EUA busca apoio de Taiwan para resolver falta de chips

Brian Deese, principal assessor econômico do presidente dos EUA, Joe Biden, buscou a ajuda do governo taiwanês para resolver a escassez global de semicondutores que paralisa montadoras no mercado americano, de acordo com carta revisada pela Bloomberg News.

Na carta, Deese agradeceu à ministra de Assuntos Econômicos de Taiwan, Wang Mei-hua, por seu envolvimento pessoal para a solução da falta de microchips e por abordar as preocupações de empresas automotivas dos EUA.

A carta de Deese mostra que autoridades da Casa Branca agiram para tentar resolver a escassez, que representou um desafio inicial para o governo Biden. Deese, diretor do Conselho Econômico Nacional, bem como o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, estão pessoalmente envolvidos no esforço de resolver gargalos nas cadeias de suprimentos das montadoras, disse um porta-voz da Casa Branca.

O porta-voz pediu para não ser identificado pelo nome porque as conversas são confidenciais. Wang disse a repórteres na quinta-feira que não recebeu uma carta de Deese e reiterou que fabricantes de chips de Taiwan buscam resolver as restrições de oferta.

O governo dos EUA conversa com parceiros internacionais e aliados para incentivá-los a tomarem medidas para lidar com a escassez, mas todos reconhecem que não é uma crise de curto prazo, disse o porta-voz da Casa Branca. Mais ações serão necessárias para evitar escassez semelhante no futuro, acrescentou o porta-voz.

Taiwan abriga a maior indústria de semicondutores do mundo e também depende das armas dos EUA para se defender da China, que considera a ilha como parte de seu território e ameaçou usar a força se o governo de Taipé buscar a independência formal.

O governo Biden também pediu às embaixadas dos EUA ao redor do mundo que identifiquem como outros países e fabricantes internacionais de chips podem ajudar a resolver a escassez global e mapear as medidas tomadas até agora, disse o porta-voz.

Razoável

O contato formal com Taiwan segue reuniões entre Deese e Sullivan e montadoras americanas e fornecedores. A indústria automobilística recorre à Casa Branca para pressionar fabricantes estrangeiros de chips e seus governos para alocarem suprimentos para os EUA.

“Achamos que essas são coisas razoáveis para o governo pedir”, disse Matt Blunt, presidente do American Automotive Policy Council, que faz lobby para a Ford, General Motors e Stellantis (anteriormente Fiat Chrysler Automobiles). “Isso vai ser um problema no primeiro semestre do ano.”

Milhares de trabalhadores do setor automotivo dos EUA podem enfrentar redução de horas e salários devido à paralisação da produção enquanto aguardam novas remessas de semicondutores automotivos de Taiwan e da Coreia do Sul, chips que só serão fabricados em três a quatro meses. As empresas forneceram à Casa Branca dados sobre o impacto na mão de obra, disseram pessoas a par do assunto.

A IHS Markit estimou nesta semana redução de quase 1 milhão de veículos leves produzidos no primeiro trimestre de 2021 por causa da falta de semicondutores. A projeção foi revisada em relação à estimativa anterior de 672 mil carros a menos saindo das linhas de produção entre janeiro e março, divulgada pelo grupo em 29 de janeiro.

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