhamos que já estava comprado, na verdade o que se tem é um longo
processo de negociação com um cliente preferencial que o senhor escolheu e o fornecedor
preferencial no caso a Suécia, o Gripen-NG, da Saab. O senhor pode detalhar para nos esse
período e até que período que o senhor acha que vai levar até a real assinatura do contrato?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: Nós aplicamos na força aérea brasileira
um ciclo de vida para o projeto. Nós temos um documento que detalha todo esse processo,
um processo muito transparente acessível inclusive, é um documento ostensivo. Ele prevê
fases no ciclo de vida, nós estamos entrando numa fase que chamamos de “negociação
contratual”. No ano de 2008, o Estado Maior da aeronáutica tendo ouvido o Comando
Geral de Operações Aéreas determinou os requisitos da aeronave, tanto parte logística como
parte operacional, como requisitos comerciais e de ciência e tecnologia. Esses requisitos
forma enviados para as três ofertantes. As três ofertantes responderam esses requisitos de
maneira positiva. O que significa isso, todas as ofertas atendiam minimamente aos requisitos
determinados. Hoje, quando escolhi a oferta Saab, o que significa: de antemão a oferta
apresentada já atende a todos os requisitos. A fase que vamos enfrentar agora é uma fase de
detalhamento de cada um dos requisitos e que se refere a atualização. As ofertas forma
feitas em junho de 2009, de lá pra cá houve várias alterações que se refere a atualização
tecnológica, a novos aviônicos, a protocolos de seguranças. Esse período que nós vamos até
maio, nós vamos junto com o Comando Geral de Operações da Defesa Aérea, junto com o
Estado Maior da Aeronáutica, junto com o Comando Logístico tentar perceber as alterações
e adequar esses requisitos a essa nova realidade tecnológica. A nossa previsão é de até início
de maio a gente tenha essa nova visão dos requisitos que chamamos no jargão mais técnico
de refinamento do objeto contratual. Depois, junto a empresa Saab, sentamos com a
empresa e façamos esse acerto que se refere aos requisitos e aos custos  e partamos para a
negociação contratual. Em paralelo a isso, o que é muito importante deixar claro, toda a
negociação no que se refere a transferência de tecnologia vai estar sendo feita com os nosso
parceiros. Desde o início do processo está muito claro tanto para a Saab quanto para os
outros concorrentes quais eram os parceiros estratégicos no que se referem ao programa FX-
2. Da mesma maneira que nós estamos atualizando os requisitos operacionais técnicos e
logísticos, nós estamos atualizando também os requisitos referentes a transferência de
tecnologia. Nós fazemos isso como? Sempre ouvindo a indústria nacional. A indústria
nacional vai ser consultada a cada passo desse processo, para que nós tenhamos a certeza
reabilidade de cada um dos projetos apresentados pela Saab em parceria com as empresas
nacionais. Com isso, a intenção do comando aeronáutico é assinar o contrato e aquisição, no
mais tardar, na segunda quinzena de dezembro desse ano ainda.

O Globo: Gostaria de fazer uma pergunta para o brigadeiro Crepaldi e na sequência para o
brigadeiro Batista Junior na medida do possível. Para o primeiro, é exatamente sobre o tema
que o senhor trata que diz respeito a transferência tecnológica que é uma grande expectativa
no Brasil, exatamente pelo que envolve a compra dos caças para além da própria defesa e
sim para o próprio desenvolvimento da indústria nacional na área de aeroespacial. Existem
dois grandes temas que é o sistema de armas e o sistemas de controle de voo. Para o nosso
público compreender o sistema de armas é o que permite que aquela aeronave seja uma
aeronave de ataque e que possa fazer as suas inserções da maneira que foi programada pela
missão e o controle de voo é exatamente o controle da aeronave. Dois temas extremamente
sensíveis do ponte de vista tecnológico. Há garantia de transferência desses dois itens
nefrálgicos e estratégicos. O Brasil hoje, a indústria brasileira tem como programar essa
capacidade para absorver essa tecnologia? Segundo ponto, até que ponto a tecnologia é
integralmente da Saab e eventualmente ali existem componentes americanos, até que ponto
isso pode dificultar esse trabalho de negociação Brasil, Saab, Suécia, indústria nacional? E
para o brigadeiro Batista Júnior a minha pergunta diz respeito ao que se falou sobre a
autonomia do Gripen da Saab. Nós temos um país amplo, nós temos a necessidade inclusive
das aeronaves de reabastecimento. Eu gostaria de saber exatamente como é que ficará
disposto ou ficará centralizado em uma determinada região do país. Ele será espalhado em
diversas áreas conforme o interesse da tropa e da missão. Já se estuda essa radiografia, é
semelhante a atual da nossa força, como se dá a geografia desse procedimento?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: A lei brasileira é muito clara no que
diz respeito a propriedade intelectual. Toda a vez que a União brasileira custear qualquer
tipo de desenvolvimento, tem um artigo na Lei 8666 que é muito claro: ela passa a ser
propriedade da União. A COPAC aplica integralmente esse artigo da lei nos seus contratos.
Tudo o que for custeado por conta da união no projeto Gripen-NG será propriedade da
União, e isso está previsto contratualmente. Isso é uma garantia a oferta Saab que será
refletida também no contrato. Ainda mais, visando a transferência de toda a tecnologia do
projeto Gripen, a Saab ainda se compromete a permitir o acesso da força aérea, dos
parceiros no projeto aos dados do projeto Gripen, mesmo que não tendo propriedade
intelectual. Isso significa que a nossa indústria, os nossos parceiros, a nossa força aérea pode
com o acordo com a empresa Saab ter acesso a esses dados ainda que não propriedade
intelectual da gente.

O Globo: Há desenvolvimento de projeto conjunto programado na área de sistema de
controle de voo e de sistema de armas?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: Há o projeto conjunto em toda a parte
relacionado a sistemas do avião. O que o senhor quis dizer com controle é o que chamamos
de OFP, que é o software da aeronave, sistema de controle de voo. O que é o AFP da
aeronave: o brigadeiro Batista Júnior já tinha colocado, é a característica de uma aeronave
de quarta geração e meia para quinta realmente é a capacidade da fusão de dados. Essa
capacidade de gerar uma série de informações, compartilhar essas informações e permitir
eventualmente lá ao CONDABA do brigadeiro Batista Júnior do comando e controle ter
essa interação de maneira muito mais global. Isso, nós só conseguimos realmente
dominando o AFP. Essa aeronave de quarta geração e meia permite essa fusão de dados
que é uma característica da aeronave Gripen. Isso nós vamos ter o domínio porque
estaremos desenvolvendo a aeronave em conjunto e vai estar garantido no contrato o acesso
total do AFP pela indústria nacional. O que significa, que amanhã eu vou poder integrar
qualquer armamento, qualquer dispositivo que seja do meu interesse na minha aeronave
independente de terceiros. Isso está previsto no pacote de transferência de tecnologia, será
confirmado no acordo e no contrato. (caiu a linha)

Defesanet: Tivemos um contratempo com o brigadeiro Crepaldi, mas o brigadeiro Batista
Júnior pode complementar a resposta.

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: Complementando aqui o que o brigadeiro
Crepaldi estava dizendo é desde o início a parte de integração do armamento foi bastante
explorado durante o processo de seleção pela imprensa. Nós exigimos dentro desse processo
uma independência nacional completa para integrar novos armamentos novos sistemas de
armas ao avião que fosse o escolhido. Isso está garantido dentro da proposta da Saab.
Sempre as nossas empresas da indústria nacional serão beneficiárias, por exemplo a Vibras,
que fabrica foguetes, a Mectron, fabricantes de míceis, e qualquer outro equipamento está
assegurado. Só para complementar a parte de comandos de voo essas aeronaves tem um
desempenho maior pois elas passam a ser comandadas por computadores que tem ações
muito mais seguras que um ser humano é capaz. Esse é o sistema Flybyway. Mas também
teremos acesso a todas essas leis de comandos de voo que nós estaremos desenvolvendo
com o Gripen. A Embraer já está desenvolvendo essa áerea. O novo avião da Embraer o
Legacy Executivo e o cargueiro KC-390, essa aera de controle de voo talvez foi a grande
preocupação de absorver conhecimento de Flybyway. Com isso eu acho que completo a
aparte da COPAC  e vou responder a segunda parte do Roberto que é sobre a distribuição,
a articulação, como que essas aeronaves entrarão nesse nosso país. Inicialmente é importante
entender que as características de cada poder, seja do poder aéreo, do poder terrestre, do
poder naval, elas são diferentes. O emprego da aviação de combate segue algumas
características: uma delas muito importante é a velocidade, ou seja, atingimos qualquer
ponto do território nacional rapidamente; a mobilidade, ou seja, nós conseguimos, na copa
do mundo nós estaremos desdobrados nas dozes cidades sedes, ou seja, é uma característica
do avião, você pode se desdobrar rapidamente de um lugar para outro. Entro do poder
aéreo estar ou não muito concentrado ou espalhado no nosso país não é um aspecto muito
importante. Haja a vista de nós termos a flexibilidade, mobilidade, a velocidade para chegar
em qualquer lugar. U exemplo disso no terremoto do Haiti, onde colocamos nosso primeiro
avião em 12h lá em Porto Príncipe no nosso hospital de campanha para ajudar a população
de lá. Esses primeiros aviões estarem concentrados ou distribuídos no país é mais um
problema logístico do que operacional. O que está no requisito e é isso que o brigadeiro
Crepaldi este negociando é a aquisição de 36 aviões com logística e equipamentos de apoio
para operar em uma base, mas que a logística permita se nós decidirmos dividir em duas
bases não haver problema na ocasião. Eu gostaria de lembrar que nós estamos com essa
primeira compra, mas nós temos a partir de 2022 a desativação das aeronaves F5. Hoje, nós
temos entre 50 a 57 aeronaves. E a partir de 2025 e 2030, nós também estaremos atingindo
um grau de obsolescência nos aviões de ataque AMX, que nos recomendarão a sua
desativação. Isso é desativado exatamente igual o carro. Existe um custo benefício de se
manter um avião de uma idade muito avançada e que sai mais barato a sua substituição do
que sua manutenção. Então este primeiro pacote respondendo diretamente está previsto que
os dois esquadrões sejam sediados em Anápolis. Essa distribuição das unidades em todo o
território, ela é constantemente revista. A própria manutenção das aeronaves de alerta, nós
aqui do comando de defesa aérea fazemos revisões de acordo com o que nós entendemos se
necessário. Hoje, as 36 aeronaves deverão ir para Anápolis. Sobre o ponto final da
autonomia, interessante que hoje nós checávamos as conexões e conversei isso com o
Nelson e com o Vianey. Nós tínhamos critérios, requisitos operacionais ao ser atingidos no
processo e cada uma das três aeronaves foram testadas por pilotos experientes, pilotos
operacionais e pilotos de prova para checar autonomia em três configurações: uma numa
configuração a ar, uma numa configuração a solo, e a outra em translado. Um avião de
Porto Alegre sem abastecimento até Boa Vista por exemplo, cerca de duas mil milhas. As
três aeronaves tivera comportamentos bastante semelhantes. Não é verdadeira a informação
de que o Gripen-NG não é um avião adequado ao nosso país. Nosso país é suficientemente
grande para independente para independente de qualquer avião que fosse escolhido. Nos
trazer a necessidade de aquisição de aeronaves de reabastecimento estratégico. Esse é um
processo conduzido pela COPAC que já está pronto aguardando autorização para a
contratação final. Independente do avião que fosse escolhido, nosso país, 8 milhões de
metros quadrados e mais um pré-sal a trezentos milhas do litoral, nós precisaremos de
aeronaves reabastecedoras. Isso nós precisamos a curto prazo, é uma necessidade, que tem
sido apresentado pela força aérea. A aeronave apresentou desempenho compatível com as
outras duas e foi esse aspecto que o Roberto perguntou da autonomia do avião, uma das
principais modificações entre o gripen atual com configuração CD e o Gripen nova geração.
Tecnicamente o que está sendo feito: o trem de pouso, a roda do avião que era na fuselagem
está sendo deslocada para baixo da asa para que naquele compartimento, antes estava o
trem de pouso esteja instalado um novo tanque. Na aeronave nossa terá autonomia tanto na
configuração a ar, na de solo e na de translado que atenda os requisitos estabelecidos e que
são adequadas muito próximas a todos os outros competidores.

Defesanet: Brigadeiro Batista Júnior já está certo os dois esquadrões de 36 caças ficarem
em Anápolis e também isso será até o fim da desativação dos F5 eles serão mantidos na
mesma base ou serão realocados?

