Mais de 20 países prometem lutar contra ransomwares durante cúpula nos EUA

Mais de 20 países resolveram, nesta quinta-feira (14), lutar coletivamente contra a crescente ameaça global representada por extorsionários digitais, após uma cúpula contra ataques de ransomware liderada por Washington.

O Estados Unidos reuniu países – com a notável exceção da Rússia – para unificar e desenvolver esforços no combate a um cibercrime transnacional que está aumentando e é potencialmente devastador.

“A ameaça do ransomware é complexa e global por natureza e requer uma resposta compartilhada”, diz a declaração conjunta da cúpula.

O texto acrescenta que as nações “reconhecem a necessidade de ações urgentes, prioridades comuns e esforços complementares”.

Esses ataques consistem em invadir as redes de uma entidade para criptografar seus dados e, em seguida, exigir um resgate, que geralmente é pago por meio de criptomoedas, em troca da chave para desbloqueá-los.

O fortalecimento da segurança digital e dos backups offline, assim como os processos judiciais de lavagem do dinheiro obtido com esses ataques, foram identificados como passos cruciais na luta.

"Levaremos em consideração todas as ferramentas nacionais disponíveis ao tomarmos medidas contra os responsáveis por operações de ransomware que ameacem a infraestrutura crítica e a segurança pública", indica o comunicado.

As nações também decidiram trabalhar juntas nas operações de aplicação da lei – um desafio, já que os cibercriminosos cruzam fronteiras – e no uso de pressão diplomática.

Embora Moscou negue qualquer responsabilidade, a maioria dos ataques recentes de ransomware contra os Estados Unidos foram atribuídos a grupos de hackers que falam russo ou operam em território russo.

Funcionários da Casa Branca disseram que a Rússia não foi convidada para esta "primeira rodada" de negociações, mas que Washington abriu uma linha separada de comunicação com Moscou sobre este assunto delicado.

Reino Unido, Austrália, Índia, Japão, França, Alemanha, Coréia do Sul, Israel, União Europeia, Quênia e México, entre outros, estiveram entre os cerca de 30 participantes do encontro virtual na quarta e quinta-feira.

Durante a cúpula, as nações relataram suas experiências angustiantes com extorsão cibernética, incluindo a declaração de um "desastre" digital na Alemanha. Israel chegou a anunciar que um ataque estava ocorrendo em um grande hospital.

Washington tomou medidas para reprimir o forte aumento desses ataques. Uma delas é a emissão de sanções contra uma bolsa online em que operadores ilícitos supostamente trocaram criptomoedas por dinheiro.

Ataques a um grande oleoduto americano, a uma empresa de empacotamento de carne e ao sistema de e-mail Microsoft Exchange chamaram a atenção para a vulnerabilidade da infraestrutura dos EUA aos hackers digitais.

 

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter