Israel executa ataque aéreo no norte da Síria

 

Nota DefesaNet

Observar os dois posts de  Babak Taghvaee (@BabakTaghvaee), que mudam o desenrolar dos fatos nas explosões nas cercanias no aeroporto de Aleppo.  

O fato real parace estar ligado a erros ma movimentação de munições e explosivos e não a um ataque da Força Aérea de Israel.

O Editor

 

Um ataque atribuído a Israel no norte da Síria resultou em ao menos nove mortos, afirmou nesta segunda-feira (16/07) o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Os mísseis atingiram um centro militar operado pelo Irã perto do aeroporto de Aleppo, no norte da Síria.

"Seis sírios e três outros combatentes, cuja nacionalidade não foi determinada, foram mortos nesse ataque", disse o diretor da organização não governamental com base em Londres, Rami Abdel Rahman. A ONG não especificou o número de feridos, mas alertou que o total de mortos pode ser maior. O Ministério da Defesa de Israel se negou a comentar o relato.

O ataque teve como alvo um centro de apoio militar operado pela Guarda Revolucionária do Irã, situado perto do aeroporto militar de Al Nairab, a leste da cidade de Aleppo.

A agência oficial síria Sana citou, por sua vez, uma fonte do Exército da Síria que acusou Israel de lançar, na noite de domingo, "mísseis em uma das nossas posições militares ao norte do aeroporto de Aleppo" e que provocaram somente "danos materiais". O objetivo do ataque seria apoiar grupos rebeldes.

Além disso, a fonte afirmou que esse ataque ocorreu por causa de "uma tentativa fracassada de apoiar as organizações terroristas derrotadas em Deraa e Quneitra (ambas no sul e limítrofes com Israel), em relação aos bombardeios do Exército Árabe Sírio que continua suas operações militares nas regiões dos terroristas".

 

Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, Israel realizou vários ataques contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e seus aliados, o movimento de resistência xiita libanês Hisbolá e o Irã, perto de Damasco e nas províncias centrais de Homs e Hama. Porém, os ataques são muito mais raros no norte do país.

Israel e a Síria estão oficialmente em estado de guerra. Israel tomou a maior parte das Colinas de Golã, na fronteira entre os dois países, na Guerra dos Seis dias, em 1967. Em dezembro de 1981, Israel anexou as Colinas de Golã ao seu território. Essa anexação nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

Cronologia da guerra na Síria

2011: O início

Em 15 de março de 2011, protestos pacíficos contra a detenção de jovens acusados de fazer pichações antigoverno em sua escola, na cidade de Daraa, são reprimidos por forças de segurança, que abrem fogo contra manifestantes desarmados, matando quatro.

Os protestos continuam por vários dias, fazendo 60 mortos e se espalham por todo o país. Segue-se um período de repressão violenta.

 

2011/2012: Isolamento internacional

O ex-presidente Barack Obama insta o presidente Bashar al-Assad a renunciar, e os EUA anunciam sanções a Assad em maio e congelam bens do governo sírio nos EUA em agosto de 2011.

A União Europeia também anuncia sanções, em setembro. Em novembro, a Liga Árabe suspende a Síria e impõe sanções ao regime. Também a Turquia anuncia uma série de medidas, incluindo sanções, em dezembro.

 

2012: Observadores internacionais desistem

Em dezembro de 2011, a Síria permite a entrada de observadores da Liga Árabe para monitorar a retirada de tropas e armas de áreas civis.

A missão é suspensa em janeiro de 2012. Em fevereiro, os EUA fecham sua embaixada em Damasco. Em abril de 2012, chegam observadores da ONU, que partem dois meses depois por falta de segurança.

 

2013: Ataque com gás

Em março, um ataque com gás mata 26 pessoas, ao menos a metade deles soldados do governo, na cidade de Khan al-Assal. Investigação da ONU conclui que foi usado gás sarin. Em agosto, outro ataque com gás mata centenas em Ghouta Oriental, um subúrbio de Damasco controlado pelos rebeldes.

A ONU afirma que mísseis com gás sarin foram lançados em áreas civis. Os EUA e outros países culpam regime sírio.

 

2013: Destruição de armas químicas

Em agosto, investigadores da ONU chegam à Síria para averiguar o uso de armas químicas, em meio a denúncias de médicos e ativistas. EUA afirmam que 1.429 pessoas morreram num ataque, e Obama pede ao Congresso autorização para ação militar.

Em setembro, o Conselho de Segurança da ONU ameaça usar a força e, em outubro, Damasco inicia a destruição de seu arsenal declarado de armas químicas.

 

2014: EUA atacam "Estado Islâmico"

Em setembro, os EUA iniciam ataques aéreos a alvos do "Estado Islâmico" na Síria. Em outubro, o mediador da ONU, Staffan de Mistura, começa a negociar uma trégua ao redor de Aleppo, mas o plano fracassa meses depois.

 

2015: Rússia entra no conflito

Em setembro, a Rússia, que desde o início fornecera ajuda militar ao governo sírio nos bastidores, entra ativamente no conflito, bombardeando opositores do regime. A ajuda se mostra decisiva, e a guerra civil passa a pender para o lado de Assad, que nos meses seguintes recupera território perdido para os rebeldes.

 

2016: Governo controla Aleppo

A ONU e a Opac afirmam que tanto militares sírios quanto o "Estado Islâmico" usaram gás em ataques a opositores. O ano é marcado por várias tentativas de tréguas. Em setembro, a cidade de Aleppo é alvo de 200 ataques aéreos por forças pró-Assad num fim de semana.

Em dezembro, as forças governamentais assumem controle de Aleppo, encerrando quatro anos de domínio dos rebeldes.

 

2017: Ataque em Idlib

Em fevereiro, Rússia e China vetam resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo sanções ao governo sírio pelo uso de armas químicas. Em abril, ao menos 58 pessoas morrem na província de Idlib, dominada pelos rebeldes, no que aparenta ser um ataque com gás.

Testemunhas afirmam que o ataque foi executado por jatos sírios e russos, mas tanto Moscou quanto Damasco negam bombardeio.

 

2017: Resposta dos EUA

Em abril, os EUA lançam dezenas de mísseis sobre a base militar de onde se acredita ter saído o ataque em Idlib. Em maio, o presidente Donald Trump aprova planos para armar combatentes das milícias curdas YPG na luta contra o "Estado Islâmico".

A medida enfurece a Turquia, que vê as YPG como um grupo terrorista. Em outubro, o "Estado Islâmico" perde o controle de Raqqa, sua autoproclamada capital.

 

2018: Turquia invade Síria

Em janeiro, aviões turcos bombardeiam a região curda de Afrin, dando início à operação contra as YPG intitulada "Ramo de Oliveira". A Turquia anuncia a morte de centenas de "terroristas", mas entre os mortos estão dezenas de civis, dizem ativistas. Em fevereiro, as milícias YPG chegam a acordo com o regime sírio para o envio de tropas pró-governo para auxiliar no combate aos turcos em Afrin.

 

2018: Ofensiva em Ghouta Oriental

Em 21 de fevereiro, tropas pró-regime executam ofensiva em larga escala contra enclave rebelde localizado ao leste de Damasco. Em torno de 400 mil civis ficam sitiados, com acesso limitado a alimentos e cuidados médicos. Os ataques matam centenas de pessoas. No dia 24 de fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU aprova trégua humanitária de 30 dias vigente em todo o território sírio. Ela fracassa.

 

2018: O bombardeio ocidental

Após dias de ameaça, em 14 de abril Trump anuncia o lançamento de mais de cem mísseis, em conjunto com França e Reino Unido, na Síria. O ataque é uma retaliação ao ataque químico na cidade de Duma, que matou dezenas de civis e que o Ocidente atribui ao regime de Bashar al-Assad.

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