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: Hoje está previsto que as duas unidades
que formarão os dois esquadrões que oporarão os Gripen-NG estarão sediados em Anápolis.
A partir de 2022, como eu disse no início, nós queremos uma força aérea proporcional ao
tamanho do nosso país. Certamente com a parada dos F5 em 2022 e dos AMX alguns anos
mais tarde, esses 36 aviões deixam de ser suficientes. Então, hoje o número é suficiente se
contarmos com a capacidade do F5 e do AMX. Estou querendo dizer que deverá haver um
processo futuro para recompletamento dos F5 e AMX. Hoje nós temos em torno de 43
AMX sendo modernizados e 57 F5 e equipamos agora os 12 Mirragem. Teremos que nos
preocupar num futuro médio, eu diria daqui a uns cinco, seis anos, começarmos a pensar na
substituição do F5 e logo após dos AMX.

Vianey Júnior: Tanto para o brigadeiro Crepaldi quanto para o brigadeiro Batista Júnior, eu
colocaria como uma característica da cultura como desenvolvimento da Saab para o Gripen
que há o conceito de supervision vionick. Eles tiveram o cuidado visando já às exportações
do Gripen permitir que a aeronave pudesse sofrer alteração tanto no sistema de voo quanto
no sistema de missão separadamente, mexendo em um sem alterar o outro. Eu gostaria de
citar também a parte de desenvolvimento da Suécia enquanto um país não alinhado. Esse
daqui é uma das suas aeronaves que eles desenvolveram que demonstra claramente o estilo
aeronáutico bem próprio e arrojado. O Viguem e o Dreitin são duas aeronaves que já
demonstram na própria história de confecção da própria produção aeronáutica sueca há
algumas características de soluções bem próprias. O brigadeiro Batista Júnior foi muito feliz
quando falou que as 36 aeronaves atenderia perfeitamente as necessidades ao tamanho do
Brasil. É lógico que cada desenvolvedor, fabricante elege suas prioridades em termos de sua
produção. Outro aspecto, quando se perguntou a questão da estrutura de integração é
importante falar realmente no desenvolvimento do R2 que vai permitir nessas aeronaves
extraordinariamente, no caso do sueco, uma coisa interessante. Nós fizemos as avaliações
em voo e operacionais e quando eu cheguei na linha de pouso uma das coisas que foi me
pedido é que era para avaliar a aeronave não uma contra um, mas um elemento do Gripen
contra as outras duas aeronaves. Isso é um aspecto muito interessante que foi uma doutrina
que eles tiveram que desenvolver de pronto como eu falei com um país não alinhado e
durante a guerra fria onde eles se valeram da qualidade do link entre as aeronaves. Para isso,
talvez fruto de outro Hangout, eu até brincado lá quando nó tivemos também um encontra
lá com especialistas de combate aéreo da FAB e eu citei e até escrevi uma análise chamando
“O Jogo da hiena”. O animal não é um dos melhores, mas a hiena consegue abater o leão
que é o rei da selva graças esse modelo de combate integrado e lincado. Estas são as
considerações pertinentes que o Roberto perguntou.

O Globo: Tem muitos internautas querendo fazer perguntas. Um deles é o Diego Rocha que
pergunta para o brigadeiro Crepaldi qual é exatamente o nível atual de desenvolvimento do
Gripen que será produzido em parceria com o Brasil sendo desenvolvido nesse contrato de
compra? Exatamente qual é o momento que esse protótipo vive exatamente? E em que
momento o Brasil entra nesse desenvolvimento, que tipo de aeronave vai chegar para ser
desenvolvida em conjunto?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: A Saab estava desenvolvendo o
Gripen NG a partir da plataforma CD. A verdade é que tendo em vista a possível
participação do Brasil, sabemos que a Saab sempre, na medida do possível, tentou através
de ações esperar essa decisão do Brasil de maneira que sempre aproveitássemos essa janela
de oportunidade para o desenvolvimento tecnológico. A Saab percebendo a grande
potencialidade do Brasil no que se refere essa capacitação da indústria nacional na parte
aeroespacial antes mesmo de ela ser escolhida como fornecedora do FX-2, ela contratou
uma empresa nacional chamada CAER para participar do desenvolvimento do Gripen NG.
Eu acho importante destacar que antes mesmo de haver essa seleção essa empresa nacional
já foi contratada e já se beneficiou no que se refere a capacitação tecnológica e a locação de
contratação de serviço e de recursos humanos dessa empresa que está sediada em São José
dos Campos. Sendo mais direto, qual o estágio de desenvolvimento hoje do Gripen NG. A
força aérea sueca, por intermédio do FDN que é o órgão de contratação sueco, aportou o
contrato junto a Saab para as aeronaves versão F, o Gripen NG na versão monoplace. Ela já
iniciou a fase de definição de requisitos. A indústria nacional vai entrar nessa fase já de
definição de requisitos pela força aérea sueca junto a Saab, podendo definir ainda alguns
requisitos conjuntos tanto com a força aérea sueca como a força aérea suíça no sentido de
aproveitar ainda mais esse desenvolvimento tecnológico. O que existe voando hoje, existe o
Gripen NG, mas na realidade é um demonstrador de conceito já com aquelas modificações
que o Batista Júnior colocou bem com bem em relação a mudança de trem de pouso, ao
novo motor general elétrico 414 IG que dá mais potência e é mais econômico e acaba com
aquela questão tão falada que o Batista júnior colocou da questão de autonomia. O fato é
que o estágio hoje do gripen NG permite que a indústria brasileira participe de todas as
fases que são necessárias para que a nossa indústria esteja capaz de desenvolver um caça de
quinta geração.

Defesanet: Brigadeiro Crepaldi, na medida em que o caça esta em desenvolvimento alguns
documentos começam a ser contraditórios. O que foi apresentado para a força aérea no
começo certamente não será o modelo final. Como a força aérea vê o trabalho na
performance do avião final?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: A aeronave da força aérea sueca vai
atender os requisitos da força aérea sueca, as aeronaves da força aérea brasileira vão atender
os requisitos da força aérea brasileira. Os projetos são diferentes, podem ser que haja alguma
diferença que se refere a aviônica, a integração, a data link como o Brigadeiro Batista Júnior
colocou, mas o importante é dizer a aeronave Gripen da força aérea brasileira vai atender
integralmente aos requisitos que a força aérea brasileira determinar. A questão da força
aérea suíça e sueca serem diferentes é um problema de cada força aérea. É lógico que é uma
comunilidade dentro dos equipamentos, mas a força aérea brasileira vai desenvolver a
aeronave que ela quiser.

O Globo: Brigadeiro Batista Júnior, como é a questão de escala de produção para essa
aeronave que será desenvolvida. Ela será apenas comprada e aperfeiçoada em ternos no
desenvolvimento industrial para o uso exclusivo da força aérea brasileira ou essa aeronave,
quando entrar no desenvolvimento, concluído o desenvolvimento e estiver em condições de
produção em escala? Até eu ponto o Brasil se beneficiará ou não da comercialização desse
produto e quais são as restrições hoje no mercado para a comercialização desse produto?

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: Eu até sei grande parte dessa resposta,
mas eu prefiro passar ao brigadeiro Crepaldi que certamente está mais atualizado. Mas eu
lhe adianto que dentro do acordo com a Saab existe uma porcentagem de nacionalização do
avião e por setores, o brigadeiro pode ser mais específico. Eu acho que cerca de 80% da
estrutura será fabricada no Brasil. Isto é um índice muito elevado de nacionalização.
Construir um avião hoje cem por cento nacionais, a quantidade de países caberiam numa
mão, ou seja, é um mundo interdependente, isso acontece no carro, no computador. Todos
os equipamentos de tecnologia de ponta. Como o Crepaldi falou, o motor é da General
Elétric, o assento será da Martinbayker, inglesa, os mísseis serão de vários países, ou seja,
nós vivemos num mundo interdependente e precisamos aceitar isso. Mesmo por que, se
assim não fosse, e alguns países tem cem por cento e nacionalização, no caso nosso hoje de
escala de produção para comprarmos 36 aviões não passaria em qualquer estudo de
viabilidade econômica. Mas eu acho que o brigadeiro Crepaldi pode complementar
adequadamente a parte da fabricação e da nacionalização.

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: Obrigado Batista Júnior. Só
complementando o que o Batista Júnior colocou. Os números são esses mesmos que o
Batista Júnior colocou. Na oferta Saab, para ser muito claro, o que é mais importante para
nós é a participação do desenvolvimento. Está previsto na oferta que a Saab vai aportar nas
indústrias nacionais certa de 2 milhões de homem/hora no desenvolvimento. Esse número é
expressivo e vai representar a participação de indústrias brasileiras no desenvolvimento
garantindo a transferência de tecnologia. Sabemos que as vezes falar em transferência de
tecnologia é muito fácil, mas é complicado e a maneira mais fácil de conseguir isso é
trabalhando junto é acompanhando. Isso está no pacote da Saab. A CAER já se beneficiou
desses 2 bilhões de homem/hora no desenvolvimento e, é lógico, a própria estrutura do PAC
do parque aeroespacial brasileiro esses números de horas será carreado a Embraer, grande
parte. No que se refere a produção e a parte de engenharia que é o mais importante para nós
é o homem/hora de engenharia. Existe um homem/hora de produção. A Saab estima cerca
de 4 milhões de homem/hora em produção no Brasil, a contratação de indústria brasileira no
sentido que produzem parte da estrutura, trem de pouso, aviônica, o que seja. Os 4 milhões
de home/hora serão de maneira a atender a produção no Brasil. Esse número logicamente
daria por volta por 80% que o Batista Júnior colocou. Isso tudo está no oferta e, volto a
dizer, trabalhamos sempre com um contrato de acordo sendo muito claro e transparente com
compromissos legais e sansões administrativas previstas para o caso de não cumprimento.

Vianey Júnior: Gostaria de fazer uma colocação dentro do que o brigadeiro Crepaldi falou
a pouco.Eu chamo atenção de um exclusiva  do Defesanet em que falou com o chefe de
desenvolvimento da aeronave e apenas 10% da aeronave atual do Gripen será aproveitado
na construção do Gripen NG. Então nós estamos falando de um novo avião. Devo dizer que
vamos acompanhar, eu acho o prazo exíguo demais para essa concepção. Isso vai trazer um
grande legado para o Brasil. Destaco que foi falado agora a pouco sobre as aeronaves de
quinta geração, e eu me lembro de que o ministro Celso Amorim havia assinado protocolos
de intensão e entendimento com a Turquia e a Rússia manifestando interesse no
desenvolvimento de aeronave de quinta geração. Com essa a proximidade com a Saab que
também desenvolve um projeto próprio inclusive de aeronave de combate não tripulada que
é um desenvolvimento capitaneado até pela DASSO, mas da qual a Saab é um dos parceiros
integrantes. Mas ela tem no seu plano de atuação a até a atuação do Gripem com essa
aeronave, no caso, o Newon. As pessoas que nos seguem no twitter, conforme vocês já
podem ver no próprio Hangout, seria @jrvianey, eu vou postando novamente esses
esquemas para quem quiser acompanhar logo após o Hangout e inclusive também dois
projetos de quinta geração desenvolvidos a partir da Saab. Um de uma aeronave
monomotor muito próxima ao desenho atual do Gripen, a evolução natural. E uma outra
aeronave  bimotora que também vou estar postando às pessoas interessadas nos acompanhe
logo após o Hangout.

O Globo: brigadeiro Crepaldi, com relação a essas aeronaves de reabastecimento. A
primeira pergunta é se hoje nós estamos sem aeronaves de reabastecimento em operação?
Número dois, até que ponto é urgente a aquisição dessas aeronaves em qual quantidade?
Em terceiro quando que efetivamente esse processo de compra dessas aeronaves deve ser
efetivado e elas devem entrar em operação no Brasil?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: O brigadeiro Batista Júnior já deixou
muito claro. Eu tenho a mesma opinião que ele. Essa opinião está abalizada, também, na
necessidade operacional da força aérea hoje.  Necessitamos urgentemente do reabastecedor
de longo alcance. Hoje, como o Batista Júnior falou houve um processo de seleção na
COPAC e a aeronave selecionada foi uma aeronave de 767. Nós não podemos contratar por
restrições orçamentárias. Como o brigadeiro colocou as prioridades do governo militar num
país como o nosso cabe nós cumprirmos. Mas eu acho que é uma prioridade o
reabastecedoor de grande alcance que seria o 767. Por outro lado, existe também o
desenvolvimento do KC-390 junto a Embraer que está com a COPAC também. Está
previsto o voo para este ano, do protótipo em outubro deste ano e a entrega da primeira
aeronave seria em 2016. Estamos em discussãoo também do contrato da aquisição de 28
aeronaves de KC-390. Eu entendo da máxima urgência e necessidade de se ter uma
aeronave reabastecedora. Agora por razões orçamentária sabemos que não é possível tudo,
mas é uma necessidade fremente para a força aérea brasileira, mais do que para a força aérea
brasileira para o estado brasileiro

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: Eu queria Roberto se você me permite
fazer só uma observação. Como nós falamos uma aeronave abastecedora estratégica ou de
longo alcance, como o brigadeiro Crepaldi colocou, ela na verdade é uma aeronave que tem
a capacidade de fazer diversas outras missões em prol do estado brasileiro. Eu dou o
exemplo, hoje nós estamos sem uma aeronave deste porte para fazer a troca dos nossos
batalhões que estão no Haiti, ou seja, ela não é uma aeronave puramente abastecedora. Ela é
uma aeronave que serve para transporte de tropa, transporte de pessoal, uma aeronave capaz
de transportar enfermos, em caso de um acidente ou uma calamidade, o 767 ou se eu ainda
me lembro dos números transportaria 129 macas dentro e também faz o o reabastecimento.
Então nós falamos em uma aeronave de reabastecimento mas ela é a aeronave que no caso
precisarmos fazer a repatrialização de brasileiro numa área de conflito em qualquer lugar do
mundo seria esta aeronave que iria chegar lá no dia seguinte e tirar os nossos brasileiros de
lá. Esse é o nosso entendimento  importante para o nosso povo. A capacidade que ela tem
de transporte para um grande número de pessoas , capacidade de reabastecer nossas
aeronaves de caças e agora em breve outras aeronaves de voo e aumentar a autonomia e a
capacidade também de fazer uma UTI no ar de um grande contingente.

Vianey Júnior: Brigadeiro só uma complementação nessa questão expedicionária é
importante, voltando ao início do nosso Hangout, quando o senhor de fora muito clara
apresentou o porquê precisa-se de defesa. É importante também que o público que nos
assistem e nossos leitores tenham em conta a necessidade de o Brasil fazer uma equivalência
do destaque e a atuação global que o país pretende desempenha. Para isso, essa questão do
fortalecimento das forças deve ter destaque. O Brasil tem que definir dentro da sua postura
e relações exteriores qual o papel claro que ele tem de desempenhar como ator global. Não
dá para pensar em brincar em sentar num conselho de segurança ou fazer parte de uma sigla
como é o caso dos BRIC, onde os outros países tem a influência de determinadas regiões e
a defesa de seus interesses e até a defesa dos interesses globais para a manutenção da paz e
a estabilidade das diversas regiões do mundo.

Defesanet: Brigadeiro Batista Júnior o senhor tem uma demanda bastante grande esse ano.
O senhor tem menos 12 aeronaves de porte para realizar. Como está previsto a participação
da força aérea brasileira e defesa do setor aéreo na Copa do Mundo e também até para as
Olimpíadas?

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: Nosso planejamento para a Copa do
Mundo é bastante semelhante o que fizemos na Copa das Confederações. O CONDABRA
é o responsável pela defesa aérea e defesa antiaérea nas áreas nos pontos sensíveis onde
concentra os estádios. Nós faremos emprego de aviões de caça, de supertucanos, de
helicópteros e de artilharia antiaérea. Além de termos os nosso dois reabastecedores C-130,
não são os mesmos de longo alcance que estávamos falando. Além da nosso aviação de
transporte e fazendo a mobilização de todas as tropas de todos os agentes oficias que
precisarem se movimentar. Em cada cidade, em cada jogo nós faremos uma área de
exclusão. São círculos concêntricos com centro no estádio, sendo um círculo menos de 4
milhas onde o voo será proibido, outro maior de 7 milhas onde será restrito. Logicamente
estamos tentando reduzir o impacto na aviação geral, na aviação comercial, sem abrirmos
mão da segurança. Teremos a aplicação de F5, de helicópteros Black Hout, de
Supertucanos, de KC-630, em todos os jogos. Uma hora antes do início dos jogos, três
horas após o início na fase classificatória e uma hora antes do jogo e quatro hora após na
fase eliminatórias.Durante esse período vamos utilizar tanto aeronaves de defesa aérea como
nossas unidade de defesa antiaérea. Isso é bastante curioso que o CONDABRA tenha sob o
seu controle operacional unidades da força aérea, do exército e marinha.

Defesanet: Brigadeiro Crepaldi, como está a situação para preencher esse vazio operacional
agora com a retirada do Mirrage e a desativação de alguns F5 mais antigos. Há alguma
negociação para termos uns aviões Gripen CD dentro para preencher esses buraco?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: Um pouco antes do período da
escolha do Gripen pela presidente da República houve por parte do governo sueco a oferta
dessa solução que a gente chama de interina, ou como dizem eles gebt filler, mas Gripen
versão CD. Esse assunto está em discussão no âmbito aeronáutico. Já foi levado o
conhecimento do Ministro da Defesa. O fato é que hoje com o Comando de Operações
Aéreas do Estado Maior da Aeronáutica estão estudando os requisitos que a gente possa
formular junto a força aérea sueca um pedido de oferta no sentido de ter essa solução
interina. Ela seria compostas de aeronaves Gripen CD, e seria num processo até a chegada
dos nossos aviões Gripen NG. Realmente é fato. Estamos em discussões iniciais e, deixar
muito claros, se houver acordo será no âmbito de governo brasileiro com governo sueco,
independente da solução comercial com a empresa Saab.

Defesanet: Há uma previsão de números? De unidades?

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: na realidade estamos trabalhando com
capacidade, não estamos raciocinando com números. Mas os números, que podemos dizer,
seriam de oito, mas não está definido, a 12 aeronaves Gripen CD com a possibilidade de um
ouu dois Gripen D que seria a versão biplace que teria uma média de 1500 horas voadas no
ano o treinamento inicial seria para oito pilotos e suporte logístico total. Os números gerais
são esses mas logicamente que ainda o comando geral de operações aéreas está definindo
esses números com maior propriedade. Tudo de acordo como o que o brigadeiro Batista
Júnior colocou com as necessidades que determinarmos a partir da desativação dos F5 e dos
A1, com muito critério para que não se gaste nem mais e nem menos para essa solução
interina.

Major Brigadeiro do Ar Carlos Batista Júnior: Eu fiz apenas um voo no Gripen que foi
em outubro do ano passado, voando na ala do meu amigo brigadeiro Crepaldi, na Suécia. É
realente uma máquina que a nova geração vai se apaixonar e mais do que isso, vai garantir a
prontidão e a operacionalidade do nosso sistema aeroespacial. Eu me dou conta no final que
nós falamos de gerações de aviões aqui. Acho que para uma boa compreensão dos
internautas a geração dos jatos após a segunda guerra vem crescendo. É importante saber
que a nossa força aérea optou por passar de uma segunda geração, como o Mirrage III que
tive a oportunidade de voar, para uma quarta geração superior por uma decisão da força
aérea de investir na indústria aérea brasileira. Agora a força aérea está retornando ao seu
nível de operacionalidade numa aeronave bastante moderna. Falamos também aqui sobre a
parceria excepcional com a Saab, desde sempre, no período de proposta, de negociação se
apresentou como um grande parceiro, mas não posso deixar de falar também a facilidade, a
competência, honestidade e ética de todos os suecos com quem eu tive a oportunidade de
conversar e de interagir. A cerca de dez dias recebi aqui no Comando de Defesa Aérea o
próprio comandante da força aérea da Suécia, o vice ministro da defesa, uma grande equipe.
Eles realmente estão confirmando um parceiro de destaque que também agradeço.
Finalmente deixo a garantia do operador, mais que o operador, a defesa aérea é responsável
pela defesa do país. A nossa completa confiança no processo que se está sendo gerenciado e
conduzido pelo brigadeiro Crepaldi e pela COPAC. A COPAC tem uma história de
excelência que ultrapassa os limites do nosso país e é internacionalmente reconhecida.
Espero Crepaldi que aqui atrás de mim aquela maquete do Gripen rapidamente substitua
aquele Mirrage III que está naquele quadro que todo o dia, quando sento na minha mesa eu
olho para aquele quadro esperando que rapidamente você me dê uma foto de uma aeronave
brasileira.

Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso: Primeiramente queria ratificar as
palavras do Batista Júnior em nome da COPAC e ressaltar também que o Vianey colocou
no início essa necessidade de se bater defesa no Brasil. Sabemos que o brigadeiro
Damasceno está por trás disso. Eu que tenho que prestar contas dos dinheiros gastos dos
contribuintes em defesa é muito importante esse debate. Ele permite que toda a sociedade
discuta, debata, participe das decisões e o que nós estamos fazendo. Eu acho que o mais
importante é isso, é esse trabalho que os senhores estão fazendo de permitir a sociedade
brasileira que compreenda o tema defesa, a importância desse tema

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